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OS
ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
Capítulo
27
A
VIDA DO CRISTO COMO O CAMINHO
A integração,
como vimos no capítulo anterior, é a chave para o entendimento de nossa
tradição esotérica. Somente quando o devoto consegue integrar o relato bíblico
em sua realidade interior é que a mensagem de Jesus realmente começa a
trabalhar em sua alma. Isso é feito quando despertamos para o fato de que os
relatos evangélicos não são meramente acontecimentos históricos de um
passado distante, mas sim, a história de nossa própria alma. A chave que
abre esse entendimento é a compreensão do simbolismo e da alegoria implícitos
na mensagem evangélica.
Encerraremos
nosso estudo sobre a tradição esotérica do cristianismo com um dos aspectos
mais velado dos evangelhos, a própria vida do Cristo. A comovente história
da vida de Jesus, como relatada nos quatro evangelhos, mais do que um relato
biográfico exato da vida do Mestre, retrata, segundo um método velado da
tradição milenar dos Mistérios, ensinamentos esotéricos profundos sobre a
vida de cada filho de Deus, de cada um de nós.
Não é nosso
propósito questionar a historicidade do relato bíblico que por tantos séculos
serviu de esteio à devoção de milhões de fieis. O Vaticano, porém, ciente
de uma série de incongruências nos relatos bíblicos da vida de Jesus, vem
estimulando estudos para elucidar diversas questões históricas, inclusive a
verdadeira data do nascimento e da morte de Jesus, um problema insolúvel para
os historiadores há séculos. No relato bíblico a data apresentada para o
nascimento de Jesus é fixa, porém a de sua morte é variável, uma indicação
de que o relato é mítico e não histórico. O recém-nascido Jesus teria
sido perseguido por Herodes, porém, é sabido que esse personagem histórico
reinou na Palestina no período de 37 a 4 antes de nossa era, tendo morrido,
portanto, quatro anos antes do suposto nascimento daquele a quem ele teria
mandado matar. Esse e outros problemas históricos relativos à vida de Jesus
não são objeto de nosso estudo.
Tampouco
examinaremos os paralelos da vida de Jesus com os relatos da vida de outros
grandes personagens das mais diversas tradições, como Krishna, Odin, Baal,
Indra, Zoar, Alcides, Mikado, Thor, Quexalcote, Fohi, Tien, Adônis, Quirinus,
Prometeu, Maomé, Mitra, Hórus, Dionísio, Zaratustra e Buda, para citar
alguns.[1]
Ainda que alguns estudiosos tenham sugerido que a vida de Jesus é mais um
exemplo do mesmo mito solar representado em outras tradições, especialmente
na tradição egípcia, na qual Jesus era versado, essas considerações não
são centrais para a nossa tese.[2]
Para o
verdadeiro cristão convencido de que o Reino de Deus está em seu interior e
que ele pode ser alcançado pela metanoia,
o importante é saber que o relato dos evangelhos descreve de forma alegórica
os cinco estágios, ou iniciações, pelos quais todo buscador terá que
passar até atingir a meta suprema da perfeição. Se o Reino está no
interior de cada um, com mais razão ainda estará o Cristo. A importância
desse ensinamento foi reiterada por Paulo que, em inúmeras passagens de suas
epístolas, orienta-nos para o Cristo em nós, a esperança de glória. O
amadurecimento espiritual faz com que as barreiras da separatividade sejam
progressivamente destruídas. Para o místico, o Cristo não é mais uma
figura separada no tempo e no espaço, mas uma realidade permanente em seu
coração, que deve ser vivenciada aqui e agora.
Procuraremos examinar, portanto, o relato evangélico como a descrição da verdade eterna dos grandes marcos iniciáticos da vida de todo filho de Deus na etapa final de retorno à casa do Pai. Esse enfoque não diminui em nada o respeito e veneração que devemos sentir por Jesus, o Mestre que demonstrou de forma pungente como é possível alcançar-se a medida da estatura da plenitude do Cristo. O personagem central, Jesus, simboliza o Cristo interior, que procura de forma ingente trazer sua mensagem redentora a nossa natureza inferior. Os principais eventos da vida de Jesus serão interpretados a seguir como marcos referenciais das cinco grandes iniciações, por que passam todos grandes mestres.[3]
[1]
Um exaustivo trabalho de Kersey Graves, intitulado The
World?s Sixteen Crucified Saviors, or Christianity before Christ (reprint,
Montana, Kessinger Publishing Co) indica que varias características são
comuns a quase todos esses salvadores da humanidade. Dentre elas vale
mencionar: nascimento milagroso, de mães virgens, em 25 de dezembro; suas
vindas teriam sido profetizadas anteriormente; uma estrela brilhante
indicaria o local do nascimento; anjos, pastores e magos estariam
presentes; eram de descendência real; foram ameaçados de morte na infância
pelo governante do país onde nasceram; deram provas de sua divindade;
afastaram-se do mundo por algum tempo para jejuar; disseram que o seu
reino não era desse mundo; foram ungidos; foram crucificados pelos
pecados do mundo; depois de três dias enterrados ressurgiram dos mortos;
ao final de sua missão ascenderam ao céu.
[2]
O leitor poderá obter mais informações sobre essas questões no
exaustivo estudo de Gerald Massey, The Historical Jesus and the Mythical Christ (republicado em N.Y.
por A&A Books Publishers, 1992).
[3]
As interpretações apresentadas foram baseadas nos livros listados a
seguir: Geoffrey Hodson, The Hidden Wisdom in the Holy Bible, vol. I, op.cit., e A
Vida do Cristo do Nascimento a Ascensão, (Brasília: Editora Teosófica,
1999); Annie Besant, O Cristianismo Esotérico, op.cit.; C.W. Leadbeater, A
Gnose Cristã, op.cit.; Alice A. Bailey, From
Bethehem to Calvary, The Initiations of Jesus (N.Y.: Lucis, 1981);
Rudolf Steiner, From Jesus to Christ
(Sussex, Inglaterra: Rudolf Steiner Press, 1991).
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