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MEDITAÇÃO PARA INICIANTES

J. I. Wedgewood

 

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

PREFÁCIO

SIGNIFICADO DA MEDITAÇÃO

O QUE É MEDITAÇÃO

PRIMEIROS PASSOS

MEDITAÇÃO SOBRE OS CORPOS

UMA FORMA MAIS ELABORADA QUE ACIMA

CONCENTRAÇÃO

MEDITAÇÃO

MEDITAÇÃO SOBRE A SIMPATIA

MEDITAÇÃO PARA EXPANDIR A CONSCIÊNCIA

CONTEMPLAÇÃO

A BUSCA PELO MESTRE

A CONSTRUÇÃO DO CARÁTER

AUXÍLIOS FÍSICOS PARA A MEDITAÇÃO

POSTURA

RESPIRAÇÃO E OUTRAS QUESTÕES

HORÁRIOS

POSITIVIDADE E DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO

RELAXAMENTO

A SENDA DO SERVIÇO

 

INTRODUÇÃO

Recolha-se para dentro de você mesmo e olhe. E se você ainda não se achar belo, faça como o criador de uma estátua que deve tornar-se bela; ele desbasta aqui, suaviza ali, torna este contorno mais delicado, aquele outro mais puro, até que ele revele um rosto formoso na estátua. Faça o mesmo; remova tudo o que é excessivo, endireite tudo o que estiver torto, leve luz a tudo o que o que for sombrio, trabalhe para fazer tudo incandescente de beleza, e não pare de cinzelar sua estátua até que de lá brilhe sobre você o divinal esplendor da virtude, até que você possa ver a bondade final firmemente instalada no sacrário imaculado. Plotino, sobre o Belo (Tradução a partir da versão inglesa de Stephen MacKenna)

PREFÁCIO

James Ingall Wedgewood nasceu em Londres, em 1883, e faleceu em Farnham, em 1951. Ele era um membro da eminente família Wedgewood que há algumas gerações tem se distinguido na arte, na ciência, na indústria e em outros ramos do serviço público. Quando jovem estudou música de igreja e construção de órgãos, e posteriormente recebeu o grau de Doutor (Ciências) da Universidade de Paris por um livro sobre esse tema que ainda hoje está em uso. Em 1904, profundamente influenciado por uma palestra da Dra. Besant, juntou-se à Sociedade Teosófica, tornando-se Secretário Geral da Seção Inglesa em 1911. Em 1916 foi consagrado como o primeiro Bispo da Igreja Católica Liberal, um movimento devotado à liberalização do pensamento Cristão, a qual ele muito contribuiu para criar. A reimpressão deste pequeno mas inestimável livro sobre meditação tinha sido planejada antes de sua morte. Os responsáveis por ela sabem que seus muitos amigos não desejariam que aparecesse neste momento sem um breve reconhecimento do débito a ele devido por estudantes e aspirantes de todo o mundo. Sua publicação é somente um dos muitos tributos que continuarão a ser pagos a ele, em apreciação do que ele deixou não só para os que o conheceram, mas para toda a humanidade.

Londres, Maio de 1951.

* * * * *

SIGNIFICADO DA MEDITAÇÃO

É significativo da tendência espiritual da Sociedade Teosófica que haja um crescente interesse na meditação, e muitos agora desejam ajuda e orientação nessa prática. Na Seção Interna da Sociedade Teosófica (chamada Escola Esotérica) muita instrução definida e útil está disponível para os estudantes dedicados e aceitos; mas há muitos que, talvez por razões domésticas ou outras, não se sentem livres para assumir a pesada responsabilidade implicada nesta associação, pois entrar na Escola Esotérica implica que a Teosofia daí em diante se tornará um fator dominante na vida. Esses membros freqüentemente desejam aprender como meditar, e é na esperança de ajudar essa grande classe de pessoas devotadas e espiritualmente orientadas que estas presentes sugestões são oferecidas. Além disso, pode ser salientado, somente é possível ser admitido na Escola Esotérica após três anos de filiação na seção externa da Sociedade, e durante este período preliminar muito do necessário trabalho prévio deve ser completado, com o resultado de que o aspirante esteja melhor preparado para o treinamento da Seção Interna e do serviço maior à sua vida corporativa.

As presentes indicações foram escritas mais especialmente para os Teosofistas, ainda que possam ser de auxílio para outros que ainda não abraçaram a filosofia de vida reunida sob o nome de Teosofia. Este curso tem sido adotado com muita cautela, pois o autor acredita que é de pouca utilidade por-se a trabalhar na séria prática da meditação até que os ensinos sobre o controle e uso do pensamento e da emoção apresentados nos livros Teosóficos tenham sido dominados, e até que o aspirante tenha saído do estágio de diletante do ocultismo. Até então ele retirará maior benefício de tranqüilas reflexões sobre livros devocionais ou das práticas dos métodos mais antigos prescritas pelas várias religiões exotéricas. Para estudantes mais avançados, que seguem outros métodos de estudo, o autor não se considera apto a escrever.

 

O QUE É MEDITAÇÃO

A meditação consiste na tentativa de trazer à mente consciente, isto é, à mente em seu estado normal de atividade, alguma percepção da superconsciência, de criar pelo poder da aspiração um canal através do qual a influência do princípio espiritual ou divino, o homem real, possa irradiar-se à personalidade inferior. É uma projeção do pensamento e sentimento em direção a um ideal, e uma abertura das portas da aprisionada consciência inferior à influência daquela idéia. 'Meditação', diz H.P.Blavatsky, 'é o inexprimível anelo do homem interior pelo Infinito'. O ideal escolhido deve ser abstrato, pode ser uma virtude, tal como simpatia ou justiça; pode ser o pensamento sobre a Luz Interna, aquela Divina Essência que é a realidade mais íntima da natureza humana: ela pode mesmo ser reconhecida apenas como uma vaga e pálida sensação do que há de mais alto em nós. Ou o ideal pode ser personificado num Mestre, um Instrutor Divino, na verdade ele pode ser visto encarnado em qualquer um que sentimos de algum modo dignos de nosso respeito e admiração. Conseqüentemente o assunto e o tipo de meditação variarão largamente de acordo com o temperamento e raio do indivíduo. Mas em todos os casos é essencialmente a elevação da alma à sua divina fonte, o desejo do eu particular de tornar-se uno com o Eu Universal.

PRIMEIROS PASSOS

O primeiro passo na meditação consiste em cultivar o pensamento, até que se torne habitual, de que o corpo físico é um instrumento do espírito. Os que recém tomaram conhecimento do pensamento teosófico acham no começo difícil de reverter seus pontos de vista; para eles a alma e o espírito são irreais. Os planos e corpos, dos quais os escritores Teosóficos falam em suas tentativas de transmitir com clareza e precisão científica um pequeno vislumbre dos mistérios do ser humano, são memorizados em termos de algum diagrama, sendo cada nome evocado com um esforço da memória. O corpo físico é a única realidade tangível e o corpo supra-físico uma evanescente e vaga, mera concepção intelectual. Mas gradualmente e quase imperceptivelmente este sentimento é abandonado; um sentimento de percepção do supra-físico começa a agir no cérebro físico e a dar vida ao que antes era uma simples teoria intelectual. A razão para isso não precisa ser procurada longe. Ler livros Teosóficos é pôr-se em contato com forças poderosamente estimulantes no mundo dos arquétipos mentais; ler sobre os corpos superiores tende, por direcionarmos a atenção para aqueles corpos, a despertar a autoconsciência neles. Interesse e estudo do plano astral e do corpo astral gradualmente despertam o estudante naquele plano durante o sono físico. A estimulação dos corpos superiores à maior atividade também é auxiliada ao estarmos dentro da aura de pessoas supra-fisicamente desenvolvidas. Como um resultado natural esta expansão da natureza interna começa a modificar a consciência desperta, o conhecimento do Homem Superior lentamente se filtra para dentro do cérebro físico, e o estudante verá seu panorama da vida sofrendo grande mudança. Uma expansão da consciência se torna perceptível, novos horizontes de pensamento e sentimento se abrem diante de si, seu ambiente na vida assume um novo significado à medida que desperta para eles, e as verdades da Teosofia começam a passar da teoria intelectual para a experiência espiritual. Tal é, brevemente falando, a razão física para a gradual expansão da consciência, que acompanha as primeiras experiências da maior parte dos Teosofistas que são realmente sérios; e podemos, de passagem, arriscar a idéia de que os três anos que devem transcorrer antes que um estudante se torne admissível à Escola Esotérica são prescritos não só para que sua perseverança na Teosofia possa ser testada, mas também que esse tempo possa ser concedido para essa mudança nos corpos supra-físicos, pela qual ele poderá intuitivamente vir a sentir-se como o Homem Superior usando um instrumento físico.

Agora esse processo e esse despertar podem ser materialmente estimulados. 'Ajude a Natureza', diz A Voz do Silêncio, 'e trabalhe com ela; e a Natureza o verá como um de seus criadores e lhe será obediente'. Um moderno escritor científico parafraseou a mesma verdade nas palavras 'a Natureza é conquistada pela obediência'; temos apenas que entender as leis da Natureza, e então, corretamente selecionadas e aplicadas, elas se tornarão nossos servidores obedientes. Isso que ocorre lugar lenta e gradualmente no decurso comum do tempo pode ser acelerado com um esforço inteligente e bem direcionado. Por isso o primeiro exercício do estudante em meditação pode apropriadamente ter em vista esta sua aspiração de perceber conscientemente o Homem Superior.

A prática a seguir é uma que o presente autor utilizou com bons resultados, até que não houve mais necessidade de continuá-la.

MEDITAÇÃO SOBRE OS CORPOS

Que o estudante comece pensando no corpo físico; então considere como é possível controlá-lo e dirigi-lo, e então em pensamento se separe dele; considere-o como um veículo, e imagine-se por alguns momentos vivendo no corpo astral. Que reflita, então, que ele pode controlar suas emoções e desejos; e, com um grande esforço, repudiar o corpo astral e perceber que ele não é esse corpo de paixões, desejos e emoções em erupção e combate. Que imagine-se vivendo no corpo mental; e considere mais uma vez que pode controlar seus pensamentos, e que tem o poder de orientar sua mente para pensar em qualquer coisa que queira, e novamente com um esforço repudie o corpo mental. O estudante deveria agora deixar-se pairar na livre atmosfera do espírito onde há paz eterna, e, descansando lá por algum tempo, procure com grande intensidade perceber Aquele que é o verdadeiro Eu.

Deixemo-lo agora descer novamente, trazendo consigo a paz de espírito através dos diferentes corpos. Deixemo-lo imaginar a aura do corpo mental irradiando à sua volta, e deixe que a influência da paz o inunde, enquanto reafirma que ele é o Eu que usou o corpo mental como um instrumento a seu serviço. Então descendo para o corpo astral, novamente permita que a paz se irradie através da aura, enquanto reafirma que ele é aquele que usa as emoções como suas servas; e finalmente, que retorne ao corpo físico, reconhecendo-o como um instrumento, e um centro da divina paz, haja o que houver no mundo.

O exercício pode a princípio parecer estranho e infrutífero, pois o corpo físico ainda é a grande realidade, e pensamento e sentimento ainda são a grande realidade, e pensamento e sentimento ainda são passíveis de serem considerados como produtos do cérebro físico. O iniciante deve lembrar que ele está procurando desfazer os hábitos mentais de anos, e portanto não deve impacientar-se por resultados imediatos. Possivelmente muito tempo poderá passar antes que sua intuição lhe assegure infalivelmente que há um poder maior dentro de si, guiando suas ações e moldando seu curso pela vida. Muito naturalmente, ele pode considerar a hipótese de auto-hipnose, o pensamento de que ele possa por degraus sucessivos estar-se iludindo em crenças fantasiosas que não possuem nenhum fundamento de realidade. Para a mente bem equilibrada os primeiros estágios são de longe os mais difíceis, porque há uma reticência natural em aventurar-se no desconhecido e uma tendência em bater em retirada mental a cada suspeita de perigo. A despeito disso, é bastante razoável fazer uma tentativa séria num sistema exposto pelas maiores mentes da antigüidade, prescrito em todas as grandes religiões e experimentado por pessoas eminentemente sãs e sinceras dos dias de hoje. E uma prática um tanto regular e persistente é necessária para conduzir à obtenção de certos resultados. Quão nítidos serão esses resultados e com que rapidez eles aparecerão naturalmente dependerá do temperamento, da diligência e das possibilidades do indivíduo.

UMA FORMA MAIS ELABORADA QUE ACIMA

À medida que o iniciante for ficando mais familiarizado com a meditação acima delineada, ele pode começar a elaborá-la, de acordo com a tendência de seu temperamento. Ele pode achar de utilidade, por exemplo, considerar a comparação do piano e do pianista. Como o piano produz som e música organizada, assim o cérebro e o corpo físico dão expressão ao pensamento, sentimento e atividade organizada. Mas é o pianista que expressa a si mesmo por meio do instrumento. Da mesma maneira o corpo físico (em suas atividades voluntárias) apenas vibra em resposta ao Homem Superior.

Apartando-se em pensamento do corpo físico e examinando-o com a fria discriminação da mente, ele deveria tentar perceber que ele é só um veículo, um instrumento, uma vestimenta de carne. A fim de que a consciência, que é a manifestação do espírito, possa contatar o mundo físico ela deve habitar um tabernáculo de matéria física relativo e afinado àquele mundo físico, pois somente um veículo físico de consciência pode entrar em relação vibratória com a matéria física. Pela multiplicidade de experiências a serem obtidas do mundo físico e pela gradual adequação do instrumento físico para responder-lhes, o espírito desdobra seus poderes inatos da latência à potência.

Ele pode então considerar como é possível controlá-lo e dirigi-lo, como ele responde aos ditames da inteligência diretriz, o Eu. Pois separando-se dele em pensamento, deveria a seguir imaginar-se vivendo por alguns momentos no corpo astral.

Que reflita, então, que o corpo astral não é seu Eu real. Ele pode controlar suas emoções e desejos, ele pode regular o jogo dos sentimentos. Suas emoções são apenas um aspecto de sua consciência trabalhando no e limitada pelo corpo astral, o qual, por sua vez, é uma habitação construída a partir da matéria do plano astral, para que a consciência interna possa entrar em relações com ele. Ele próprio não é este corpo de paixões, desejos e emoções irrompendo em luta. Em seus momentos mais tranqüilos ele sabe que ele está acima da erupção das emoções. Seus arroubos de paixão, de inveja, de medo, ou egoísmo e ódio, nada disso é ele mesmo, é apenas o jogo das emoções que fugiram ao controle, como um cachorro pode fugir da coleira. No coração de seu coração ele sabe que muito disso já está sob seu controle, então pela força de paciência perseverante e dedicado esforço tudo pode ser trazido no devido tempo para dentro dos devidos limites, e a maestria sobre as emoções terá sido atingida.

Assim ficando como se de fora de suas emoções, olhando para baixo para a inteira esfera de suas atividades, que imagine-se a seguir como vivendo no corpo mental.

Não é difícil para o iniciante separar-se de seus corpos físico e emocional se foi ensinado na prática da moralidade normal a detectar e controlar ações e emoções violentas; mas provavelmente não terá recebido muita instrução sobre o poder do pensamento, e conseqüentemente ele acha difícil perceber de pronto a possibilidade de controlar seu pensamento.

Assim ele possui o poder de direcionar sua mente para qualquer objeto de seu agrado, e por força da perseverança pode aprender a mantê-lo fixo lá. E eventualmente pode ganhar tal controle sobre a mente que será capaz de eliminar dela à vontade qualquer pensamento inoportuno.

E assim, passando através dos vários estágios, ele pode elevar-se à contemplação dAquele que está além das palavras, inefavelmente real e sagrado, alcançando o verdadeiro relicário de seu próprio ser, o altar sobre o qual a própria Divina Shekinah1 (1 Segundo o Glossário Teosófico de H. P. Blavatsky, Shekinah é a Graça Divina, ou a Luz Primordial eterna. É o título aplicado pelos cabalistas ao Décimo Sephira, Kether (Coroa), o primeiro da Tríade Suprema, o Mistério dos Mistérios. - N. do Trad.) se manifesta, e trazer com ele aquela radiância para os mundos dos sentidos exteriores.

Quando o estudante por sua meditação e por seu reiterado pensamento durante o dia passou a considerar a si mesmo como o Homem Interno, trabalhando externamente no mundo através da instrumentalidade de um corpo físico, pode então passar para formas mais elaboradas e científicas de meditação. Ele deveria começar a trabalhar com o mais completo entendimento de seus vários detalhes e estágios, considerando-a ao mesmo tempo como um meio de regeneração espiritual e crescimento e uma ciência de controle da mente e dos sentimentos fugidios.

 

CONCENTRAÇÃO

A meditação é usualmente dividida em três estágios: Concentração, Meditação e Contemplação. Poderia ser ainda mais subdividida, mas é desnecessário fazê-lo aqui; de outra parte, o iniciante deveria manter em mente que a meditação é uma ciência para toda a vida, de modo que não deve esperar atingir o estágio da pura contemplação em seus primeiros esforços.

A concentração consiste em focalizar a mente em uma única idéia e mantê-la ali. Patanjali, o autor do clássico hindu Aforismos do Yoga, define Yoga como 'a suspensão das modificações do princípio pensante'. Esta definição é aplicável à concentração, ainda que Patanjali provavelmente vá além em seu pensamento e inclua a cessação da faculdade mental de construção de imagens e de todas as expressões concretas do pensamento, virtualmente assim passando além do estágio da mera concentração para o da contemplação.

Para poder se concentrar, então, é necessário ganhar controle sobre a mente e aprender por prática gradual a estreitar seu leque de atividades, até que se torne unidirecionada. Alguma idéia ou objeto é escolhido sobre o qual concentrar-se, e o passo inicial é eliminar da mente todo o resto, excluir portanto toda a corrente de pensamentos alheios ao assunto, que dançam ante a mente como as imagens cambiantes do cinema. É verdade que muito da prática inicial do estudante deverá ser nos estágios inicias esta forma de exclusão repetida de pensamentos; e pôr-se a fazer isso é um treinamento excelente. Mas há uma outra e muito melhor maneira de atingir a concentração; consiste em se tornar tão interessado e absorvido no tema escolhido que todos os outros pensamentos são por isso mesmo excluídos da mente. Estamos constantemente fazendo isso em nossas vidas diárias, inconscientemente e por força do hábito. Escrever uma carta, fazer contas, tomar grandes decisões, resolver problemas difíceis, todas estas coisas colaboram para que a mente seja induzida a um estado mais ou menos profundo de concentração. O estudante deve aprender a consegui-la à vontade, e será mais bem-sucedido cultivando o poder e o hábito de observar e prestar atenção aos objetos externos.

Tome qualquer objeto: um porta-canetas, um pedaço de papel, uma folha, uma flor, e note os detalhes de sua aparência e estrutura que normalmente passam despercebidos; enumere uma por uma suas propriedades, e logo achará o exercício de um interesse absorvente. Se for capaz de estudar o processo de sua manufatura ou crescimento, o interesse aumentará ainda mais. Nenhum objeto na natureza é de fato completamente tosco ou desinteressante; e quando algo se nos aparece assim, a falha em apreciar a maravilha e a beleza de sua manifestação reside em nossa própria falta de atenção.

Como auxílio à concentração, é bom repetir em voz alta as idéias que lhe passam pela mente. Assim; este porta-canetas é preto; ele reflete a luz da janela em algumas partes de sua superfície; tem cerca de dezessete centímetros de comprimento, cilíndrico; sua superfície é gravada com um desenho; o desenho tem forma de galhos e é formado por séries de linhas gravadas muito juntas; e assim por diante à vontade.

Desse modo o estudante aprende a retirar-se do mundo maior e fechar-se no pequeno mundo de sua escolha. Quando isso for conseguido satisfatoriamente terá atingido um certo grau de concentração; mas é evidente que haverá ainda muitos e diversos pensamentos rolando pela mente, ainda que todos em torno do porta-canetas. O falar em voz alta ajuda a diminuir a velocidade dessa corrente de pensamentos e evita que a mente devaneie. Gradualmente pela prática ele aprende a limitar ainda mais o círculo de pensamentos até que literalmente pode direcionar a focalização da mente para um só ponto.

A prática acima é por natureza um pouco difícil de ser conseguida; requer um grau de aplicação estrênua, e, mais que tudo, pode aparecer algo fria ao estudante, já que desperta pouca emoção. Um outro exercício de concentração pode portanto ser feito correntemente, mas antes de descrevê-lo devemos dizer que o exercício anterior, em algum momento da carreira do estudante, precisa ser dominado. Algum grau de maestria nisso é pré-requisito para a visualização bem-sucedida, isto é, o poder de reproduzir mentalmente um objeto com minúcia de detalhes sem ele estar visível aos olhos, e a visualização acurada é uma parte necessária de muito do trabalho que é feito pelos estudantes treinados em métodos ocultos tais como a construção deliberada de formas-pensamento e a criação mental de símbolos no cerimonial. Coerentemente, o estudante que for mesmo dedicado não negligenciará este tipo de trabalho por causa de sua dificuldade e por requerer aplicação. Ele também se porá a trabalhar na visualização, observando e perscrutando cuidadosamente um objeto, e então com os olhos fechados tentará fazer uma representação mental dele.

O segundo método mencionado antes é o de não se concentrar sobre um objeto físico, mas sobre uma idéia. Se alguma virtude for tomada isso terá a vantagem de despertar o entusiasmo e a devoção do estudante, e essa é uma consideração muito importante nos estágios iniciais da prática, quando a perseverança e firmeza são com freqüência penosamente testadas. Além disso, os esforços constroem aquela virtude no caráter. Neste caso a concentração é mais dos sentimentos e menos evidentemente um processo mental. O estudante se esforça por reproduzir em si mesmo a virtude, digamos simpatia, pela qual anseia, e por força de manter-se numa única emoção, pelo poder da vontade eventualmente terá sucesso em sentir simpatia. É mais fácil ser unidirecionado no sentimento do que no pensamento, pois este último é mais sutil e ativo; mas se uma intensa concentração de sentimento puder ser induzida, a mente em certa medida a seguirá.

MEDITAÇÃO

Tendo assim considerado a concentração podemos passar agora à segunda divisão principal de nosso assunto, isto é, a meditação.

A meditação é a arte de considerar um assunto ou analisá-lo mentalmente em seus vários atributos e relações. Propriamente falando, o estágio de meditação não se segue diretamente à completa unidirecionalidade da mente que discutimos acima, antes secunda aquele estágio de concentração relativa que baniu da mente todas as idéias alheias ao único assunto sob consideração; mas a eficiência de concentração será requerida à medida que cada variedade de meditação for trabalhada. Não precisamos ocupar mais espaço com outras definições de meditação, mas podemos passar imediatamente para certos esquemas da prática que ilustrarão sua natureza e método mais claramente que dissertações teóricas. Falamos acima no pensamento sobre a simpatia e podemos usá-lo como tema de meditação.


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