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BASILIDES
BASILIDES

“Se eu for convencer alguém de que a verdadeira alma não é uma unidade, e que as paixões pelo erro são causadas pela compulsão das naturezas exacerbadas, então nenhuma desculpa seria mais inútil que a resposta comum da humanidade: ‘Eu fui forçado, fui levado a agir assim, fiz sem querer, agi a contragosto’, enquanto foi o próprio homem que levou seu desejo ao mal e se recusou a combater as restrições ao próprio crescimento. Nosso dever é nos mostrarmos como regentes da criação inferior que vive dentro de nós, adquirindo excelência por meio do princípio racional.”


A Respeito da Alma Maior
ISIDORO

Dentro do vórtice rodopiante da vida intelectual de Alexandria, as filosofias e os movimentos nasciam e desapareciam, arrastando miríades de figuras esquecidas com elas. Nas épocas sombrias que Hesíodo chamava de Era do Ferro e Era de Zeus, que abarcam toda a história registrada, cada renaissance parece emergir no contexto de um declínio psicológico, decadência moral e desintegração social. As almas se arriscam muito nas épocas em que as apostas espirituais são elevadas, pois assim que as portas são abertas vê-se que não se pode deixar de escolher passar por elas ou ficar de fora. Nos séculos II e III, Alexandria era o centro de uma renaissance na qual as antigas tradições, o pensamento criativo e o discernimento transparente se fundiam alquimicamente numa diversidade de perspectivas nobres, cada qual com seus próprios comprometimentos, fé intensa e estilo de vida preciso.

Desta corrente original de ideação nasceria o universalismo neoplatônico de Ammonius Saccas e a aplicação cristã de seu aluno Orígenes. Os afluentes deste rio fluorescente incluíam as filosofias e as religiões do mundo – a espiritualidade clássica grega e iraniana, os ensinamentos budistas e hebraicos, a escola de Pitágoras e os Mistérios de Zeus-Amon, assim como a antiga magia egípcia. Talvez não surpreenda saber que o Cristianismo, cujo fundador viveu a infância no Egito e cuja herança incluía a viagem de José ao Egito e o êxodo de Moisés, deveria encontrar seu profundo manancial nas terras de Khem. O Cristianismo gnóstico, como se voltasse à sua verdadeira fonte, foi calorosamente recebido nas margens férteis ao longo do Nilo.

Jesus declarou que tinha um ensinamento exotérico para as multidões. Apresentado, na maioria das vezes, em parábolas e em sementes para meditação, tal ensinamento levaria o indivíduo intuitivo a uma compreensão mais profunda sobre ‘o caminho, a verdade e a vida’. Para os que já estavam preparados para sacrificar tudo por Cristo no trono do Reino dos Céus dentro de cada coração humano, Jesus apresentou um ensinamento esotérico que não poderia ser dado aos despreparados para compreendê-lo. Estes discípulos iniciados constituíram o que Elaine Pagels chamou de ‘a igreja da iniciação’, governada pelo silêncio e pelo segredo, envolta pela iluminação interna que leva à gnose, o conhecimento espiritual autotestado, e visa à iluminação universal da humanidade. Renunciando a toda expectativa de reconhecimento público, prestígio e organização externa, esta igreja reconhecia diversos mestres e uma rica diversidade de expressões sob a égide da tradição autêntica, com o fim de transmitir a luz imaculada da gnose aos corajosos discípulos  que estivessem prontos para buscar o Christos na intimidade de sua consciência. Dentre os eruditos mais brilhantes do segundo século estava Basilides, cuja cosmogonia apoiou a ética mais sutil e inspirou os discípulos por três séculos.

A vida de Basilides não deixou nenhum rastro discernível na história nem em lendas, embora seja conhecida a linhagem dos mestres espirituais dos quais ele descendia. Simão Mago, um samaritano cujos ensinamentos enigmáticos eram iluminados por uma luminosidade rara, foi apontado pela antiga igreja como seu inimigo número um. Seu discípulo mais notável e companheiro samaritano, Menandro, ‘também alcançara o pináculo das artes mágicas’, segundo  Irineu. Sua magia autêntica, ou sabedoria da alma, prometia imortalidade autoconsciente àqueles que passassem pelo batismo espiritual que lavava os apegos de cada anjo e principado sob o controle do incognoscível Primeiro Poder. Por sua vez, Menandro tinha dois discípulos principais, Satornilos de Antióquia e Basilides de Alexandria. A tradição afirma que Basilides nasceu em Alexandria e, embora digam que por um tempo tenha ‘pregado entre os persas’, ele consagrou sua vida inteira a ensinar em sua cidade natal, provavelmente por volta de 130 DC. Ao contrário de seu companheiro próximo e contemporâneo de Alexandria, Valentino, Basilides não fundou uma escola de discípulos, preferindo ensinar e aconselhar os que se aproximavam dele vindos de todos os quadrantes. Seu único discípulo identificávell era seu filho Isidoro, cuja Ethika continha a elaboração ética da metafísica de seu pai. Os ensinamentos de Basilides sobrevivem através dos olhos pouco simpáticos de dois heresiologistas autodesignados: Ireneu, que inventa livremente onde não pode distorcer, e Hipólito, que é honesto, mas seletivo com suas informações.

Basilides ensinou que, no início, nada existia, ‘simplesmente Nada, sem quaisquer reservas ou sofismas mentais.’ Conforme Hipólito,

“Quando digo ‘era’, não quero dizer que aquilo era, e sim expressar o que quero indicar, eu diria que nada realmente era. O que é assim expresso não é absolutamente inexpressável: nós o chamamos de ‘inexpressável’ mas não é nem mesmo inexpressável. É superior a qualquer nome que possa ser designado”.

Esta origem suprema que não tem nome nem pode receber predicados está além da matéria e da existência, além da existência e da não-existência, e só é mencionada na negação dos opostos. Como siglas numa lista infinitamente longa de negações, Basilides deu a este Absoluto profundamente transcendental o nome de ‘Não-Ser’. Embora nada possa ser dito acerca do Não-Ser, já que Ele não deseja, pensa ou percebe, e já que sua relação com o cosmos manifestado se perdeu no mistério da negação total, o vértice onde o pensamento mental mais elevado encontra o vazio, Basilides diz que Ele ‘sentiu’ vontade de criar o mundo. Este sentimento é semelhante ao desejo igualmente imponderável encontrado no verso impressionante do Rig Veda: ‘Primeiro, o desejo nasceu nele.’

Deste processo além de nossa imaginação nasceu a semente do cosmos, como o ponto no círculo. Esta semente numenalcontinha em potência tudo o que subseqüentemente desabrocharia dela, da mesma forma que uma semente de mostarda contém não apenas raízes, tronco, ramos e folhas, mas também as sementes de todas as gerações futuras da planta. No interior desta semente divina, ao nível mais metafísico, existia uma ‘filiação trifásica’ ou linhagem. Uma parte consiste de partículas supremamente refinadas, a segunda de partículas mais grosseiras e a terceira de partículas que precisam de purificação, as três juntas compondo uma espécie de fluxo monádico que se subdivide, com a elaboração do mundo, e que constitui aquele desabrochar. A filiação mais refinada logo se move para se unir ao Não-Ser. Uma vez que a filiação trifásica é consubstancial com cada ser manifesto, embora variando em proporção e grau, todos os seres naturalmente aspiram pela união com o Não-Ser, como Aquele que vive além em ‘Beleza e Graça Superabundantes’. A filiação mais grosseira é como um pássaro sem asas, incapaz de se alçar por si só. Para ganhar asas, a segunda filiação fez grandes sacrifícios e se beneficiou dos mesmos, difundindo um espírito de boa vontade através de todo o cosmos. Este hagion pneuma, alento sagrado ou espírito santo, eleva a segunda filiação rumo ao Não-Ser, pois a filiação carecia deste alento para se alçar e o alento dependia da filiação para ser impulsionado.

A terceira filiação permaneceu na casca da semente, purificando-se e colhendo benefícios através de bons atos. A ascensão da primeira filiação diretamente ao Não-Ser forneceu um canal para todas as ascensões subseqüentes. A segunda filiação seguiu, mas as asas não podem levar a ave mais alto do que permite a densidade ar. Portanto, esta filiação ascendeu até o ponto de rarefação sublime onde pudesse pairar com suas asas impulsionadas pelo alento divino, marcando a divisão entre este mundo e o Mundo Superior, que significa a ligação entre as realidades celestial e supercelestial delineada na pavilhão das estrelas fixas. Foi assim que foram colocadas as bases numenais do mundo.

Da abundância seminal da semente cósmica que permaneceu para ser purificada, saiu o grande Arconte, ‘de beleza, grandiosidade e força indiscutíveis!’ Mais sábio, mais poderoso e mais transcendental que qualquer outro no mundo, com exceção apenas do potencial mais puro da filiação remanescente, o grande Arconte era, no entanto, ignorante de tudo além do sagrado pneuma. Como Senhor, Comandante e Sábio Arquiteto, o grande Arconte começou a criar o mundo em detalhes. A partir dos materiais numinosos já existentes, criou primeiramente um Filho Mais Sábio e Mais Magnífico que ele próprio. Maravilhando-se com esta criação e inconsciente de que havia apenas reduplicado em sua própria esfera de poder o processo que dera nascimento ao próprio Cosmos, ele colocou seu Filho na posição superior, à sua mão direita. Juntos, eles completaram a criação etérica inteira, o reino chamado Ogdoas, o Oitavo, depois da Oitava Esfera das estrelas fixas. No interior da criação etérica acabada, surgiu um segundo Arconte da abundância da semente, igualmente magnífico em todos os aspectos, embora menos que o grande Arconte. Basilides advertiu,

‘Os nomes que usamos não são suficientes sequer para o universo, de tão diversificado que ele é; eles são muito poucos’.

Assim, somente o segundo Arconte pode ser expresso em linguagem. Tudo  ontologicamente anterior ao seu surgimento, fica além do pensamento discursivo. O segundo Arconte habita o Hebdomas, o Sétimo, a sede do mundo manifestado conforme simbolizado nos sete planetas sagrados. Ele também criou um Filho mais sábio que ele próprio, e juntos ambos manifestaram o mundo que abarca a potência seminal da terceira filiação. Foi desta forma que a cosmogênese se completou.

Esta hierarquia criativa ontogenética é possível porque os três princípios da atividade – a periodicidade do espaço e do tempo, a qualidade e o modo de criação – não dependem de um Demiurgo ou inteligência corporificada, mas são partes da semente trina original. Para Basilides, este vasto panorama de desdobramento cósmico é o pano de fundo do drama histórico da humanidade, ele próprio uma repetição dos eventos metafísicos e sempiternos arremessados nas lentes refratoras do tempo. A terceira filiação anelava se elevar conforme sua natureza mas, ao contrário da segunda e da primeira filiações, suas impurezas impediram que ela o fizesse. Assim como Antropos é, para os discípulos de Hermes Trimegistos, o arquétipo do homem encarnado e da ordem na Natureza, e como Adão Kadmon, o Homem Celestial da Cabala, é o paradigma dos poderes da alma do homem e a inteligência nas hierarquias da Natureza, da mesma forma a terceira filiação da doutrina Basilideana é a alma no homem e no mundo natural. Para superar as impurezas constituídas pela ignorância no mundo manifestado, assim como os Arcontes ignoram o que está acima de seus mundos, algo deve se romper para iluminar as trevas telúricas. Até que esta iluminação ocorresse, o Arconte de Ogdoas parecia ser o Rei e senhor de Tudo. É por isso que, de acordo com Basilides, o Arconte de Hebdomas afirmou no Êxodo, dizendo: ‘Eu sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, e não revelei o nome de Deus entre eles.’ Na sua Epístola aos Romanos, Paulo escreveu: ‘Pois a própria criação geme e trabalha, esperando a manifestação dos filhos de Deus.’ Estes filhos de Deus se manifestam quando se tornam gnósticos, seres conscientes da Verdade, verdadeiros pneumáticos, espíritos cheios do alento divino, capazes de trazer as almas ignorantes à ordem divina e colocá-las na estrada a caminho da perfeição.

Para purificar e iluminar a humanidade encarnada que constitui, coletivamente com a Natureza, a terceira filiação, o Evangelho foi enviado ao mundo, descendendo através de cada esfera e reino.

Isto veio a realidade, embora nada tenha descido das alturas, uma vez que a filiação abençoada não se separa do incompreensível e abençoado Não-Ser. Da mesma forma que a nafta indiana pega fogo a grande distância quando uma chama aparece, os poderes abrem caminho acima  até a filiação, desde a deformidade da aglomeração inferior.

Como uma vela que acende outra a seu lado, e outra e outra, de vela em vela, o fogo da sabedoria divina passou de esfera em esfera até chegar à humanidade. O Evangelho passou primeiro para o Filho de Ogdoas, que informou ao pai, o grande Arconte. O grande Arconte tremeu ante sua inocente ignorância anterior, e este é o significado das palavras do Salmista: ‘O temor do Senhor é o início da Sabedoria.’ Arrependendo-se de sua antiga ignorância, o grande Arconte seguiu a orientação de seu Filho, e Ogdoas inteira se encheu com a luz resplandecente da gnose. Então o Filho do grande Arconte comunicou o mesmo Mistério ao Filho do segundo Arconte, cujo reino é Hebdomas, e o mesmo processo de iluminação se repetiu.

Aqui, o Evangelho fulgurante se espalhou por toda a criação de Hebdomas, que consiste de trezentos e sessenta e cinco céus, cada um com sua hierarquia e seu Arconte, simbolizado pelo número de dias do ano terrestre. Quando o número de planetas sagrados, sete, é dividido pelos dias do ano, trezentos e sessenta e cinco, o resultado é cinqüenta e dois, o número de semanas do ano, com um restante para representar o segundo Arconte, que governa e se funde com todo o Hebdomas. Como uma linha que liga os múltiplos céus numa única esfera hebdomática, o segundo Arconte gira em espiral através deles como Abrasax ou Abraxas, cujo nome é 365. (Na alfanumerologia grega, A = 1, B = 2, R = 100, A = 1, S = 200, A = 1, X = 60, totalizando 365.) Assim como Ogdoas foi iluminada universalmente pelo segundo Arconte através de seu Filho, e Hebdomas também foi iluminada da mesma forma, o mundo manifestado no qual a terceira filiação continua a viver também é iluminado por Jesus, o filho de Maria.

A luz então veio do Filho de Ogdoas para o Filho de Hebdomas e daí para Jesus, o Filho de Maria, e ele foi iluminado e totalmente coberto pela Luz que emanava dele.

Assim, Basilides explicava as palavras do Evangelho Segundo Lucas: ‘O Espírito Santo pairará sobre vocês e o poder do Mais Alto os protegerá.’ O Evangelho passou pela linha Abrasax para o mundo dos homens.

Jesus, um homem que recebeu a Luz sem reserva nem revolta, foi iluminado com a Sabedoria do Mundo Superior, e neste sentido ele é Soter, o salvador da humanidade. A nossa é a longa época na qual a Luz é comunicada gradualmente em cada canto do mundo. Os espiritualistas, aqueles que foram despertos pelo fogo da gnose, não seguem Jesus com pressa pela salvação pessoal mais do que os Arcontes, que abandonaram suas esferas quando descobriram a verdade. Ao invés disso, estes eleitos auto-selecionados permanecem no mundo para ajudar toda a humanidade a satisfazer seus anseios naturais pelo Não-Ser desconhecido. O mundo continuará a se desenvolver até que a terceira filiação inteira, composta de partículas ou centelhas nos seres humanos, se constitua num um único todo.

Esta unidade resplandecente é a irmandade autoconsciente da humanidade e sua fraternidade com a Natureza. Uma vez reconhecida no nível mais profundo da consciência dos seres humanos, a terceira filiação seguirá verdadeiramente Jesus através do canal Abrasax, através do Hebdomas, através do Ogdoas e surgirá além das fronteiras do Espírito Santo, carregando a segunda filiação, que lá permaneceu como um limiar sinalizador, em união inefável com e dissoluta no Não-Ser, uma condição além de qualquer apelação, descrição ou significado simbólico.

Quando a segunda filiação for liberada pela redenção da terceira, deixará para trás o alento sagrado, o hagion pneuma, como veículo psíquico abandonado, da mesma forma que a terceira filiação – a do homem espiritual ou pneumático – abandona sua veste psíquica na sua ascensão para o Divino Desconhecido. Infelizmente, neste ponto nem mesmo Hipólito, que era objetivo e direto, pode compreender os ensinamentos, ávido que estava para taxar de heréticos. Seu julgamento adulterado sugere que Basilides ensinara que o alento divino que marcava a fronteira entre o mundo e o Mundo Superior estabelecerá a veste psíquica da terceira filiação liberada, pronta para repetir o grande drama cósmico com exceção de uma fase posterior ao longo da evolução. Quando isso ocorre, uma grande Ignorância cobre tudo que é imortal mas incapaz de transcendência e o cosmos mergulha num profundo sono. Talvez seja este o Pralaya dos hindus, e talvez sugira um sono seguido de uma aurora de atividade cósmica.

O Evangelho é o conhecimento do Mundo Superior. Quando o grande Arconte de Ogdoas o conheceu, ele ‘se rejubilou e ficou extremamente alegre’, nas palavras do Evangelho Segundo Mateus. Esta alegria é a ‘boa nova’ que foi comunicada de esfera a esfera até que Jesus a oferecesse à humanidade. A infusão do Christo-Luz sobre o mundo amorfo da ignorância trouxe ordem espiritual à Natureza e à humanidade. Assim, Cristo é chamado de Caulacau, um termo gnóstico derivado de um verso obscuro de Isaías, ‘qaw la qaw’, que significa ‘preceito sobre preceito’. A ordem espiritual e ética encontrada nos ensinamentos de Jesus constitui o despertar espiritual da humanidade para a sua verdadeira natureza, história, herança e destino. Para Basilides, toda salvação é universal e a redenção não é nada mais que a cura da ignorância inicial. Esta iluminação purificadora é a gnose, o conhecimento supremo, mas se mostra em cada ser humano que ativamente toma parte dele como consciência ética. Embora os espiritualistas ou os gnósticos possam achar as leis humanas irrelevantes e risíveis, é apenas porque encontraram dentro deles mesmos uma integridade moral tão profunda que é o espelho mais puro da visão espiritual.

Isidoro, o filho de Basilides, escreveu que os seres humanos têm necessidades que são tanto necessárias quanto naturais, e satisfazê-las é uma condição da existência na esfera terrestre, um produto da ignorância da terceira filiação conforme esta permeia a natureza. Outras necessidades humanas são naturais mas não necessárias, e para discerni-las a mente humana começa a despertar a sua consciência ética inerente. Assim, uma pessoa que diz: ‘Não desejo cometer erros’, mas só pensa em coisas erradas, abstém-se de errar apenas por medo de algum castigo exterior. Não existe nada correto nem nada a ver com gnose neste aspecto. Tão certa quanto a lassidão moral, esta colocação permite que os acúmulos sejam agregados às almas metafisicamente simples. As almas inchadas de acúmulos se bloqueiamante a radiante vibração da Luz e se isolam da participação na fraternidade da humanidade. A obediência cega a regulamentos não ajuda, tampouco: a maestria ética vem da consciência moral de uma mente espiritualmente alerta, e isso significa chegar ao íntimo de si mesmo e da Natureza, com o uso da razão espiritual. Quando se faz isso, a radiância da Luz interna se iguala à maior Luz consubstancial externa, e todas as camadas acrescidas são queimadas. Quando o Christos-luz é liberado, ela natural e invariavelmente se une ao Christos, da mesma forma que um riacho retorna para o oceano; e como o raio volta para sua lâmpada, a alma volta para sua desconhecida e sempre incognoscível Fonte.

Basilides ensinou verdades que assustaram os religiosos de mente fechada daquela época, pois afirmava que Jesus não era um instrumento para crenças e instituições, e sim o representante delas entre homens e mulheres que transcendem as leis deste mundo, os mundos deles próprios, elevando-se além da história e da cosmogonia, além do espaço e do tempo, unidos ao Uno que não tem Nome. E sua mensagem era tão poderosa que, apesar do fato de não ter  fundado nenhuma escola, e dos esforços persistentes da igreja para destruir quaisquer vestígios de seu ensinamento, os discípulos seguiram o caminho por ele indicado por trezentos anos, e até mesmo depois do primeiro milênio do Cristianismo ortodoxo, ainda se podia ouvir em murmúrios o nome ‘Basilides’.

‘A política dos conquistadores, o poder dos reis,
O grande silêncio inquebrantável de aprender coisas secretas dos ensinos,
A erudição de todos os sábios, a semente de tudo que jorra.
Viventes ou sem vida, parados ou agitados, quaisquer que sejam os seres,
Nenhum deles vive em todos os mundos, mas eles existem por Mim!’

SRI KRISHNA
OM




Autor: Elton Hall
Tradução: Vânia de Castro
Revisão: Osmar de Carvalho
Fonte: www.theosophy.org



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