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OS
ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
Capítulo
27
A
VIDA DO CRISTO COMO O CAMINHO
Para os
budistas e hinduístas, aquele que recebeu a quarta iniciação é chamado
de Arhat, sendo conhecido como
o liberto que não mais precisa retornar ao mundo dos homens, tendo
merecido o descanso paradisíaco no que chamam de Nirvana.
A maior parte dos Arhats, no
entanto, movidos pela suprema compaixão, comprometem-se a permanecer na
esfera terrena para ajudar na libertação de todas as almas sofredoras,
até o fim dos tempos.
A alma
(Jesus) agora venceu a morte, porque morreu para o mundo. Simbolizando o
término de seu ministério terreno, o iniciado diz, como Jesus na cruz: ?Está
terminado? (Jo 19:30) e ?Pai,
em tuas mãos entrego o meu espírito? (Lc 23:46).
No relato
bíblico Jesus retorna dos mortos e fica algum tempo instruindo seus
discípulos, preparando-os para prosseguirem com o ministério de
salvação das almas. Esse retorno ao mundo terreno, seja num corpo
físico, seja num corpo sutil, dependendo dos textos consultados, comprova
o compromisso do iniciado em permanecer em nossa esfera terrena instruindo
e ajudando a humanidade. Chega finalmente o dia que, em grande glória,
ele ascende ao céu. No texto Pistis
Sophia a ascensão é descrita de forma tocante, com a descida de
anjos portando seus mantos de luz. Uma vez envolvido na luz, Jesus é
transfigurado e seus discípulos não podem agüentar o brilho de sua luz
até que Jesus desaparece no alto. Jesus, como todo o adepto que recebeu a
quinta iniciação, pode agora dizer: ?Eu e o Pai somos um? (Jo 10:30).
A quinta
iniciação indica o término do aprendizado humano. O Mestre de
Compaixão e Sabedoria alcança a perfeição e passa a ser um salvador de
almas. Todas as tentativas de descrever a natureza desses excelsos seres
são infrutíferas, pois não existe termo de comparação em nosso mundo
terreno, já que eles agora pertencem a uma outra categoria de seres,
muitas vezes descritos como divinos. São verdadeiros mensageiros
plenipotenciários de Deus, trazendo, como Jesus, a eterna mensagem de
salvação para as almas sofredoras. E essa é a meta que o Pai celestial
estabeleceu para todos nós.
Como vimos
anteriormente, a harmonia do processo evolutivo requer que cada
experiência de exaltação do iniciado seja contrabalançada por uma
experiência em sentido contrário. Assim, após as três primeiras
iniciações, Jesus teria enfrentado as forças das trevas: a
perseguição por Herodes, a tentação no deserto e a agonia no
Getsâmane. Na quarta iniciação a ordem é invertida, primeiro a noite
escura da alma culminando com a crucificação, para depois alcançar a
exaltação da ressurreição dos mortos. E a quinta iniciação? Qual
seria a possível contraparte penosa para quem alcançou a união com
Deus? Para quem permanece constantemente na bem aventurança de perfeita
unidade com Deus, o seu estado oposto é justamente deixar esse estado
paradisíaco. Essa é justamente a provação do Mestre de Compaixão e
Sabedoria! Encarnar-se de tempos em tempos, assumindo as limitações
inerentes a um corpo humano, submetido ao bombardeio das vibrações
extremamente pesadas de nosso mundo, sempre que o Plano Divino requer sua
atuação na Terra para dar mais um impulso ao processo evolutivo. Uma
imagem que talvez possa transmitir uma vaga idéia do que deve ser essa
provação para um Mestre seria o grau de sacrifício que um indivíduo de
classe média faria ao decidir-se voluntariamente abandonar sua vida
confortável para viver num barraco imundo num imenso aterro sanitário (o
que comumente chamamos de lixão) para dedicar-se a ajudar as pobres almas
que vivem catando lixo e morando naquela condição subumana.
Muitos
cristãos sinceros, ao perceberem nos relatos da vida de Jesus uma
representação alegórica dos cinco grandes marcos da vida do discípulo
até atingir ?a medida da estatura
da plenitude do Cristo? (Ef 4:13), desejam também passar pela mesma
experiência. Nesse caso, segue-se naturalmente a pergunta: como posso ser
iniciado? O processo iniciático é um mistério que é mantido em segredo
por aqueles que foram admitidos ao ádito sagrado. Sabemos que o primeiro
passo é ser aceito como discípulo de um Mestre que assumirá o encargo
de prepará-lo para as iniciações.[1]
E o que devemos fazer para ser aceitos por um Mestre? Pensamos que a
aspiração ardente pela união com Deus e o uso do instrumental
transformador descrito nesse livro abre o caminho para isso. Ademais,
existe na tradição esotérica um lema auspicioso para todo buscador: ?Quando
o discípulo está pronto o mestre aparece.?
Nos primeiros
séculos, após a morte de Jesus, os cristãos dedicados que levavam uma
vida pura podiam ser admitidos aos grupos internos criados pelos
discípulos de Jesus. Nesses grupos, uma vez devidamente preparados, os
devotos podiam receber progressivamente os sacramentos, ou mistérios,
instituídos por Jesus. Esses sacramentos eram: o batismo, a crisma, a
eucaristia, a redenção e a câmara nupcial.[2]
Os sacramentos tinham um estreito paralelo com as iniciações como
descritas anteriormente. O batismo eqüivalia ao nascimento do Cristo
interior (?Todos vós, que fostes
batizados em Cristo, vos vestistes de Cristo? Gl 3:27); a crisma era
o batismo do Espirito Santo, equivalente ao batismo de Jesus nas águas do
Jordão; a eucaristia era equivalente à comunhão da natureza superior
com a inferior do homem, que ocorria na terceira iniciação; a redenção
tinha um paralelo com a quarta iniciação, representada pela morte e
ressurreição do Senhor; finalmente, o sacramento supremo da câmara
nupcial representava a união completa e permanente da consciência do
homem com a de Deus, representada pela ascensão de Jesus ao céu para
permanecer à direita do Pai.
Com
as perseguições instituídas pela ortodoxia, principalmente a partir do
século IV de nossa era, os grupos esotéricos cristãos que mantinham a
tradição dos mistérios de Jesus tiveram que se esconder para
sobreviver. A história do ocultismo indica que inúmeros grupos, ao longo
dos séculos, parecem ter recuperado de alguma forma essa tradição.
Assim como esses grupos existiram no passado, é lícito supor-se que
ainda existam nos dias de hoje, ainda que totalmente velados da
curiosidade pública. Assim sendo, em vez de lançar-se a uma busca
desenfreada por grupos ocultos, que muito provavelmente poderá redundar
na afiliação a grupos inidôneos, o devoto deve cuidar de sua
preparação interior, lembrando-se da verdade milenar mencionada
anteriormente de que ?quando o discípulo está pronto o mestre
aparece.?
Mas existe
outra alternativa aos sacramentos exteriores, que são esses mesmos
mistérios ministrados interiormente aos devotos sinceros. Esse é o
caminho que vem sendo trilhado por milhares de místicos ao longo dos
séculos. Esses incansáveis buscadores trilharam arduamente o caminho da
perfeição, recebendo em seu coração, provavelmente de forma
inconsciente, os sacramentos de Jesus, à medida que progrediam no caminho
espiritual. Ao analisarmos a vida dos místicos torna-se óbvio a
correlação dos estágios da via mística com as iniciações e os
sacramentos de Jesus.
Ainda que nem
todos os místicos sigam exatamente a mesma seqüência de experiências
interiores, alguns pesquisadores sugerem que existem cinco etapas gerais
pelas quais a maior parte desses ardentes buscadores passam a caminho da
união final com o Bem-Amado. [3]
O
despertar. A primeira etapa é caracterizada pelo despertar da
consciência para a Realidade Divina. Ela é abrupta e bem marcante em
muitos casos, mas também pode ser gradual. Geralmente, é acompanhada de
sentimentos intensos de contentamento e até mesmo de arrebatamento
espiritual, que proporcionam incentivo ao indivíduo a se dedicar
integralmente a ?seguir a Deus.?
Purgação.
Na segunda etapa, o místico torna-se consciente da disparidade entre a
beleza e a pureza divina que foram experimentadas em seu interior frente
à realidade do seu estado exterior, caracterizado por imperfeições,
apegos, ilusões e impurezas. Inicia-se, então, a penosa etapa de
purificação em que ele procura eliminar, pela disciplina e
mortificação, tudo aquilo que julga ser uma barreira ou elemento
impeditivo para seu progresso rumo ao ideal de união com Deus. São
geralmente longos anos de esforço e sofrimento, na luta ingente contra a
natureza inferior.
Iluminação.
Depois do sofrimento da purgação vem a intensa felicidade da
iluminação, ou comunhão com Deus. Tendo se libertado em grau
considerável das ?coisas do mundo,? a custo de muito suor e
lágrimas, o místico pode agora colher os frutos da realidade espiritual
que em nada se parecem com a gratificação dos sentidos. Ocorrem visões
da Unidade, da Luz Divina, percepções intuitivas da natureza humana e da
realidade das coisas, vozes angélicas e celestiais que o instruem,
arrebatamentos e viagens fora do corpo. O místico entra numa nova
dimensão e passa a contribuir de forma mais capaz e dedicada às
necessidades dos que o cercam.
A
noite escura da alma. Prossegue a alternância entre luz e sombra das
três primeiras etapas. Depois de ter metaforicamente visto o Sol, o
místico agora penetra nas profundezas das trevas. Tendo se deleitado com
a experiência da presença de Deus, agora ele sofre com a ausência
divina. Ele enfrenta a mais terrível de todas as experiências do caminho
místico, descrita por João da Cruz como a
noite escura da alma e, por outros, como a ?dor mística,? a
?morte mística,? a ?purificação do Espírito.? É uma
verdadeira ?crucificação espiritual? a que o buscador deve
submeter-se para alcançar a glorificação subseqüente da ascensão às
alturas da união com Deus. Enquanto estava na etapa da purgação, o
místico buscava extirpar o interesse pelas coisas do mundo e pela
gratificação dos sentidos, agora ele deve estender o processo de
purificação ao âmago de sua natureza inferior, eliminar o sentido de
ser um ?eu separado.? Somente quando a personalidade entrega-se
inteiramente a Deus, com fé inquebrantável, apesar de sofrer com o que
lhe parece ser o abandono da Divina Presença, quando não mais espera
nada para o eu pessoal, cortam-se os últimos laços com a consciência
egoísta, capacitando a alma a unir-se com o Supremo Bem.
A
União. A bem-aventurança experimentada nesse estágio é
inteiramente diferente de qualquer experiência de felicidade até então,
pois agora o místico não experimenta algo fora de si como um observador
ou mesmo como participante, como acontece na etapa da Iluminação. Nessa
etapa ele une-se a Deus e tem a experiência absolutamente indescritível
de ser divino. Essa é a meta final do caminho místico e da vida
espiritual. É geralmente alcançada em estado de profunda contemplação,
quando cessam todas as imagens do mundo das formas e dos conceitos, e o
místico identifica-se com o Vazio, o estado contemplativo sem formas e
conceitos, que é simultaneamente a plenitude da Vida e do Ser.
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A rica tradição esotérica cristã sempre esteve voltada para a transformação do homem velho num homem novo. O objetivo dessa tradição não é formar meros devotos, ou cristãos tradicionais, mas sim verdadeiros Cristos, nascidos na gruta do coração, sendo batizados, transfigurados, mortos e sepultados, ressurgindo dos mortos e, finalmente, ascendendo em glória aos céus, para permanecerem à direita do Pai. Essa é a via mística, trilhada por tantos milhares de buscadores sinceros ao longo dos séculos. Nela todos os ensinamentos e passagens da vida do Cristo retratam a vida de sua própria alma. Se for bem sucedido nesse propósito, o místico perceberá que as palavras do Cristo eram dirigidas a ele: ?Eu vos digo, verdadeiramente, que alguns que aqui estão presentes não provarão a morte até que vejam o Reino dos Céus? (Lc 9:27). Será excelsa a glória daqueles que alcançarem a perfeição, conforme se pode aquilatar nas palavras do Cristo registradas no Livro do Apocalipse: ?Ao vencedor concederei sentar-se comigo no meu trono, assim como eu também venci e estou sentado com meu Pai em seu trono? (Ap 3:21).
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