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ASHOKA

O Rei Ashoka

"O rei Priyardarshi diz:

"Eu ordenei que este edito sobre o Dharma fosse gravado vinte e seis anos depois de minha coroação.”

"É difícil conquistar a felicidade, seja neste mundo ou no próximo, exceto pelo intenso amor ao Dharma, intenso auto-exame, intensa obediência, intenso temor do mal e intenso entusiasmo. Mas como resultado de minha instrução, o interesse pelo Dharma e o amor ao Dharma cresceu dia a dia e ainda continuará a crescer.”

"Meus oficiais de todos os escalões - alto, baixo e intermediário - agem de acordo com os preceitos de minha instrução, e pelo seu exemplo e influência são capazes de lembrar ao povo de mente inconstante o seu dever. Os oficiais dos distritos fronteiriços reforçam minhas injunções do mesmo modo. Pois estas são as minhas regras: governar de acordo com o Dharma, administrar justiça de acordo com o Dharma, aumentar a felicidade das pessoas de acordo com o Dharma e protegê-las de acordo com o Dharma".

1º Pilar de Éditos

ASHOKA

Shakyamuni Buddha ensinou e guiou seus seguidores por cinqüenta anos depois de sua Iluminação sob a Árvore Bodhi. Sua mensagem fundamental foi expressa com simplicidade em seu primeiro sermão, mas as Quatro Nobres Verdades e a Nobre Senda Óctupla eram de tamanha simplicidade espiritual que tanto monges quanto leigos acharam-nas difíceis de serem praticadas. A realidade de dukha, sofrimento devido  à ignorância, e a possibilidade de sua remoção requeria nada menos do que uma autotransformação total, embora gradual. Embora a meta fosse clara, o caminho estava entulhado de todo tipo de obstáculos que a ignorância, a paixão e a confusão poderiam engendrar na mente, corpo e natureza psíquica. Sabendo disso, o Buddha não delineou um credo, escolhendo antes encorajar e corrigir seus discípulos através de diálogos focalizados nos problemas práticos do esforço espiritual. Suas respostas, incluindo sua constante recusa de explorar questões que "não tendiam à edificação", devolveram seus seguidores para os seus próprios recursos, ao mesmo tempo em que lhes dava tudo o que poderiam usar para serem lâmpadas para si mesmos. Além disso, ele estabeleceu a Sangha, a ordem que inclui toda a humanidade como aspirantes espirituais, mas que toma à parte aqueles que fizeram votos de atingir a Iluminação e centrar todas as suas energias para isso. Seus ensinamentos forneceram a sabedoria necessária, e sua Sangha, o método requerido para assegurar a continuidade do esforço depois de sua morte.

Depois de um ano do Paranirvana de Buddha, a Sangha reuniu seus membros e tentou fixar os ensinamentos públicos do Iluminado. Ananda foi solicitado a recitar tudo o que sabia, uma vez que tinha sido o companheiro constante e servidor pessoal do Buddha. Suas palavras, suplementadas pelas lembranças de outros, engendraram a primeira forma do Tripitaka, as Três Cestas da doutrina, embora provavelmente apenas as primeiras duas Cestas fossem estabelecidas naquele momento. Muitos monges haviam recebido instruções privadas que não foram incluídas nos ensinamentos públicos, e elas constituíram as fontes da tradição Mahayana. Cerca de um século depois deste primeiro Concílio foi convocado um segundo, para resolver numerosas questões a respeito da doutrina e da prática, e embora a reunião as resolvesse, foram plantadas as sementes do cisma. Com o tempo surgiriam dezoito escolas, sem contar os pontos de vista Mahayana.

No período três anos após o Paranirvana, Ajatashatru de Magadha conquistou a república vizinha de Vriji, cuja constituição Buddha havia aprovado, e logo depois Koshala também caiu sob seu domínio. Seu filho estabeleceu sua capital em Pataliputra  (a moderna Patna). Em torno de 410 aC a população do império nascente revoltou-se e colocou no trono Shaishunaga, um aristocrata Vriji. Ele e seus descendentes estenderam o escopo de seu governo, estabeleceram uma burocracia rudimentar e fizeram de Pataliputra uma grande cidade. Durante o reinado de seu filho Kalashoka (Ashoka, o Negro), o segundo Concílio reuniu-se em Vaishali, e ele foi persuadido a apoiar o ponto de vista mais ortodoxo nas deliberações. A dinastia terminou quando Nanda, um ministro próximo do rei anterior, assassinou-o e obteve o trono. Os Nandas desenvolveram e integraram a monarquia, expandiram o império de Magadha, encorajaram a agricultura, estabeleceram um sólido sistema administrativo e acumularam vastos recursos em homens e riquezas. A invasão do nordeste da Índia por Alexandre da Macedônia, junto com a crescente impopularidade dos governantes Nanda, conduziram à sua queda. A tradição diz que em 326 aC um jovem chamado Chandragupta Maurya encontrou-se com Alexandre, que reconheceu nele o potencial para um grande destino, pois só Chandragupta entendia o pleno significado do Chakravartin, o governante universal que espelha na Terra o Mahapurusha.

Ainda jovem, Chandragupta depôs os Nandas e assumiu o trono com a ajuda de Kautilya, que escreveu um tratado sobre a arte de governar. Depois de lutar contra Seleuco, o general e sucessor de Alexandre na Pérsia, ele concluiu um tratado que livrou o império da ameaça greco-persa e inesperadamente assegurou-lhe um respeitável lugar nas histórias grega e romana subseqüentes. Ele tomou partido do sistema administrativo criado pelos Nandas, e usou seu status no mundo helênico para estabelecer contatos estreitos e amigáveis com a Babilônia e as terras mais ocidentais. Reconhecido como um general brilhante com comando sobre um exército com bem mais de meio milhão de soldados, era reverenciado como um rei igualmente brilhante, que emparelhou seu gênio na união da Índia com a sábia prudência de não se estender para além do subcontinente indiano. Pataliputra se tornou um centro cosmopolita de proporções tão grandes que Chandragupta criou uma seção especial de oficiais municipais para cuidar de seus interesses, e foram estabelecidas cortes especiais para atender às suas demandas judiciais. Eliano escreveu que o palácio de Chandragupta exibia um refinamento estético inigualado, que "nem a Susa de Memnon com todo seu caríssimo esplendor, nem Ekbatana com toda sua magnificência, poderiam rivalizar". E Ariano indicou o caráter excepcional do império Maurya quando notou que "os indianos não usam os estrangeiros como escravos".

Embora os gregos conhecessem Chandragupta como um devoto do Hinduísmo Bramânico, tradições indianas sugerem que ele restringiu o poder Brâmane ao favorecer outras religiões. Registros Jainistas afirmam que tarde na vida ele se tornou Jainista e que mesmo abdicou depois de um reinado de vinte e quatro anos, colocou seu filho no trono e retirou-se e jejuou até a morte à moda ascética Jainista. Bindusara seguiu a política externa de seu pai, manteve seus principais ministros, incluindo Kautilya, e reinou por pelo menos um quarto de século. Ele expandiu o império e consolidou a máquina de governo. Ele teve a sorte de ter alguns filhos capazes, pois se encontrou na estranha posição de ser pessoalmente popular até mesmo entre pessoas à beira da revolta. Ministros provinciais às vezes oprimiam a população, e com o tempo ela reagia fortemente. Antes do que suprimir tais irrupções através do emprego de seu enorme exército, ele enviava seus filhos para atuarem como vice-reis nas áreas problemáticas. Seu filho Ashoka demonstrou suas habilidades régias primeiramente como vice-rei de Taxila. Embora Bindusara seguisse os preceitos da religião Védica, ele favorecia a comunidade ascética Ajivaka, usando sábios Ajivaka como conselheiros do mesmo modo que seu pai havia se assegurado com conselheiros Jainistas. Embora não pudesse garantir uma sucessão pacífica ao trono, garantiu uma continuidade no governo efetivo que sobreviveu a quatro anos de interregno e a uma disputa pelo trono.

As lendas e tradições da Índia, Grécia, Tibete, China e Sri Lanka que envolvem a vida de Ashoka também atestam o brilho de seu governo e seu caráter notável. Embora Ashoka deixasse pedras e pilares gravados por todo o reino, eram escritos na grafia Brahmi e nos dialetos locais. A grafia foi abandonada depois de três séculos, e os dialetos igualmente foram esquecidos. Os Éditos de Ashoka permaneceram mudos até que James Prinsep decifrou com sucesso uma inscrição em 1837. Histórias sobre Ashoka floresceram desde o tempo de sua morte, e com o passar dos séculos se tornaram cada vez mais fantasiosas. Mesmo que as lendas nem sempre concordem entre si ou com os Éditos, juntos lançam considerável luz sobre o seu reinado.

"Assim disse Sua Sagrada e Graciosa Majestade, o Rei:

"Nas grandes estradas, fiz com que fossem plantadas por mim árvores banyan para dar sombra ao gado e aos homens. Fiz com que fossem plantados jardins de mangueiras e estabelecidos bebedouros a cada intervalo de duas milhas, que fossem construídas casas de pouso, fossem estabelecidas muitas instalações de irrigação aqui e ali, para o conforto do gado e dos homens. Pobre conforto, na verdade, é este. As pessoas têm sido tornadas felizes através de vários tipos de instalações para seu conforto por reis anteriores e por mim mesmo. Mas isto foi feito por mim para que as pessoas seguissem estritamente o caminho estabelecido pelo Dharma".

Pilar de Éditos em Delhi-Topra

O Rei AshokaAshoka, cujo nome significa "livre da tristeza", nasceu em torno de 304 aC, nos últimos anos do reinado de Chandragupta. Sua infância é desconhecida, embora deva ter sido uma criança brilhante entre irmãos notáveis, pois Bindusara fortaleceu seu reinado e o império enviando seus filhos para servirem de vice-reis em províncias distantes. Ashoka foi enviado para Taxila (Takshashila) para pacificar uma rebelião que o Príncipe Herdeiro Susima havia sido incapaz de resolver. Depois de restaurar com sucesso a ordem e conquistar a boa vontade do povo, Ashoka se tornou vice-rei de Ujjain. Embora as lendas Budistas tendam a obscurecer Ashoka antes de sua conversão e pintá-lo como um santo depois - extremos não justificados por outras evidências, incluindo as inscrições - sem dúvida sua firmeza e força de vontade se manifestariam nitidamente em diferentes fases de sua vida. A tradição assegura que Ashoka era dado aos prazeres e diversões enquanto jovem, e recebeu o nome um tanto irônico de Kamashoka [tristeza do desejo]. Não obstante, a experiência em Taxila deixou uma forte impressão em Ashoka, convencendo-o de que só ele seria capaz de governar o império Maurya. Quando Bindusara caiu doente, Ashoka assumiu o governo efetivo desde Ujjain, em parte porque Susima de novo estava com dificuldades em Taxila. Ashoka subiu ao trono depois da morte de Bidusara, mas seu irmão e herdeiro legítimo do trono reforçou seu direito com o exército. Seguiu-se uma violente luta, envolvendo talvez alguns irmãos - embora a alegação lendária de que Ashoka matou noventa e nove irmãos seja provavelmente um exagero - e passaram-se quatro anos antes que Ashoka surgisse como governante único do império Maurya.

Ashoka se tornou imperador em torno de 272 aC, embora tenha postergado sua coroação (abhisheka) até que tivesse consolidado seu poder. Então assumiu o nome de coroação de Devanampriya Priyadarshin e o título de Rajá. Devanampriya significa "caro aos deuses" e Priyadarshin pode ser tomado como "aquele que cuida de modo benevolente". Ele havia herdado um império que se estendia do moderno Afeganistão através da Cachemira e incluía o Nepal, dominava toda a planície do Ganges e adentrava em Bengala. Cruzava todo o subcontinente indiano e abarcava o seu todo, exceto pelos modernos estados de Tamil Nadu e Kerala. Os anos de lutas internas encorajaram a frouxidão e talvez a rebelião, e parece que Ashoka trabalhou para restaurar a ordem no império. O império Kalinga no sul, famoso o bastante para Megástenes, o embaixador grego junto à corte Maurya, descrever suas proezas militares, pode ter feito incursões nos domínios Maurya. Ashoka percebeu que o futuro da civilização indiana estava com um ou com o outro destes dois poderosos impérios, e no oitavo ano de seu reinado determinou-se a conquistar Kalinga. A firmeza de seu governo e a crueza da guerra Kalinga deram-lhe o epíteto de Chandashoka (Ashoka, o Terrível). Dentro de dois anos Kalinga viu-se reduzido à submissão, mas somente à custa de centenas de milhares de mortes na batalha, da matança de civis, de incontável número de feridos e da deportação de outros cento e cinqüenta mil homens.

Embora sua singular vitória assegurasse a paz ao império Maurya de todos os lados e sua duradoura influência na Índia - de fato, a Índia foi unida pela primeira vez na história registrada - Ashoka ficou horrorizado com a carnificina. Sua adesão nominal à religião Védica e seu apoio tolerante dos Jainistas e Ajivakas não o haviam preparado para enfrentar e entender o sofrimento humano em escala tão vasta.

Devanampriya, o conquistador dos Kalingas, estava agora cheio de remorso, pois uma conquista destas não é conquista, uma vez que ali houve matança, morte e banimento do povo. Devanampriya sentiu agudamente toda esta profunda tristeza e arrependimento. Mas, pior do que isto, naquele país moravam Brâmanes, Shrâmanes e seguidores de outras religiões e pais de família que tinham o dever de prestar o devido serviço aos mais velhos, a mãe e pai, e aos gurus, de demonstrar a cortesia apropriada para com os amigos, camaradas, companheiros e parentes, assim como para com escravos e servos, e uma firme devoção ao Dharma. Para estes podem ter sucedido ferimento, morte e deportação. E os amigos, camaradas, companheiros e parentes que ainda mantinham afeição inabalada por aqueles afetados pela guerra são penalizados terrivelmente por esta calamidade.

"Para Devanampriya, a Dharmavijaya - a conquista pelo Dharma - é a mais importante vitória".

Pedra de Éditos XIII

Tenha Ashoka sido trasformado de uma só vez, ou se o impacto de sua conquista o afetou ao longo do tempo, teve duas conseqüências radicais. Espiritualmente, ele se tornou um seguidor do Buddhadharma, dos Ensinamentos do Buddha. Politicamente, ele renunciou à guerra e à conquista como meios aceitáveis de preservar o império e procurou substituí-los com a inculcação do Dharma. Ele sintetizou estes dois compromissos em uma devoção tríplice a dharmapalana, dharmakarma e dharmanushishti, proteção ao Dharma, ação de acordo com o Dharma e instrução no Dharma. Antes do que seguir as pegadas de seu avô e renunciar ao mundo, seu entendimento do Dharma o manteve responsável pelo bem-estar de todos os seus súditos, e ele traduziu este dever geral numa tentativa de exemplificar o dharmarajya, o governo do Dharma. Muito depois de suas políticas  e obras específicas serem esquecidas, a tradição Budista o reverencia como o primeiro e ideal Dharmaraja - a contraparte da idéia hindu do Chakravartin - e concedeu-lhe o nome de Dharmashoka.

Ashoka estava menos interessado com os detalhes da doutrina Budista do que na tradução de pontos de vista Budistas em exemplificação individual e política de governo. Para ele, este esforço era compatível com a civilidade cosmopolita e com a tolerância religiosa. Sua corte mantinha relações amigáveis com o rei yavana (estrangeiro, especificamente os gregos) da Pérsia, com Ptolomeu II Filadelfo do Egito, Antígono II Gônatas da Macedônia, Magas de Cirene e Alexandre do Épiro (ou talvez Corinto). Finalmente mandou professores Budistas - alguns deles de sua própria família - para aqueles centros, embora sem deixarem influência perdurável. Mais importante, ele formou uma estreita e perene amizade com Devanampiya Tissa, rei de Sri Lanka. Tissa enviou uma missão a Ashoka, que em troca mandou seu filho favorito, Mahendra, e seu neto Sumana, ambos monges, para Sri Lanka. Tissa se converteu ao Ensinamento de Buddha, e logo a filha de Ashoka, Sanghamitra, juntou-se à missão de instruir as mulheres da casa real. Ele levou consigo um ramo da Árvore Bodhi, que enraizou e sobrevive até hoje no Sri Lanka.

O Dharmarajya, como Ashoka o entendia, permitia-lhe ser devoto do Ensinamento de Buddha e reverenciar e apoiar a Sangha, mas requeria que ele permanecesse como monarca para cuidar e apoiar todas as tradições religiosas em seu reino. Para este fim, inscreveu Éditos por todo o império, exortando o povo a praticar o Dharma, mas manteve o conteúdo explícito deste conceito suficientemente universal para incluir interpretações Hinduístas, Jainistas, Ajivaka e outras. Embora desse terras, comida e dinheiro para a Sangha Budista, sustentou similarmente as outras tradições espirituais. Assim os Pilares de Éditos mencionam doações à Sangha, e as Inscrições nas Grutas anunciam lugares para os Ajivakas. A lenda sustenta que um terceiro Concílio foi reunido em seu reinado e que ele trabalhou intensamente para preservar a unidade da Sangha -um esforço que no final falhou- mas os Éditos falam somente da purificação da Ordem. Os eruditos tendem a acreditar que não houve um terceiro Concílio, ou que Ashoka teve pouco a ver com ele, mas a ausência de testemunho detalhado nos Éditos pode apenas demonstrar que ele não via valor em proclamar publicamente seu papel nos assuntos internos da Sangha.

Ashoka não negligenciou as obras ou a administração pública. Embora mantivesse a pena capital para ofensas extremas, desenvolveu um sistema de apelações para dar todas as chances para um julgamento revisado que pudesse substituir a execução por uma multa. Ele reformou o sistema tributário de modo que cada região pudesse apelar por alívio quando as colheitas e comércio declinavam, reorganizou a burocracia de modo que os indivíduos não pudessem exercer o poder arbitrariamente, e delineou uma nova classe de oficiais. Os mahamatras, literalmente "grandes em medida", foram estabelecidos para monitorar as operações do governo. Eles viajavam por todo o império para assegurar que os funcionários e oficiais desempenhassem seus deveres eficiente, corretamente e de modo não-violento. Alguns eram incumbidos de cuidar do bem-estar da Sangha, e viajavam até para fora do reino para fazê-lo. Outros cuidavam do bem-estar de outras seitas religiosas. Alguns revisavam a administração judicial, a operação do departamento de impostos, o governo municipal e obras públicas. Eles se reportavam diretamente a Ashoka, que tinha interesse nos detalhes de seu império. Ashoka estabeleceu casas de pouso, bebedouros, plantou árvores e fundou hospitais ao longo das principais estradas. Parece que até mesmo inaugurou um sistema rudimentar de seguro social. Promulgou leis para a proteção do gado, proibiu o sacrifício de animais e aboliu a caça desportiva. Substituiu a caçada real pela peregrinação real e visitou Bodh Gaya e muitos outros lugares sagrados.

Ambos, a tradição e os Éditos, sugerem que Ashoka mandou muitos de seus fiéis associados íntimos em missões longínquas, e uma grande parte de sua família entrou na Sangha. Quando sua principal rainha, Asandhimitra, morreu, ele foi privado de seu maior apoio. Karuvaki, sempre menos interessada nos ideais de Ashoka, assumiu esta poderosa posição, e embora patrocinasse a Sangha, ela insistiu em proclamá-lo no Edito da Rainha. Da última rainha principal, Tishyarakshita, diz-se que ficou tão ciumenta da devoção de Ashoka que tentou destruir a Árvore Bodhi, que foi cuidada pessoalmente por Ashoka até que recuperasse a saúde. Seja verdade ou não que o idoso imperador foi mantido um prisioneiro virtual de seu próprio palácio, como diz a tradição, parece que seus últimos anos foram tristes e solitários. Quando ele morreu, em torno de 232 aC, depois de quarenta anos de insigne governo, apagou-se a luz do império Maurya. Nem a lenda nem registros esparsos que sobrevivem podem concordar sobre quem o sucedeu, ou quando ou em que ordem. Aparentemente diversos reis governaram em rápida seqüência, e então a linhagem Maurya desapareceu no esquecimento.

O império de Ashoka logo desvaneceu da memória. Mas o ideal que ele manteve como aryaputra (príncipe) e dharmaputra (filho do Dharma) cresceram em lustro a cada época que passava. Gerações que não poderiam lembrar dos Mauryas, nem indicar os limites de seu reino, nem mesmo ler os Éditos, não obstante lembravam do grande rei, o "amado dos deuses", que ensinou o Dharma e viveu o que esposava, que estabeleceu o padrão contra o qual os governantes subseqüentes foram medidos e freqüentemente considerados pequenos, e que promulgou uma doutrina simples embora fundamental de tolerância e civilidade baseada no respeito pelas aspirações espirituais de todos os povos em aderir ao Dharma. Eles lembram que aquela foi uma pequena Idade de Ouro, e sabiam que era possível para os seres humanos experimentar uma Idade Dourada novamente.

"Não há dom que possa igualar o dom do Dharma, o estabelecimento das relações humanas sobre o Dharma, a distribuição de riquezas através do Dharma, ou o reinado no Dharma".

Pedra de Éditos XI




Autor: Elton Hall
Tradução: Um Colaborador
Revisão: Osmar de Carvalho
Fonte: www.theosophy.org



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