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OS
ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
O
objetivo do processo da manifestação
Qual é o
objetivo da manifestação? Estamos agora procurando entrar no propósito
da Mente de Deus, o que seria totalmente absurdo e mais uma demonstração
da arrogância e soberba humana, se não fosse pelo grande acervo de
revelações coincidentes em várias tradições. O propósito da
manifestação, em seus infindáveis ciclos de expansão e
recolhimento, parece ser a constante evolução. A busca da Perfeição
é a grande meta universal, a evolução constante do Todo e de Suas
partes ao longo da espiral do progresso infinito.[1]
Esse processo
parece requerer que o Todo se manifeste em seus diferentes aspectos,
como o Sol manifesta-se por meio da infinidade de seus raios. Seguindo
esse paralelo, podemos imaginar que o ser humano, como um raio do Sol
Central Espiritual, é um aspecto da Divindade, é Deus imanente que
se manifesta em cada partícula do Universo. É pelo progresso dessas
partes, ou seja, pelo processo evolutivo, que o Todo alcança seu
objetivo. Assim, a humanidade deve evoluir como um grande organismo, o
que é feito por meio da somatória de suas partes constituintes, em
particular, de cada ser humano.
Num nível
mais acessível à mente humana, poderíamos interpretar o objetivo
divino como sendo a plena manifestação do Espírito através
da matéria. Podemos conceber que o elevadíssimo estado de consciência
do Espírito manifesta-se plenamente no plano espiritual. O grande
desafio da manifestação e, portanto, sua meta final, é a manifestação
da plenitude espiritual no plano físico, através da matéria. Alguns
autores referem-se a esse processo como a redenção da matéria. Essa
manifestação ocorre quando a consciência se expande, ou seja,
quando abarca níveis de percepção cada vez mais sutis que são
integrados aos níveis de consciência inferiores aos quais o homem
estava acostumado anteriormente. A integração de consciência é a
chave para se alcançar a plenitude do Cristo de que fala Paulo.[2]
Para o ser
humano isso significa alcançar a suprema expansão de consciência
que é referida como ?nirvânica? nas tradições orientais e que,
na tradição cristã é dito ser alcançada quando o devoto funde-se
em Deus. Isso deve ser feito enquanto o homem está encarnado, para
que a mente suprema se manifeste através do cérebro, isto é, na matéria.
Essa parece ser uma das razões para as reencarnações dos iniciados
e mesmo dos mestres, para que, enquanto estão trabalhando para o bem
da humanidade, tenham a oportunidade de dar mais um passo no processo
evolutivo.
Essas
considerações não são de cunho meramente filosófico, mas estão
solidamente embasadas nos ensinamentos da tradição cristã. O
objetivo dinâmico do progresso infinito foi indicado por Jesus quando
nos instruiu: ?Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito? (Mt
5:48), reiterando o ensinamento milenar também expresso na tradição
judaica ?Sede santos, porque
eu, Iahweh vosso Deus, sou santo? (Lv 19:2). É inconcebível
pensarmos que Jesus poderia zombar de seus discípulos apontando para
um objetivo inatingível de perfeição. Essa perfeição, que já
existe em estado germinal, só precisa ser efetivada com a união, em
consciência, de nossa natureza inferior com a superior.
A meta da
perfeição a ser alcançada por toda a família humana, e não
meramente por uns poucos eleitos, é um dos argumentos mais sólidos
para a necessidade da reencarnação. Muito poucos devotos, mesmo em
se tratando de teólogos obedientes às doutrinas da igreja, teriam a
ousadia de dizer em sã consciência que seriam capazes de alcançar a
perfeição, entendida como a estatura da plenitude do Cristo, em sua
atual encarnação. A concepção de um Deus que cria todo um
universo, ao longo de sucessivas etapas de muitos milhões de anos,
com o objetivo último de alcançar a perfeição da manifestação,
mas que é impaciente com a culminação de sua obra prima, o homem, a
ponto de condená-lo à danação eterna no inferno, após uma única
e curta tentativa de encarnação da alma neste mundo, em meio a
circunstâncias às vezes tão desfavoráveis, é realmente um
monumento à insensatez e à ignorância de uma parte considerável da
família humana.
A concepção
teológica de que Deus só dá uma única oportunidade de vida ao ser
humano para alcançar a perfeição é uma ofensa à sabedoria divina.
E o que dizer da compaixão do eterno Pai, que Jesus se referia tão
carinhosamente como Abba?
Como um pai justo poderia esperar o mesmo resultado de todos seus
filhos colocados em situações de vida tão diferentes, alguns
nascendo cegos, com deficiências mentais, em ambientes de guerra, ódio
e miséria, e outros em situações obviamente muito mais favoráveis
para a vida espiritual? Mas, a realidade é que Deus é justo e
compassivo! Sua justiça e compaixão se expressam em nosso mundo por
meio da lei de causa e efeito. As circunstâncias favoráveis ou
desfavoráveis em que nos encontramos não são o resultado de um Deus
caprichoso e inconstante, mas sim o resultado cumulativo de nossas próprias
ações ao longo de muitas vidas. A compaixão e a sabedoria divina
estão sempre a nossa disposição, ainda que respeitando nosso livre
arbítrio. Assim, a Lei molda o resultado de nosso carma, ainda que
doloroso, de forma tal que se apresente sempre o estímulo para
aprendermos a lição devida e sairmos do atoleiro de nossa ignorância
rumo à senda da perfeição.
A igreja
postula que Deus cria uma alma nova para cada ser humano no ato de sua
concepção. Dentro dessa lógica, o ser humano seria o corpo físico,
que apesar de mortal, condiciona a criação da alma imortal. Daí a
doutrina da ressurreição da carne tão querida da igreja, quando
seria presumivelmente alcançada a perfeição. Por isso, os
ensinamentos de Orígenes sobre a preexistência da alma foram
declarados heréticos, no segundo concílio de Constantinopla em 553
de nossa era. As autoridades eclesiásticas ignoraram toda a tradição
oral sobre a matéria, inclusive diversas passagens bíblicas aludindo
sobre a reencarnação. Talvez a mais pertinente nesse contexto seja a
passagem no Livro da Sabedoria, excluído da Bíblia pelos
protestantes, mas mantido pelos católicos, em que é dito: ?Eu
era um jovem de boas qualidades, coubera-me, por sorte, uma boa alma;
ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha? (Sb 8:19-20).
Outras passagens bíblicas relacionadas com a reencarnação serão
apresentadas quando examinarmos a lei de causa e efeito, a justiça
divina.
O objetivo do
Plano de Deus da manifestação plena do Espírito através
da matéria, parece ter sido registrado na Bíblia, em linguagem simbólica,
na passagem em que Jesus entra em Jerusalém montado num jumento (Mt
21:1-11; Mc 11:1-11; Lc 19:30-36; Jo 12:14), reiterando, ensinamento já
consagrado no Antigo Testamento (Zc 9:9). Nessa passagem, como na
maior parte dos relatos dos evangelhos, Jesus, simboliza o Eu
Superior, o Cristo no coração do homem; Jerusalém é a cidade
sagrada, o símbolo do Reino dos Céus, que deve ser adentrado pela
natureza superior do homem montada num quadrúpede, o jumento, que
retrata o quaternário inferior do homem (seus corpos físico, energético,
emocional e mental concreto). Para que isso possa ocorrer, esse quadrúpede
deve ser domesticado, ou seja, disciplinado para servir como veículo
satisfatório do Deus interior. Portanto, o Reino dos Céus, que é a
perfeição, só é conquistado quando o Cristo interior consegue
servir-se com total desenvoltura de seu veículo humano, então,
totalmente treinado e subserviente ao seu Senhor.
A Física
postula que, quanto mais longínquo o passado, maior ordem deve ter
existido e, quanto mais distante o futuro, maior a desordem. A ação
do homem no mundo parece apontar nessa direção: ao comer todos os
dias, ele transforma energia ordenada (alimentos) em energia
desordenada (calorias) e, no processo de produzir seus alimentos e
outras necessidades, degrada o meio ambiente com uma virulência tal
que já preocupa os ambientalistas. Percebemos isso numa casa ou em
qualquer outra coisa feita pelo homem. Se ela não tiver a devida
manutenção, tenderá a se deteriorar com o passar do tempo. O mesmo
acontece com o corpo do ser humano que, com a idade, vai se
deteriorando e perdendo o vigor lentamente até o momento da morte,
quando então o processo de deterioração dá um salto e acelera-se
rapidamente. Essa tendência ao caos chama-se entropia.
Por outro
lado, o esoterismo e todas as grandes religiões apontam como objetivo
o aperfeiçoamento progressivo do ser humano. Muitas tradições, como
o cristianismo, falam de um caminho da perfeição, em que o ser
humano pode galgar vários marcos, também conhecidos como iniciações,
até alcançar um estágio supra-humano, como Mestres de Compaixão e
Sabedoria. Esses marcos, ou iniciações, foram retratados de forma
simbólica no relato bíblico da vida do Cristo, como sendo o
nascimento, o batismo, a eucaristia, a morte seguida da ressurreição
e, finalmente, a ascensão aos céus. Muitos desses Mestres, ou
Adeptos, escolhem permanecer na esfera da Terra para ajudar a
humanidade sofredora.
Assim, como
conciliar a premissa básica da Tradição-Sabedoria, compartilhada
pelo cristianismo esotérico, de progresso infinito, com a premissa da
Física, de um universo em expansão regido pela lei da entropia? A
aparente incompatibilidade da física com o esoterismo é que a
entropia, como é conhecida a segunda lei da termodinâmica, postula
que, num sistema fechado, a desordem sempre aumenta com o tempo.[3]
O progresso espiritual da humanidade, face a entropia do mundo
material, só pode ser entendido se tivermos em mente que o ser humano
é, na verdade, a alma, ou seja, a unidade de consciência, aquela
parte da mente que é imortal e que utiliza periodicamente vestimentas
corpóreas em suas descidas ao mundo terreno, à escola da vida, para
dar mais alguns passos na longa estrada que leva à perfeição.
Na verdade, a
entropia rege o mundo material, enquanto a alma, no mundo espiritual,
está sujeita a outras leis, tão inexoráveis como a da entropia e a
da gravidade. Nota-se, no entanto, que nos dois planos sutis
imediatamente acima do plano material, ou seja, no plano astral e no
plano mental concreto, a entropia parece prevalecer. As emoções e as
?formas-pensamento? (vide Glossário) tendem a desagregar-se e
dissipar-se com o passar do tempo. É bem verdade que esses dois
planos regem aspectos da personalidade sendo, assim, partes do mundo
material fenomênico, enquanto a alma atua em planos mais sutis, imune
à entropia e, ao contrário, progredindo sempre.
A infinita sabedoria de Deus pode ser vista na interação entre entropia e progresso infinito. A entropia rege o mundo das formas, que são adentradas periodicamente pela alma em busca de experiência para seu progresso. A alma tem, então, um período determinado para aprender suas lições no mundo terreno até que a entropia inevitavelmente cause a deterioração de seus veículos, possibilitando que, numa próxima descida à Terra, novos veículos mais adaptados às suas conquistas sejam-lhe oferecidos. Portanto, a deterioração das formas e sua eventual destruição são essenciais para o progresso da consciência.
[1]
O jovem Krishnamurti, refletindo os ensinamentos de seu Mestre
escreveu: ?...o que é
realmente importante é o conhecimento ? conhecimento do Plano
de Deus em relação aos homens. Pois Deus tem um plano e esse
plano é a Evolução; quando o homem o tiver visto, e realmente o
conhecer, não poderá deixar de cooperar nele, unificando-se com
ele, tal a sua glória e beleza.? Aos
pés do Mestre, op.cit., pg. 17.
[2]
Ef 4:13.
[3]
Stephen W. Hawking, Uma Breve História do Tempo (R.J.: Rocco, 1994), pg. 201.
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