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OCULTISMO

PRÁTICO

H.P.Blavatsky


 

 

Sumário

 

 

 

o Prólogo da Edição Brasileira..

o Prefácio.............................

o Algumas Sugestões Práticas

    para a Vida Diária..............

o Nota Introdutória.................

o Ocultismo Prático................

o Ocultismo Versus Artes

  Ocultas                     

 

 


 

 

Prólogo da

Edição Brasileira

 

É uma honra para a Editora Teosófica apresentar esta tradução da obra clássica de H.P. Blavatsky, O Ocultismo Prático.

Por motivos editoriais preferiu-se antecipar o capítulo "Algumas Sugestões Práticas para a Vida Diária", que na versão original em inglês era o último capítulo e nesta passou a ser o primeiro.

Acrescentou-se, também, uma Nota Introdutória ao capítulo "Ocultismo Prático", visando uma melhor compreensão do contexto histórico do conteúdo.

 

Os Editores

 

 


 

 

Prefácio

 

As citações de que é composto o artigo seguinte não foram originalmente extraídas com vistas à publicação, podendo por isso parecer algo desconexas.

Foram primeiramente publicadas como uma Seleta Teosófica, na esperança de que os leitores aproveitassem as sugestões e fizessem eles mesmos seus livros de citações diárias a partir de excertos, preservando dessa maneira um registro duradouro dos livros lidos e tornando a sua leitura de valor prático. Seguindo este plano, o leitor poderia resumir o essencial do livro, segundo o que lhe tivesse chamado a atenção.

O método de ler uma série de citações a cada manhã, tentando viver durante o dia segundo as citações lidas, e meditando sobre as mesmas nos momentos livres, também se sugere como proveitoso para o estudante sério.

 

 

Algumas Sugestões

Práticas para

a Vida Diária

1

Levanta cedo, logo que tenhas despertado, sem ficar deitado indolentemente na cama, meio sonolento e meio desperto. Então reza com fervor pedindo para que toda a Humanidade possa ser regenerada espiritualmente, que aqueles que estão lutando no caminho da verdade possam ser encorajados por tuas preces, que trabalhem com mais ardor e que obtenham sucesso, e que tu possas ser fortalecido e não ceder às seduções dos sentidos. Imagina mentalmente a figura de teu Mestre em estado de Samadhi. Fixa essa imagem diante de ti, preenche-a com todos os detalhes, pensa nele com reverência, e reza para que todos os erros de omissão e comissão possam ser perdoados. Isto facilitará grandemente a concentração, purificará o teu coração, e muito mais. Ou então reflete sobre as fraquezas do teu caráter: compreende plenamente os males e os prazeres passageiros que elas te proporcionam, e quere firmemente fazer tudo quanto possas para não ceder a elas da próxima vez. Esta auto-análise e o apresentar a ti mesmo perante o tribunal de tua própria consciência facilita, em um grau até agora não-imaginado, o teu progresso espiritual. Quando estiveres tomando banho, exercita, durante todo o tempo, a tua vontade, para que as tuas impurezas morais sejam levadas pela água juntamente com as demais impurezas do teu corpo. Em teu relacionamento com os outros, observa as seguintes regras.

 

1. Nunca faças aquilo que não estejas comprometido a fazer como teu dever; isto é, nunca faças qualquer coisa desnecessária. Antes de fazer algo, pensa se é teu dever fazê-lo.

2. Nunca digas uma palavra desnecessária. Pensa nos efeitos que tuas palavras podem produzir antes de pronunciá-las. Nunca te permitas violar teus princípios por força de tuas companhias.

3. Nunca permitas que qualquer pensamento desnecessário ou vão ocupe a tua mente. Isso é mais fácil de dizer do que fazer. Não podes esvaziar tua mente de uma só vez. Por isso, no início, tenta evitar pensamentos maus ou ociosos, antes ocupando a tua mente com a análise de tuas próprias faltas, ou com a contemplação daqueles que são Perfeitos.

4. Durante as refeições exercita a tua vontade, de modo a que o teu alimento seja apropriadamente digerido a fim de formar para ti um corpo em harmonia com tuas aspirações espirituais, que não gere paixões maléficas e maus pensamentos. Come apenas quando tiveres fome e bebe apenas quando tiveres sede, nunca de outro modo. Se um prato especial atrai o teu paladar, não te permitas ser seduzido a comê-lo para satisfazer aquele desejo ardente. Lembra-te de que o prazer não existia alguns segundos antes, e que cessará de existir alguns segundos depois; de que é um prazer transitório, e que aquilo que agora é um prazer irá tornar-se dor se tu o ingerires em demasia; de que dá prazer apenas à língua; lembra-te de que se te afligires em demasia para obter tal prato, e te permitires ser seduzido por ele, não terás qualquer tipo de pudor para consegui-lo; de que uma vez que existe outro objeto que te possa trazer felicidade eterna, convergir teus desejos para algo transitório é pura tolice; de que tu não és nem o corpo nem os sentidos, e portanto o prazer e as dores que eles experimentam jamais poderão realmente te afetar, e assim por diante. Pratica a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e ainda que venhas a falhar muitas vezes, mesmo assim, com toda a certeza, chegarás ao êxito. Não leias em demasia. Se leres por dez minutos, reflete por outras tantas horas. Habitua-te à solidão e a permanecer só com os teus pensamentos.

 Acostuma-te ao pensamento de que ninguém além de ti pode dar-te assistência, e desapega-te de tuas afeições em relação a todas as coisas gradualmente. Antes de dormir, reza como fizeste pela manhã. Faz uma revisão das ações do dia, vê onde tu falhaste e resolve então que não falharás nas mesmas coisas amanhã1.

2

O motivo correto para a busca do autoconhecimento é aquele que pertence ao conhecimento e não ao eu. O autoconhecimento vale a pena ser buscado em virtude de ser conhecimento, e não em virtude de pertencer ao eu. O principal requisito para a aquisição do autoconhecimento é o amor puro. Busca o conhecimento por puro amor, e o autoconhecimento finalmente coroará o teu esforço. O fato de um estudante progredir com impaciência é a prova evidente de que ele trabalha por recompensa, e não por amor, o que por seu turno prova que ele não merece a grande vitória que está reservada para aqueles que realmente trabalham por puro amor.

 O "Deus" em nós " isso é, o Espírito de Amor e Verdade, Justiça e Sabedoria, Bondade e Poder " deve ser o nosso único, verdadeiro e permanente Amor, nossa única confiança em tudo, nossa única  , em que, permanecendo tão firme como uma rocha, podemos confiar para sempre; nossa única Esperança, que nunca nos abandonará mesmo que tudo o mais pereça; e a única coisa que temos de procurar obter, com nossa Paciência, esperando com contentamento até que o nosso mau Carma tenha se extinguido, quando então o divino Redentor nos revelará sua presença dentro de nossa alma. A porta através da qual Ele entra é chamada Contentamento; pois aquele que está descontente consigo mesmo está descontente com a lei que o fez tal como ele é; e como Deus é Ele mesmo a Lei, Deus não se manifestará àqueles que estão descontentes com Ele.3 Se admitirmos que estamos na corrente da evolução, então cada circunstância  deve ser considerada totalmente justa para nós. E o fracasso de nosso desempenho numa linha de ação deveria ser considerado a nossa maior ajuda, pois não podemos aprender de nenhum outro modo aquela serenidade na qual insiste Krishna. Se todos os nossos planos fossem bem-sucedidos, então nenhum contraste se apresentaria a nós. Também aqueles planos as­sim feitos, poderiam estar baseados em nossa ignorância e, portanto, ser errôneos, de modo que a bondosa Natureza não nos permitirá realizá-los. Não somos culpados pelo plano, mas através da não-aceitação de sua realização, podemos adquirir demérito cármico. Se tu, por qualquer motivo, encontra-te abatido, então, na mesma proporção, os teus pensamentos enfraquecerão em poder. Pode-se estar confinado numa prisão e ainda assim ser um trabalhador pela causa. Desta forma, rogo-te para tirar de tua mente qualquer desgosto pelas circunstâncias presentes. Se conseguires olhar para tudo isso justamente como sendo aquilo que tu4 de fato desejaste , então isso não apenas fortalecerá os teus pensamentos, como também atuará reflexivamente sobre o teu corpo, tornando-o mais forte.

Agir, e agir sabiamente quando chegar o tempo da ação, esperar, e esperar pacientemente, quando for tempo para repouso, põe o homem em harmonia com os altos e baixos das marés (da vida), e deste modo, tendo a lei e a Natureza como seu respaldo, e a verdade e a caridade como faróis luminosos a lhe indicarem o caminho, ele poderá realizar maravilhas. A ignorância desta lei resulta em períodos de entusiasmo irracional de um lado, e depressão e até mesmo desespero do outro. O homem torna-se assim vítima de suas flutuações, quando deveria ser o Senhor delas.

Tem paciência, Candidato, como alguém que não teme fracassos nem corteja êxitos.

A energia acumulada não pode ser aniquilada, deve ser transferida para outras formas, ou ser transformada em outros tipos de movimento; ela não pode permanecer para sempre inativa e ainda assim continuar a existir. É inútil tentar resistir a uma paixão que não podemos controlar. Se a sua energia acumulada não for conduzida para outros canais, crescerá até que se torne mais forte que a vontade, e mais forte que a razão. Para controlá-la, tu tens de conduzi-la para um outro canal superior. Desse modo, o amor por alguma coisa vulgar pode ser modificado, transformando-o em amor por algo elevado, e o vício pode ser transmutado em virtude, se o seu curso for alterado. A paixão é cega, vai para onde for conduzida, e a razão é um guia mais seguro para ela que o instinto. A ira contida (ou o amor) acabará por descobrir algum objeto sobre o qual descarregar sua fúria, de outro modo poderá produzir uma explosão que destruirá o seu agente; após a tempestade vem a bonança. Os antigos diziam que a Natureza tem aversão ao vácuo. Não podemos destruir ou aniquilar uma paixão. Se ela for expulsa, uma outra influência elemental tomará o seu lugar. Não deveríamos, portanto, tentar destruir o inferior sem pôr algo em seu lugar, mas de fato deveríamos substituir o inferior pelo superior; o vício pela virtude, e a superstição pelo conhecimento.

3

Aprende que não há cura para o desejo, que não há cura para a busca de recompensa, que não há cura para o sofrimento de estar ansioso por algo, a não ser fixando a visão e a audição naquilo que é invisível e inaudível.9

O homem tem de acreditar na sua capacidade inata de progredir; não deve se atemorizar ao considerar a grandeza da sua natureza superior nem se deixar arrastar pelo seu eu inferior ou material.10

Todo o passado nos mostra que as dificuldades não devem servir de desculpa para o desânimo, muito menos para o desespero, de outro modo o mundo não teria as muitas maravilhas da civilização.11 

A força de vontade para seguir adiante é a primeira necessidade daquele que escolheu seu caminho. Onde pode ela ser encontrada" Olhando-se ao redor não é difícil ver onde outros homens encontram sua força. A sua fonte é a convicção profunda.12

Abstém-te porque é correto o abster-se " não para te conservares limpo.13

O homem que luta contra si mesmo e vence a batalha só pode fazê-lo quando sabe que naquela luta ele está fazendo aquilo que vale a pena ser feito.14 

"Não resistas ao mal", isto é, não te queixes nem te irrites com as vicissitudes inevitáveis da vida. Esquece de ti mesmo (servindo aos outros). Se os homens maltratam, perseguem ou enganam os seus semelhantes, por que resistir" Na resistência criamos males ainda maiores. 15

 O trabalho imediato, qualquer que seja, tem implícito o clamor do dever, e a sua relativa importância ou não-importância não deve ser, em absoluto, considerada.16 

O melhor remédio para o mal não é a repressão, mas a elimi­nação do desejo, e isso pode ser melhor alcançado mantendo-se a mente constantemente fixa em coisas divinas. O conhecimento do Eu Superior é solapado quando se deixa a mente comprazer-se com os objetos dos sentidos desgovernados.17

Nossa própria natureza é tão vil, orgulhosa, ambiciosa, e tão cheia de seus próprios apetites, julgamentos e opiniões, que se as tentações não a dominassem, ela se deterioraria irremediavelmente; portanto somos tentados até o fim para que possamos conhecer a nós mesmos e ser humildes. Sabe que a maior das tentações é a de não ter tentação alguma, por esse motivo alegra-te quando elas te assaltarem , e com resignação, paz e constância, resiste a elas.18 

Sente que tu não tens que fazer nada para ti mesmo, mas que certas tarefas são designadas para ti pela Divindade, as quais tu tens de cumprir. Deseja Deus, e não algo que Ele possa proporcionar-te.19 

Tudo o que deva ser feito, tem de ser feito, mas não com o propósito de satisfazer-se com o fruto da ação.20 

Se todas as ações de uma pessoa forem executadas com a plena convicção de que não têm qualquer valor para o agente, mas que devem ser efetuadas simplesmente porque têm de ser feitas " em outras palavras, porque está em nossa natureza agir " então a personalidade egoísta em nós se enfraquecerá cada vez mais, até que chegue a apaziguar-se, permitindo ao conhecimento revelar o Eu Verdadeiro a brilhar em todo seu esplendor. Não se deve permitir que a alegria ou a dor afaste a pessoa de seu firme propósito.21 

Até que o Mestre te escolha para vir a Ele, esteja com a Humanidade, trabalhando de modo altruísta pelo seu progresso e evolução. Somente isto pode trazer verdadeira satisfação.22

O conhecimento aumenta na proporção de seu uso " isto é, quanto mais ensinamos mais aprendemos. Portanto, Buscador da Verdade, com a de uma criancinha e a vontade de um Iniciado, compartilha daquilo que tens com aquele que nada possui para confortá-lo em sua jornada.23

Um discípulo tem de reconhecer de maneira inequívoca que a própria idéia de direitos individuais nada mais é que a manifestação da natureza venenosa da serpente do eu. Ele jamais deverá considerar outro homem como alguém passível de ser criticado ou condenado, nem tampouco poderá o discípulo elevar sua voz em autodefesa ou desculpa.24

Nenhum homem é teu inimigo; nenhum homem é teu amigo. Todos são igualmente teus instrutores.25 

Não mais se deve trabalhar para ganhar qualquer benefício, temporal ou espiritual, mas tão somente para cumprir a lei da existência que é a justa vontade de Deus. 26

4

Não vivas nem no presente nem no futuro, mas sim no eterno. A gigantesca erva daninha (do mal) lá não pode florescer; a própria atmosfera do pensamento eterno apaga esta mancha da existência.27 A pureza do coração é uma condição necessária para o atingimento do "Conhecimento do Espírito". Há dois meios principais pelos quais essa purificação pode ser atingida. Em primeiro lugar, afasta persistentemente todo mau pensamento; e em segundo, mantém a mente tranqüila sob quaisquer condições, nunca te agitando ou te irritando por qualquer coisa. Descobrir-se-á, assim, que estes dois meios de purificação são melhor estimulados pela devoção e pela caridade. Não devemos nos manter ociosos, sem tentar fazer alguma coisa para progredir, só porque não nos sentimos puros. Que todos tenham aspirações, e que trabalhem com o devido empenho; no entanto, devem trabalhar no reto caminho, cujo primeiro passo é purificar o coração.28

A mente precisa de purificação sempre

que sentir ira ou que uma mentira seja contada, ou as faltas de terceiros sejam desnecessariamente reveladas; sempre que algo seja dito ou feito com o propósito de bajulação, ou que alguém seja enganado pela insinceridade de uma palavra ou ação.29 

 Aqueles que aspiram pela salvação devem evitar a luxúria, a ira e a cobiça, e devem cultivar uma corajosa obediência às Escrituras, estudar Filosofia Espiritual, e cultivar a perseverança na sua realização prática.30 

Aquele que se deixa levar por motivos egoístas não pode entrar num Céu onde os motivos pessoais não existem. Aquele que não se preocupa com o Céu, mas que se sente contente onde se encontra, já está no Céu, enquanto que o descontente irá clamar pelo Céu em vão. Não ter desejos pessoais é estar livre e feliz, e a palavra "Céu" não pode significar outra coisa a não ser um estado no qual a liberdade e a felicidade existam. O homem que pratica ações benéficas motivado por uma expectativa de recompensa não fica feliz a não ser que a recompensa seja obtida, e uma vez obtida essa recompensa, a sua felicidade cessa. Não pode haver descanso e felicidade permanentes enquanto houver algum trabalho a ser feito, e que não tenha sido realizado, sendo que o cumprimento do dever traz sua própria recompensa.31

Aquele que se considere mais santo que os outros, aquele que tenha qualquer orgulho por estar isento de vícios ou insensatez, aquele que se crê sábio, ou de qualquer maneira superior ao seu próximo, está incapacitado para o discipulado. Um homem tem que se tornar como que uma criancinha antes de poder entrar no Reino dos Céus. A virtude e a sabedoria são coisas sublimes, mas se elas criarem orgulho e uma consciência de separatividade em relação ao restante da Humanidade, então serão apenas as serpentes do eu reaparecendo de uma forma mais sutil. O sacrifício ou a entrega do coração do homem e suas emoções é a primeira das regras; envolve "o atingimento de um equilíbrio que não pode ser perturbado pelas emoções pessoais." Põe, sem demora, tuas boas intenções em prática, nunca permitindo que nem sequer uma delas permaneça apenas como uma intenção. Nosso único rumo verdadeiro é deixar que o motivo para a ação esteja na ação em si mesma, jamais na sua recompensa; não ser incitado à ação pela expectativa do resultado, e nem tão pouco ceder à propensão à inércia.

Através da 32 o coração é purificado das paixões e da insensatez; daí surge o domínio do corpo, e, por último, a subjugação dos sentidos.33

As características do sábio iluminado são, em primeiro lugar, que ele está liberto de todos os desejos,34 e sabe que somente o verdadeiro Ego ou Supremo Espírito é bem-aventurança, e que tudo o mais é dor. Em segundo, que ele está livre de apego ou repulsão com relação a qualquer coisa que lhe aconteça, e que age sem intenção. Finalmente, vem a subjugação dos sentidos, que é inútil, e freqüentemente prejudicial, dando origem à hipocrisia e ao orgulho espiritual, quando destituída do segundo, e que por sua vez não tem muita utilidade quando destituída do primeiro.35

Aquele que não pratica o altruísmo, aquele que não está preparado para dividir sua última porção36 com alguém mais pobre ou mais fraco do que ele, aquele que negligencia em ajudar seu próximo, qualquer que seja sua raça, nação, ou credo, quando e onde quer que encontre sofrimento, e que faz ouvidos moucos ao clamor da miséria humana; aquele que ouve uma pessoa inocente ser caluniada, e que não toma a sua defesa como defenderia a si mesmo, não é um teósofo.

5

Ninguém age corretamente ao abandonar o cumprimento dos inequívocos deveres da vida, baseados no mandamento Divino. Aquele que cumpre seus deveres por pensar que se eles não forem cumpridos algum malefício lhe sobrevirá, ou que o seu cumprimento removerá dificuldades do seu caminho, trabalha pelos resultados. Os deveres devem ser cumpridos simplesmente por terem sido mandados por Deus, que pode a qualquer momento ordenar que se lhes abandone. Enquanto não tivermos reduzido a inquietação da nossa natureza à tranqüilidade, teremos de trabalhar, consagrando à Deidade todos os frutos de nossa ação e atribuindo-Lhe o poder de executar as tarefas corretamente. A verdadeira vida do homem é paz em identidade com o Supremo Espírito.

Esta vida não é trazida à existência por qualquer ato nosso, é uma realidade, "a verdade", e é completamente independente de nós. A compreensão da irrealidade de tudo que parece se opor a esta verdade é uma nova consciência e não uma ação. A libertação do homem não está de modo algum relacionada às suas ações. Na medida em que as ações promovem a compreensão de nossa total inabilidade para emancipar a nós mesmos da existência condicionada, elas são úteis; após a compreensão desse estágio, as ações se tornam mais obstáculos do que auxílio. Aqueles que trabalham em obediência aos mandamentos Divinos, sabendo que o poder para assim trabalhar é um dom de Deus, e que não é uma parte da natureza autoconsciente do homem, alcançam a liberdade em relação à necessidade de ação. E então o coração puro é preenchido pela verdade, e é percebida a identidade com a Deidade. O homem tem de primeiramente se livrar da idéia de que ele realmente faz alguma coisa, sabendo que todas as ações ocorrem nas "três qualidades da natureza"37 e de modo algum na alma.

 Então ele tem de estabelecer todas as suas ações na devoção. Isto é, sacrificar todas as suas ações ao Supremo e não a si mesmo. Ou ele próprio se arvora no Deus a quem são consagrados os seus sacrifícios, ou os consagra ao outro verdadeiro Deus " Ishvara; e todos os seus atos e aspirações são dedicados ou para si mesmo ou para o Todo. Aqui se evidencia a importância do motivo. Pois se ele realiza grandes obras de valor, ou de benefício para a Humanidade, ou adquire conhe­cimento para poder dar assistência a seu próximo, e é movido a isso meramente porque pensa que assim alcan­çará a salvação, ele está agindo apenas para seu próprio benefício, e está portanto consa­grando sacrifícios para si mesmo. Desta forma, ele tem de devotar-se internamente ao Todo; sabendo que ele próprio não é o agente das ações, mas a mera testemunha delas. Desde que está em um cor­po mortal, ele é afetado por dúvidas que irão brotar repen­tinamente. Quando elas de fato surgem, é porque ele ignora algo. Ele deve para tanto ser capaz de dispersar a dúvida "pela espada do conhe­cimento." Porque se ele dis­põe de uma resposta pronta para alguma dúvida, nesta mesma proporção ele a dissipará. Todas as dúvidas vêm da natureza inferior, e jamais em qualquer caso da natureza superior. Por isso à medida que ele cresce em devoção é capaz de perceber cada vez mais claramente o conhecimento que reside em sua natureza Sattvica (bondade). Pois está dito: "Um homem que seja perfeito em devoção (ou que persiste em seu cultivo) esponta­neamente descobre o conhe­cimento espiritual em si mesmo com o passar do tempo". E tam­bém: "Um homem com a mente cheia de dúvidas não desfruta nem deste mundo nem do outro (o mundo dos Devas), nem da beatitude final." A última frase é para destruir a idéia de que se há em nós esse Eu Superior ele irá, mesmo se formos indolentes e cheios de dúvidas, triunfar sobre a necessidade de conhecimento, conduzindo-nos à beatitude final junto com o fluxo evolutivo de toda a Humanidade.38 


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