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OS
ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
Capítulo
7
A
PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
Deixemos que
o evangelista nos conte, mais uma vez, sua linda mensagem de esperança
para todos nós, peregrinos há muito desgarrados e humilhados em terra
distante, que ansiamos voltar à Casa do Pai.
?Um
homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ?Pai, dá-me a parte
da herança que me cabe?. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos
dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu
para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa.
E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a
passar privações. Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela
região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar
a fome com as bolotas (cascas) que os porcos comiam, mas ninguém lhas
dava. E caindo em si, disse: ?Quantos servos de meu pai têm pão com
fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e
dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou mais digno
de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados. Partiu,
então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda longe, quando seu
pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço,
cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-lhe: ?Pai, pequei contra o
Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho?. Mas o
pai disse aos seus servos: ?Ide depressa, trazei a melhor túnica e
revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei
o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho
estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!? E
começaram a festa. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava,
já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo,
perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ?É teu irmão
que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde?.
Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para
suplicar-lhe. Ele porém, respondeu a seu pai: ?Há tantos anos que eu
te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me
deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu
filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho
cevado!? Mas o pai lhe disse: ?Filho, tu estás sempre comigo, e tudo
o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos,
pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver, ele estava perdido e
foi reencontrado!? (Lc 15:11-32).
Para a maior
parte dos cristãos, que por diversas vezes ouviram referências a essa
parábola em sermões dominicais, a estória significa pouco mais do que a
infinita generosidade do Pai, que recebe de braços abertos o filho pródigo
que saiu de sua Casa para entregar-se à devassidão, dissipando sua herança.
É mais uma lembrança de que o erro não compensa, mas que, em última análise,
se tivermos a desgraça de cair no pecado (e quem não caiu incontáveis
vezes?) podemos, por meio da verdadeira contrição, ser perdoados e
recebidos de novo pelo Pai. Essa interpretação singela tem seus méritos
e satisfaz a grande massa dos fiéis. Mas existe muito mais riqueza por trás
dessa parábola, que é um verdadeiro exemplo de quantos ensinamentos
podem estar velados na linguagem do simbolismo.
O respeitado
pesquisador e autor Geoffrey Hodson[1]
afirma que essa parábola pode ser interpretada tanto do ponto de vista
macro como do microcósmico, pois todas as alegorias apresentadas na
Linguagem Sagrada são passíveis de diferentes níveis de interpretação.
Isso deve-se a natureza essencial da unidade de toda a manifestação,
desde o infinitamente grande até o infinitamente pequeno, tanto nos
planos mais elevados como nos mais grosseiros. Esse é o sentido do homem
ter sido criado à imagem e semelhança de Deus. Visto sob outro ângulo,
o homem é aquele ser em quem o espírito mais elevado e a matéria mais
densa estão unidos pela mente.
Segundo
aquele autor, a parábola do Filho Pródigo descreve, de forma
simplificada, o processo cíclico de descida consciente da vida do Logos
à matéria e seu eventual retorno à origem, à Casa do Pai, devidamente
enriquecida pela experiência do processo, como simbolizado pela boa vinda
concedida pelo Pai a seu filho. A parábola oferece um magnífico cenário,
onde os atores e as principais etapas da jornada da alma, segundo a
interpretação de G. Hodson, podem ser apresentados resumidamente da
seguinte forma:[2]
O
Pai. Representa o eterno e infinito Genitor, do qual o temporário e o
finito são gerados. Ele é causa primordial de toda a manifestação,
sendo uma Existência ilimitada e incognoscível.
O
Filho mais Velho. No sentido macrocósmico, personifica os elohim,
as inteligências criadoras ou arcanjos, que nunca perdem a consciência
da unidade com sua Fonte divina, permanecendo, portanto, em casa. No
sentido microcósmico, representa a Centelha Divina no homem, ou a Mônada
humana, que também permanece em unidade com a Fonte divina. As Mônadas são
provavelmente os anjos que estão sempre voltados para a Divina Presença.
O
Filho Pródigo. Macrocosmicamente, representa o aspecto imanente do
Logos, a vida divina interior que embarca na grande peregrinação pelos
diferentes planos da manifestação. No seu sentido microcósmico,
representa o raio projetado da Mônada que, no seu devido tempo,
manifesta-se a nível da inteligência abstrata como a alma espiritual em
sua veste imortal de luz, o Cristo interior. Ele é o Deus peregrino que
habita no homem, seu Eu Superior, que passa por infindáveis experiências
ao longo de suas muitas encarnações na Terra.
A
Casa do Pai. A consciência do Logos do Universo (o Pai) está
estabelecida em seu mundo espiritual mais elevado. Alegoricamente, o Pai
permanece em casa com as inteligências criativas cósmicas, o filho mais
velho. Essa é a residência celestial do ?Pai que está nos Céus?.
Ele
toma a sua parte da herança e parte em viagem. A ?parte da herança?
representa a porção de vida cósmica alocada a uma unidade individual em
manifestação. Esse evento é, às vezes, descrito como a ?queda dos
anjos?, dando uma conotação infeliz ao processo, pois a saída da Casa
do Pai é uma parte essencial do Plano Divino. Um símbolo mais apropriado
é a plantação de sementes, que são enterradas na escuridão do solo,
de onde germinarão, no seu devido tempo, quando regadas com a água da
vida e fortalecidas com a luz do espírito. Num sentido pessoal, a
?herança? refere-se aos poderes armazenados no Eu Superior. Quando o
homem chega ao ?país distante?, isto é, manifesta-se no mundo das
formas, esses poderes serão expressos de inúmeras maneiras, algumas
temporariamente infrutíferas, insatisfatórias, daí a parábola dizer
que o filho dissipou a herança de forma ?pródiga?.
A
região longínqua. O país distante é o espaço virgem sobre o qual
o novo Sistema Solar será construído, ou como diziam os gnósticos, o
Grande Abismo. No sentido microcósmico, o país distante é o campo
evolutivo, incluindo, portanto, os planos mental, emocional, etérico e físico,
dos quais o corpo físico, por ser o mais denso, é geralmente tido como a
prisão do Ego imortal.
Dissipar
a herança. Refere-se à Eterna Oferenda pela qual o Logos sacrifica
Sua essência espiritual para que Seu Universo possa existir. É a
crucificação voluntária do Cristo cósmico, o Filho Pródigo. Como se
trata de um processo de limitação da vida universal da Deidade do
universo, vincula-se alegoricamente como a dissipação da herança.
Uma
grande fome. No sentido macrocósmico, representa a inércia que
resulta do equilíbrio temporário entre Espírito e matéria, quando é
alcançado o ponto mais denso da manifestação. Microcosmicamente,
refere-se à ausência de compreensão espiritual da mente concreta
durante a etapa inicial da peregrinação da alma, quando não recebe
conscientemente nenhum impulso espiritual, mas vive para a gratificação
da personalidade de forma deliberadamente egoísta e sensual. Fome e sede
são também símbolos do anseio pela verdade. Embora a fome e a sede físicas
possam ter conseqüências desastrosas, a fome e a sede da alma são
auspiciosas, pois representam o prelúdio da busca da verdade.
Ele
se emprega para cuidar de porcos. O porco é um símbolo dos instintos
e desejos mais baixos e sensuais do homem. Isso significa que o filho pródigo
chegou ao fundo do poço da materialidade, sensualidade e depravação.
Ele
alimenta os porcos. No sentido macrocósmico, a vida una (o filho pródigo)
vitaliza as formas materiais grosseiras (os porcos). Sem essa alimentação
interior eles morreriam de inanição (fome). De forma similar, a Mônada,
como microcosmo, supre o poder e ?alimenta? espiritualmente a alma
que, por sua vez, inspira e vitaliza a personalidade. Na aplicação
pessoal do símbolo, alimentar os porcos significa dar energia vital para
as tendências animalescas, indicativas da vulgaridade que ocorre no ponto
mais denso da jornada evolutiva.
Ele
queria matar a fome com as cascas jogadas aos porcos. As cascas são
os revestimentos físicos exteriores, ou as formas temporárias. Comer
cascas, então, simboliza existência e experiência no interior da forma
externa mais densa. Para o intelecto humano, essa fase da jornada
corresponde ao estágio evolutivo em que a mente é incapaz de apreender
as idéias e verdades abstratas e espirituais, daí alimentar-se com as idéias
concretas. A percepção de que as cascas, ou a natureza efêmera das
formas exteriores, são inteiramente insatisfatórias produz um anseio
pelas realidades permanentes interiores. Essa é a verdadeira ?fome?
por Deus, o anseio da alma pela união com sua verdadeira Fonte.
Mas
ninguém lhas dava. A fome ainda perdura. A descoberta da realidade
pelo homem é acompanhada pela compreensão de que a fome da alma nunca
poderá ser satisfeita por ?comida? do exterior, e que a peregrinação
da alma não terminará enquanto houver dependência de apoios externos.
Esse é também um indício da solidão do místico.
Os
servos de seu Pai comem enquanto ele passa fome. O ciclo de descida à matéria está chegando ao fim, pois o
filho pródigo pensa em seu lar. O místico, faminto por alimento
espiritual, contempla a casa do Pai, os seres espirituais e as inteligências
criativas, os servos do Supremo, que têm comida em abundância. O homem
que começa a despertar espiritualmente, percebe lentamente que somente
através do serviço ao próximo
poderá encontrar o caminho de casa e trilhá-lo até o fim. Somente pelo
serviço o homem pode tornar-se Senhor do Todo. Está implícita a
necessidade de humildade e a subserviência da personalidade ao Eu
espiritual.
Vou-me
embora. Macrocosmicamente, o ponto mais baixo da involução foi
atingido e a viagem de retorno começa. Microcosmicamente, o filho pródigo
fala pela primeira vez, indicando que a vida universal no homem atingiu a
autoconsciência e a individualidade, capacitando-o a entrar
deliberadamente no caminho de retorno. Seu arrependimento expressa um estágio
de maturidade no qual descobre que nenhum objeto exterior pode satisfazer
espiritualmente a alma, ou ?salvar? qualquer ser humano. A busca da
satisfação começa a ser direcionada para o interior e para cima.
Simbolicamente, o filho pródigo arrepende-se de seus erros anteriores,
descobre o verdadeiro caminho e começa a jornada de retorno.
E
ele partiu e foi ao encontro de seu Pai. Ainda que a longa e árdua
jornada de volta à casa do Pai não seja explicitada (a via normal ou o
caminho acelerado), a meta é atingida finalmente. Tendo escolhido as
realidades permanentes, o homem entra no Caminho do Discipulado e acelera
a viagem. A ilusão da separatividade é superada, e a consciência
universal, a condição da Casa do Pai, é atingida.
Seu
Pai corre para recebê-lo, dando calorosas boas vindas e o beija. Quando
o caminho de retorno é trilhado, num certo ponto ocorre um afluxo de
poder divino. A partir de então, para cada passo que o aspirante dá em
direção ao alto, seu Mestre dá dois passos em sua direção,
alegoricamente seu Pai corre para abraçá-lo. No sentido iniciático, o
beijo simboliza a descida da força monádica sobre o candidato, por meio
da voz e do tirso do hierofante na iniciação. Nesse sentido, o beijo
representa a união das energias telúricas com as energias espirituais no
centro da cabeça do iniciado, conferindo iluminação.
O
filho pródigo confessa ser indigno. A confissão metafórica revela
que, quando o ciclo evolutivo está prestes a terminar, o peregrino
compreende o quanto a descida à matéria macula a expressão do Espírito.
Da mesma forma, quando o Eu Superior alcança um certo grau de autoconsciência
e é capaz de transmitir esse fato à mente e ao cérebro do homem mortal,
então a motivação e a conduta não-espirituais anteriores são
deploradas e renunciadas. A adoção natural dessa atitude de
reconhecimento, renúncia e entrega marca uma fase muito importante no
desenvolvimento do homem. Em cada encarnação, esse processo de
arrependimento também ocorre no momento da morte, quando a alma passa em
revista toda a vida da personalidade.
O
Pai disse: trazei a melhor veste. Vestimenta nova é símbolo de um
estado de consciência renovado e expandido. A vestimenta existente
expressa as limitações usuais da personalidade como egoísmo,
preconceito, intolerância, cegueira espiritual e outros grilhões da
mente, que devem ser descartados para que uma nova fase evolutiva possa
ser adentrada. Geralmente, uma veste nova ou lavada significa um novo
corpo para a consciência, uma vez terminada uma etapa de experiência de
vida no mundo. Agora a Veste do Filho é do melhor tecido, o mais sutil, a
veste de Luz, ou Manto de Glória.
O
Pai disse: ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. O círculo
(anel), é o símbolo da eternidade e do poder e sabedoria eternos. Um
ciclo foi terminado, e o anel indica que outro deverá ser começado, pois
a progressão cíclica não tem começo concebível nem fim imaginável. O
anel simboliza também os poderes adquiridos com o término do ciclo
anterior. A colocação de sandálias nos pés complementa o simbolismo do
anel no fim de um ciclo. A substância macrocósmica, especialmente a mais
densa, é comumente representada por calçados, pois esses são colocados
na parte inferior do corpo. O Ser está agora capacitado a entrar num novo
ciclo devidamente aparelhado. Ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus
pretendeu o mesmo significado. Os pés simbolizam a fundação da vida
humana e das atividades diárias. Quando são purificados ou ?lavados?
pela ação inspiradora e iluminadora do Princípio Crístico no interior
de cada homem, então, é alcançada a autopurificação.
O
novilho cevado. Simboliza o resultado do processo criativo.
Macrocosmicamente, comer o novilho cevado indica a absorção na Fonte
divina de todas experiências e poderes resultantes do processo de
manifestação em seus ciclos involutivo e evolutivo. No homem, o
microcosmo, o novilho é o símbolo da sabedoria intuitiva, que nasce da
descida da vontade espiritual ao veículo da inteligência abstrata, onde
reside a alma imortal. No sentido espiritual, o processo de comer o
novilho cevado, assim como todo banquete, simboliza o estado de
?plenitude? que foi alcançado ao fim de um ciclo (como a última ceia
do Senhor).
O
irmão mais velho ficou com raiva. A suposta raiva do filho mais velho
deve ser tomada como uma manobra proposital para não chamar a atenção
dos profanos para a natureza mais profunda da sabedoria secreta, pois é
inconcebível a inveja entre diferentes aspectos da natureza Divina.
Microcosmicamente, os dois irmãos podem ser considerados como os dois
aspectos da mente humana, abstrato e concreto. Quando ocorre a sublimação
da mente concreta, após o seu mergulho na matéria, os dois aspectos da
mente são unidos e tornam-se o princípio intelectual. Assim, é natural
que no fim da grande peregrinação o filho mais novo e o mais velho sejam
reunidos na casa do Pai.
Teu
irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi
reencontrado! A parábola descreve estados de consciência. A morte,
nesse caso, implica na completa, ainda que temporária, perda, pelo homem
mortal, da experiência da natureza divina e imortal do verdadeiro Eu. A
ressurreição, por outro lado, descreve o redescobrimento desse
conhecimento da unidade. Estar perdido significa o estado mental de ilusão
da separatividade, que inibe temporariamente a compreensão espiritual,
principalmente da unidade com Deus.
Queda
e redenção. A idéia da queda do homem, da maldição de Eva e do
pecado original, descritos no Gênesis, estão em íntima conexão com o
tema da Parábola do Filho Pródigo, e descrevem a ?queda? do Espírito
na matéria e sua eventual redenção, simbolizada pela jornada do filho
pródigo ao país longínquo e seu retorno à casa do Pai. Em contato com
a matéria, o Espírito perde temporariamente a consciência da unidade,
desenvolvendo a ilusão da separatividade, individualismo, orgulho,
sensualidade, que constituem o preço que cada habitante da Terra deve
pagar para alcançar o estado do Homem Perfeito, o Adepto.
Tudo
o que é meu é teu. A suave reprimenda do Pai ao filho mais velho,
constitui a afirmação da verdade eterna de que todos os seres são
expressões da vida una divina. Conseqüentemente, todas as manifestações
da vida una participam nas realizações umas das outras, ainda que
aparentemente separadas. A afirmação do Pai sobre a unidade aparece
corretamente ao final da estória, que descreve alegoricamente o término
de um grande ciclo.
Está implícito que a descida do ?filho? de sua morada celestial de eterna harmonia e bem-aventurança obedece a um desígnio da maior transcendência e não representa uma atitude de rebeldia ou de desrespeito, mas, ao contrário, constitui-se num ato de total obediência à vontade do Pai.
[1]
The Hidden Wisdom in the Holy
Bible, op.cit., Vol. I,
parte iv, apresenta uma seção com a exposição da
Parábola do Filho Pródigo como um exemplo da lei dos ciclos.
(pg. 197-243).
[2]
Vale lembrar que o leitor poderá encontrar o significado das palavras
técnicas incluídas nesta seção no glossário apresentado no anexo
4.
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