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AKHENATON
AKHENATON

"Teu nascer é belo no horizonte do céu,
Oh vivente Aton, Ordenador da vida!
Quando te ergues
no horizonte oriental do céu,
Enches todas as terras com tua beleza;
Pois és formoso, grande e radiante,
exaltado sobre a Terra;
Teus raios abarcam as terras,
e tudo o que criaste.
Tu és Rá, e tu cativaste a todos;
Tu os ligaste com teu amor.
Embora estejas distante,
teus raios estão sobre a Terra;
Embora estejas no alto,
tuas pegadas são o dia".

Hino ao Sol
AKHENATON

O Egito pode reivindicar ser o enigma arquetípico na história dos povos e das nações. Desde o semilegendário Menés, que surgiu das névoas da imemorial antigüidade para unir os Dois Reinos, até a brilhante Cleópatra, que manipulou Roma para preservar alguns dos tesouros internos do Nilo, o Egito tem povoado a imaginação humana com seu paradoxal senso de familiaridade e completo estranhamento, suas invocações de relações sociais amenas e estranhos poderes sinistros, sua cambiante mistura de sombra e luz tão dramática quanto a noite e o dia que passam entre suas ruínas colossais. A maior parte de seu magnífico legado foi perdido, e o pouco que resta - edificações arruinadas, tumbas profanadas, fragmentos literários - sobrevive de seu declínio quase interminável.

Nascido das sub-raças Atlanto-Arianas e sujeito a misturas do norte e do oriente, o Egito entra na história mítica com a maior parte de seu complexo passado oculto da visão profana. O que quer que tenha restado de sua história antiga foi escondido nos templos de mistério e jamais se permitiu que viesse à luz da investigação secular. No florescente período da XVIII Dinastia, inaugurada pela expulsão dos invasores Hicsos, marcada por sucessos imperiais, e destruída pelo ressurgimento do sacerdócio de Amon-Rá, o intrincado quebra-cabeças do Egito se complica. Ele não foi facilitado pela deliberada tentativa dos governantes subseqüentes de erradicar toda sugestão de que uma época como aquela tivesse alguma vez existido. A despeito da destruição sistemática, a muitos ainda fascina a XVIII Dinastia, e seu maior Rei, Akhenaton (Amenófis IV), inspira assombro e reverência.

Por volta de 1684 AC um povo Semita conhecido como os Hicsos invadiu e conquistou o Baixo Egito. Governando desde Mênfis e, mais tarde, de Avaris, no Delta oriental, estes adoradores de Seth e Apófis forçaram o Alto Egito a reunir suas forças em Tebas em torno da cosmologia de Amon-Rá. Ramósis, filho do Faraó, organizou um exército a partir de uma população desacostumada com os assuntos bélicos, e embora tenha morrido na batalha, a invectiva contra o Egito foi revertida. Quando seu irmão Amósis subiu ao trono, os Hicsos foram em grande parte expulsos do Delta e perseguidos até a Palestina. Embora os Hicsos tenham causado problemas por mais alguns poucos anos, Amósis reuniu os Dois Reinos e fundou a XVIII Dinastia. Enquanto que a pureza da linhagem real havia desde há muito imposto o casamento do Faraó com sua irmã, para que a poderosa bênção dos deuses pudesse ser canalizada à Terra através do foco régio dos princípios masculino e feminino, a XVIII Dinastia deu grande importância à Princesa Solar. Diversamente de suas meia-irmãs, cujas mães eram do harém real, a Princesa Solar podia remontar sua filiação até o Faraó e sua Grande Esposa, uma filha ao mesmo tempo de um Faraó e de uma Grande Esposa. Quando a morte roubava os filhos do Faraó, um parente menor podia ser elevado ao trono e legitimizar seu governo casando com uma Princesa Solar. Tão crítica para a vitalidade do reino e para a fecundidade da Terra era a manutenção ininterrupta do poder faraônico, que um novo faraó devia ascender ao trono no dia seguinte à morte de seu predecessor. Para evitar desastres, um faraó usualmente indicava um co-regente, que era coroado e gradualmente assumia os poderes enquanto que o rei mais velho aos poucos se retirava, um esquema cooperativo que funcionou eficazmente na XVIII Dinastia.

Amenófis I, filho de Amósis, elevou o culto de Amon-Rá e expandiu as fronteiras do reino em crescimento até a Núbia ao sul, da Lìbia no oeste e da Síria no leste. Ele fez de Tutmósis I seu co-regente, e já que Tutmósis era no melhor dos casos um parente distante, a co-regência foi tornada respeitável através do casamento com a Princesa Solar Ahmose. Tutmósis construiu um palácio em Mênfis, o que significou uma mudança no pensamento cosmológico e nos centros de culto. Seu filho, Tutmósis II, desposou a Princesa Solar Hatshepsut, e quando morreu de uma longa doença, a poderosa rainha fez-se proclamar ela mesma Faraó, assumindo as roupagens e títulos faraônicos masculinos, demonstrando o poder do princípio feminino no culto solar. Tutmósis III, co-regente nominal com Hatshepsut, aprendeu com ela o que pôde. Ao longo de quase meio século ele conduziu dezessete campanhas no Oriente Médio e garantiu os limites do reino até a Mesopotâmia. No primeiro movimento para unificar a desintegração religiosa, ele organizou todos os colégios sacerdotais sob um sacerdote de Amon. Infelizmente o resultado foi o inverso do esperado: antes de purgar a cultura Egípcia da superstição e do clericalismo, consolidou a autoridade sacerdotal.

Seu filho, Amenófis II, encontrou-se com os principais reis dos Mittanis, Arianos devotos de Mitra, Varuna, Indra e outros deuses Védicos, e tomou o sol alado de Mitra para os deuses solares do Egito. Tutmósis IV foi seu filho com a Rainha Tia, a qual pode ter sido uma Mittanita, e embora tenha travado diversas batalhas, morreu ainda jovem de uma doença degenerativa. Seu filho, Amenófis III, casou-se com a Rainha Tiy, não uma plena Princesa Solar, mas ligada à família faraônica e possivelmente de ascendência Indo-Européia. Logo no início de seu reinado, o fracasso espiritual das reformas clericais de Tutmósis III se tornou evidente. Os sacerdotes haviam se interposto entre os homens e os deuses, de modo que só estes "eleitos" podiam se aproximar do Divino. Com esta tirania religiosa os sacerdotes se tornaram custódios do certo e do errado, emitindo leis morais que governavam todos os aspectos da vida. Assim, para manter-se a harmonia com a Deidade, devia-se permanecer do lado certo, junto com os sacerdotes. Em uma sociedade que respeitava as classes sociais sem tê-las absolutizado - mesmo os escravos (obtidos só através de conquistas) eram pagos e encarregados apenas de certas horas de trabalho, dispondo de algum tempo livre - este elitismo era perturbador. Os deuses podiam ser remotos em sua transcendência palpável, mas jamais haviam sido colocados além do alcance de qualquer cidadão, pois o Faraó era visto como uma encarnação terrena do alento divino, irradiando sua beneficência sobre todos.

Amenófis III herdou um império rico, pacífico e poderoso. Livre da necessidade de direcionar pensamento, energia e recursos para a segurança do reino, ele podia devotar-se ao governo, à arquitetura e à reforma religiosa. Seu casamento com Tiy não foi ortodoxo, e embora Tiy lhe desse muitos filhos, acabou se casando com sua filha Sitamon, para assegurar seu status através de uma Princesa Solar. A evidência fragmentária é suficientemente contraditória para admitir duas interpretações: Amenófis, o conservador que resistiu a todas as mudanças religiosas, e Amenófis, o patrocinador de todas as reformas. Se alguém supuser que pelo menos alguns faraós da XVIII Dinastia notaram a necessidade de mudança radical e reconheceram que alterações permanentes deviam ser empreendidas em etapas, poderá ver o porquê de ele ter sido ao mesmo tempo conservador em suas práticas e totalmente patrocinador de seu famoso filho. Enquanto que o culto solar em Tebas era paroquial e sacerdotal, a grande cidade de On, conhecida pelos gregos e pela história como Heliópolis - a Cidade do Sol - também cultuava o Divino em sua forma solar. Rá-Harakhte, o sol alado, havia sido retratado na grande Esfinge. Suas origens Orientais são obscuras, mas alguns eruditos vêem conexão com o Aden ("Senhor" e "Belo Jovem"), do Oriente Médio, que foi reduzido ao Adônis dos gregos.

Em Heliópolis ele era conhecido como Atum-Harakhte, onde tinha um enorme colégio, que tem sido chamado de a primeira universidade do mundo. Seu culto era universal, englobando diversos rituais adequados aos vários temperamentos e culturas. Seu grande símbolo era Aton, o disco solar, máscara da realidade invisível que se manifesta como radiância doadora de vida. Quando Amenófis IV nasceu, em torno de 1394 AC, seus ancestrais já haviam cantado os louvores de Aton durante gerações. Diz-se que Amenófis I havia se tornado uno com Aton por ocasião de sua morte, "assimilado naquele de onde viera". Tutmósis IV fez um pacto com Rá-Harakhte-Aton em um sonho que teve ao dormir á sombra da grande Esfinge: em troca da limpeza da areia acumulada nos lugares sagrados, o príncipe seria feito Faraó, uma promessa mantida por ambas as partes. Amenófis III havia nomeado edifícios, navios e um regimento armado com o nome do deus. Mas talvez tenha sido o honorável sábio do pai quem mais tenha impressionado o filho. O sábio, chamado de Amenófis por causa do Faraó, havia dito:

"O homem passional no templo
É como uma árvore se erguendo numa floresta.
De repente vem a queda de sua folhagem;
Seu fim alcança o tálo.
Mas o homem tranqüilo
É como uma árvore de jardim.
Seu fruto é doce.
Sua sombra é agradável sob o sol,
E ela perdura no jardim".

Este espírito de gentil auto-cultivo sugeria uma suscetibilidade ética interna distinta da moralidade estatutária do clero Tebano. Talvez este sábio que honrava Rá-Harakhte tenha aconselhado o príncipe herdeiro a se tornar sacerdote, e talvez tenha aplaudido sua ascensão à co-regência.

NEFERTITIAinda muito jovem, Amenófis IV se casou com a bela e misteriosa Nefertiti, uma mulher tão inteligente, sensitiva e determinada quanto seu marido, e ambos dividiram um profundo amor mútuo e uma inabalável devoção a Aton. Em 1379 AC Amenófis IV (seu nome como Filho de Rá) assumiu a co-regência sob o nome de coroação Neferkheprure, mas ele construiu um grande templo em Tebas, não para Rá ou para Amon, mas para Rá-Harakhte-Aton. Antes de tentar outras reformas através da consolidação clerical, ele buscou substituir o politeísmo geográfico do Egito pela divindade da luz universal, pela Deidade todo-abrangente que ao mesmo tempo é a fonte invisível como o antigo e informe Aton, e a orbe solar visível que torna frutífera a Terra. Embora construísse este grande edifício em Tebas, uma linha de ação mais radical havia se tornada clara para o régio casal. Sem dúvida com a aprovação de Amenófis III e da Rainha Tiy, Amenófis IV renunciou ao seu nome como Filho de Rá por um nome como Filho de Aton: Akhenaton, "Aton é bem servido". Nefertiti, cujo nome significa "chegou a bela mulher", se tornou Neferneferuaton, "a beleza de todas as belezas de Aton". Suas duas irmãs também adotaram nomes associados a Aton - Meritaton e Meketaton. Foi escolhido um local despovoado para uma nova capital em um crescente de colinas que se voltavam para o Nilo. Conhecida agora como Tel-el-Amarna, a cidade foi batizada de Akhetaton, "a Aurora de Aton".

Dentro do espantosamente breve período de quatro a seis anos, uma próspera cidade real se ergueu das areias, iniciando com um enorme templo de Aton, cujas grandes portas de bronze atingiam uma altura de quase seis metros. Ao contrário dos templos de Amon, cujos pátios abertos conduziam através de sombra crescente até a escuridão do santuário interno, o Templo de Aton consistia de colunatas sombreadas que cercavam um grande santuário a céu aberto para receber os raios do Senhor. O espírito de Akhenaton foi expresso em uma estela fronteiriça, com texto de Akhenaton:

Sua Majestade ergueu sua mão para o céu, para aquele que o formou, e disse: "Assim como vive meu pai Rá-Harakhte, o grande e vivente Aton, ordenando a vida, vigoroso na vida, meu pai, minha fortaleza de um milhão de cúbitos, aquele que me lembra da eternidade, minha testemunha para a eternidade, que formou a si mesmo com suas próprias mãos, que não conheceu artífice algum, que está estabelecido incessantemente na alvorada e no crepúsculo diários. Estando ele no céu ou na terra, todos o vêem infalivelmente, enquanto ele enche a terra com seus raios e faz viver todas as faces."

"Ao vê-lo, possam meus olhos contentar-se todos os dias, quando ele se ergue sobre este templo de Aton em Akhetaton e o inunda com seu próprio ser através de seus raios, formosos de amor, e os lança sobre mim na vida e na extensão dos dias para todo o sempre".

Mesmo nas declarações formais da estela fronteiriça, a qualidade devocional da espiritualidade de Akhenaton rebrilha através da pedra desgastada. Entretanto, nada escrito sobrevive que pudesse relatar a fé viva de Akhenaton. Não obstante, os fragmentos de murais palacianos e pinturas tumulares sugerem muitas coisas. Criaturas vivas, plantas e animais, não são usadas com intenções estilizantes, mas são retratadas naturalisticamente como manifestações e recipientes da beneficência de Aton. A família humana é retratada em termos realistas, apesar de que as feições exageradas de Akhenaton possam indicar não uma doença, como crêem muitos estudiosos, mas antes algum significado esotérico. O estômago protuberante pode significar a compassiva gestação da sabedoria secreta sob a forma humana, reminiscente das representações Chinesas do Buddha Maitreya. A arredondada figura do Faraó pode indicar sua natureza andrógina como sumo-sacerdote de Aton. Em Tebas suas estátuas o retratam nu, com caracteres masculinos nítidos, mas sem genitália, não diferente das formas andróginas de Krishna. Akhetaton estava notavelmente livre da influência moralizante do clero Tebano, não por causa de sua "vida fácil", mas porque cada função natural e atividade social era exaltada e mesmo medida à luz de Aton.

"Brilhante é a Terra
Quando te ergues no horizonte,
Quando tu fulges como Aton através do dia;
A treva é banida
Quando tu envias teus raios;
Os Dois Reinos estão diariamente em festa,
Despertos e eretos sobre seus pés,
Pois tu os ergueste...
O homem vai para seu trabalho,
E para seu labor até o anoitecer".

A vida é uma espécie de jogo divino, pois cada ser é um raio cristalizado da luz solar, e uma vez que o ser humano saiba disto, todo homem e mulher pode ser um espelho cristalino do Divino. Esta é a base e a inspiração para a ética, a ordem social, o governo e o lazer.

"Tu criaste a beleza da forma, por meio de ti mesmo.
Cidades, vilas e povoados,
No interior ou ao longo do rio,
Todos os olhos te vêem diante de si,
Pois tu és Aton dos dias sobre a Terra".

AKHENATONO Faraó governava como uma encarnação de Aton sobre a Terra. Sua vida era o arquétipo da existência humana em todos os níveis. Grandes pinturas murais representavam Akhenaton e Nefertiti em íntimas cenas familiares, comendo, adorando, brincando com suas princesas. O casal régio fez, juntos, votos de jamais deixar a cidade solar, e embora não tenham permitido templos de outros deuses, não impuseram restrições àqueles recrutados para a construção da capital imperial. Enquanto que Ay, principal conselheiro de Akhenaton, era devoto de Aton, em Horemheb, seu general, pelo menos respeitasse a deidade, aos trabalhadores que construíram os palácios e templos era permitido manter imagens de seus deuses e mesmo capelas em sua própria cidade-modelo.

As cenas idílicas gravadas com sensibilidade nas tumbas e nos templos mascaravam um destino pendente, interior e exterior. Através de um poderio militar em rápido desenvolvimento e de engenhosa fraude política, os Hititas invadiram os territórios Sírios, que se renderam dentro de pouco tempo, para jamais serem recuperados. O clero Tebano revoltou-se e Akhenaton ou algum delegado seu lançou uma campanha contra os templos. Fragmentos sobreviventes de correspondência - as famosas cartas de Amarna - sugerem que o ministro do exterior de Akhenaton ocultou informes da seriedade da situação. Enquanto o poder do Egito se fragmentava debaixo da inevitável pressão externa e de intrigas internas, Amenófis III e a Rainha Tiy vieram a Akhenaton. O velho Faraó morreu, e depois de um breve lapso a Rainha o seguiu. A crise precipitou-se, pois a sucessão de Amenófis requeria ação imediata. Seu filho (e irmão de Akhenaton) havia acompanhado a família para a Cidade de Aton. O jovem Smenkhare, tão belo quanto Nefertiti, foi feito co-regente. Enquanto que Tiy parece ter apoiado esta escolha, Nefertiti parece ter se oposto. Seja por ela ter notado dubiedade na natureza de Smenkhare, seja por haver uma completa ausência de simpatia, Nefertiti retirou-se para o isolado Palácio Norte com a princesa sobrevivente e com o filho mais novo de Tiy, Tutankhaton. Quando Smenkhare apareceu com o nome tradicional de Nefertiti, Neferferuaton, "beleza das belezas de Aton", a trágica ruptura se completou.

Subitamente o palco desta dramática história foi lançado nas sombras. Smenkhare provavelmente morreu logo antes da morte de Akhenaton. Quando isso ocorreu ele estava em Tebas, e não em Akhetaton. Nefertiti pode não ter vivido muito depois disto, pois não há mais uma só palavra sobre ela nos registros remanescentes. Tutankhaton é encontrado no trono em Tebas, tendo mudado seu nome para Tutankhamon, por volta de 1355 AC. Ele desposou Ankhesenpaaton, a mais jovem filha de Akhenaton, e governou sem verdadeiro poder durante poucos anos. O fiel Ay estava a seu lado e tentou facilitar a transição para longe do glorioso sonho quase realizado em Akhetaton, enquanto preservava seu espírito o quanto fosse possível. Por razões não compreendidas, Ay parece ter culpado Smenkhare pelo abandono de Akhetaton. Teria havido um rápido declínio da família faraônica por doença e morte súbitas? Ou terá acontecido um golpe sangrento que eliminou Akhenaton, Nefertiti e as princesas? Ay foi amável com o impotente Tutankhamon, e quando o jovem morreu em torno da idade de vinte anos, Ay providenciou que tivesse um funeral apropriado. Curiosamente, ele parece ter removido a mobília da tumba de Smenkhare - que foi descoberta vazia, mas sem que o selo real tivesse sido violado - para a modesta tumba de Tutankhamon. A sua é a única tumba encontrada amplamente intocada pelo tempo, e muitos de seus tesouros, talvez até mesmo a grande máscara de ouro, pertenciam originalmente a Smenkhare.

Akhetaton foi abandonada. Os corpos reais foram trasladados para Tebas, onde se perderam. Talvez tenha sido destruídos por aqueles que desejavam impiedosa vingança naqueles últimos anos. Talvez eles jazam em tumbas tão inexpressivas - e portanto tão intactas - como a de Tutankhamon. Com a morte do rei-menino, Ay ascendeu ele mesmo ao trono. Dentro de dois anos ele também morreria, e o General Horemreb se tornou Faraó. Enquanto que ele foi moderdamente bem-sucedido na restauração da ordem do reino abalado durante as três décadas de governo, também ele eliminou qualquer referência a Akhenaton dos templos e monumentos. Coube à XIX Dinastia, a dos Ramsés, derrubar cada pedra e coluna de Akhetaton. Quando todos os edifícios e templos reais haviam sido arrasados - as pedras sendo usadas como pilares para a arquitetura monumental posterior - areia limpa foi trazida para Tel-el-Amarna para esconder a própria memória do "grande experimento". Os nomes foram retirados das listas de reis de modo tão bem-sucedido que até mesmo o sacerdote-erudito Manetho, escrevendo no século III AC, pensava que Horemreb sucedera diretamente a Amenófis III.

Porém o abandono e subseqüente esquecimento de Akhetaton preservaram muito do que de outra forma teria perecido. Tutmósis, o principal escultor de Akhenaton, selou sua casa e atelier em Akhetaton e deixou neles modelos em gesso da família real, incluindo o fabuloso busto pintado de Nefertiti. Às vezes os escribas enterravam tabuletas cuneiformes, e assim preservaram-se as cartas de Amarna. Depois de destruída, os ladrões esqueceram a maravilhosa cidade, e assim tetos pintados, anéis reais, estátuas, plantas-baixas e objetos de vidro colorido foram deixados para revelarem a delicadeza e alegria que reinaram na Cidade do Sol. Como que por um decreto kármico, a dinastia repudiada por seus ideais universalistas e consignada às escuras águas do Letes emergiu neste século (XX) como a mais fascinante da história registrada do Egito. Enquanto que o Egito dos Ramsés mergulhou no esplendor mais cru do monumentalismo imperial e no torpor da superstição clerical crescente, Akhenaton, Nefertiti e a Cidade de Aton se levantaram de novo para indicar a idade de ouro do Egito, uma época adiante de toda memória e registro. A humanidade pode jamais recuperar os detalhes da visão de Akhenaton, mas foi tocada para sempre pela imagem de Aton, o Sol glorioso, estendendo seus raios a toda criatura viva, cada raio terminando em uma mão de bênção e portando o ankh da regeneração e da imortalidade.

AKHENATON

"Quando tu te pões no horizonte ocidental,
O mundo está nas trevas como os mortos.
Eles dormem em suas câmaras,
Suas cabeças estão enfaixadas,
Suas narinas pararam,
e ninguém enxerga o outro.
Todas as coisas são subtraídas
sobre suas cabeças,
Enquanto que eles não percebem nada...
Tu colocaste cada homem em seu lugar;
Tu supriste suas necessidades.
Todos têm seus pertences,
E seus dias são reconhecidos.
Suas línguas são diversas na fala,
Suas formas e suas cores também,
Pois tu, Divisor, dividiste os povos.
Oh Senhor!
Quão variadas são as tuas obras;
Tu as criaste na sabedoria...
Tu estabeleceste um Nilo no céu,
Para que possa correr por elas,
Enchendo nas montanhas
como o grande mar,
E umedecendo seus campos
entre suas cidades.
Quão excelentes são teus desígnios,
oh senhor da Eternidade...
O mundo está em tua mão,
Assim como o fizeste.
Quando tu te ergues, eles vivem;
Quando tu te põe, eles morrem;
Pois tu és a permanência
além de teus meros membros".



Autor: Elton Hall
Tradução: Um Colaborador
Revisão: Osmar de Carvalho
Fonte: www.theosophy.org



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