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Mensagem 215
De: "Osmar de Carvalho"
Data: Sáb Fev 3, 2001 10:29 am
Assunto: Novos cardeais consolidam influência


Novos cardeais consolidam influência

Sou 100

Vaticano
Novos cardeais consolidam influência
do papa na Igreja brasileira


Leonardo Coutinho, de Salvador, e Patrícia Queiroz

Fernando Vivas
Claudio Rossi

Geraldo Majella: teólogo dos mais respeitados em Roma Cláudio
Hummes: porta-voz de João Paulo II em uma das maiores dioceses do
mundo


Tornar-se cardeal da Igreja Católica é a honraria máxima na estrutura do
Vaticano. É como o militar que vira general-de-exército ou o político que
chega a ministro de Estado. Um cardeal exerce a função de conselheiro
do papa, representa Roma no país onde atua e, mais delicada de todas
as missões, participa do conclave – a reunião em que se escolhe o novo
sumo pontífice. Daí por que a nomeação de cardeais é uma das tarefas
mais importantes que cabem ao papa. Na semana passada, João Paulo
II anunciou os nomes de 37 novos cardeais, entre eles dois brasileiros:
dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, e dom Geraldo Majella,
de Salvador. Com a escolha, o Brasil passa a ter oito cardeais, dos
quais cinco foram escolhidos por João Paulo II, e o mundo passa a ter
203 cardeais, 85 deles nomeados neste pontificado. Em escala global,
o anúncio sacramenta a coesão que Roma vem im
primindo ao pensamento da Igreja. No caso específico do Brasil, os novos nomes
representam a maior demonstração de força do papa sobre os grupos que nos anos
70 e 80 desafiaram as orientações do Vaticano defendendo interp
retações livres dos ensinamentos bíblicos.

De uma forma definitiva, João Paulo II devolveu a Roma o comando de uma Igreja
que havia sido tomada pelos defensores da Teologia da Libertação. Os grupos
esquerdistas continuam a disputar poder com a ala conservadora den
tro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma espécie de
sindicato dos bispos. Mas na estrutura formal da Igreja agora são minoria. Dom
Geraldo e Dom Cláudio estão em sintonia total com o papa. São 100 Vat
icano. Ambos se posicionam contra a politização da liturgia e interpretações
livres do Evangelho que estiveram em voga até outro dia. Eles pregam que a missa
seja conduzida mais ou menos como nos tempos de nossos avós. Se
gundo essa nova orientação, os padres voltam a convidar os fiéis a pagar o
dízimo, anteriormente considerado uma afronta aos mais despossuídos. Os métodos
contraceptivos e o aborto passam a ser novamente condenados, bem c
omo o sexo antes do casamento. Ou seja, a espiritualidade ocupou o espaço do
engajamento político e da denúncia das chagas sociais com base na visão
esquerdista do processo econômico e social. "É evidente que existe um co
nflito entre excluídos e incluídos", diz o cardeal Cláudio Hummes. "Continuamos
a denunciar os problemas sociais, mas com base no Evangelho, e não em
ideologias."

Durante a década de 70, a Teologia da Libertação representou o primeiro
movimento de contestação ao Vaticano relativamente bem-sucedido em séculos. No
âmbito interno, religiosos importantes desafiaram o poder de Roma e pa
ssaram a questionar alguns dos pilares sobre os quais se ergueu a Igreja
moderna, tais como o celibato e o voto de castidade. No front externo, esses
grupos ganharam importância porque se transformaram no único foco de po
der que levantava a voz contra as ditaduras militares instaladas por todos os
países do continente. Dentro da Igreja surgiram lideranças políticas de esquerda
no México, na Colômbia e no Brasil, algumas muito fortes até h
oje. Desde que o papa começou sua cruzada anti-Teologia da Libertação, a Igreja
no Brasil passou por diversas transformações. João Paulo II empregou artifícios
previstos no regulamento da Igreja para diminuir o poder de b
ispos não alinhados com as concepções do Vaticano. O mais comum foi a divisão de
dioceses para a criação de postos que foram ocupados por seus seguidores. Para
os bispos que atingiam a idade-limite, de 75 anos, o papa ado
tava políticas distintas. Aceitava o afastamento dos rebeldes e adiava a
aposentadoria daqueles que fossem fiéis às suas orientações.

Para assumir o manto púrpura de cardeal, não basta obviamente estar alinhado com
o pensamento do papa. É preciso possuir uma formação intelectual sólida e um
fortíssimo currículo de realizações. Dom Geraldo fala cinco lín
guas além do português. Leu pelo menos 1 000 livros para preparar sua tese de
doutorado em que mostra que os textos usados durante as missas em todo o mundo
precisavam ser revisados. O trabalho divulgado em 1969 causou um
impacto tão profundo em Roma que o papa o autorizou a promover uma revisão
completa de todos os missais e textos usados pelos padres nas missas. Os
retoques não são perceptíveis pelos leigos. As novidades são a inclusão
de algumas orações e a substituição de outras cuja conotação a Igreja
considerava imprópria. Dom Cláudio comanda uma das maiores arquidioceses do
mundo, a de São Paulo, com 261 igrejas e 500 capelas que atendem 9 milhões
de fiéis. Reza missa oito vezes por semana, grava programas para rádio e
televisão e escreve artigos para jornais. Ele passou a maior parte da vida à
frente da diocese de Santo André, no ABC paulista. Durante sua administ
ração mandou construir oitenta igrejas, organizou cinqüenta centros
comunitários, ergueu dois seminários e uma faculdade de teologia que se
transformou em um dos maiores centros de estudo para leigos no país.

Com a promoção dos dois bispos, o país ganha força junto ao Vaticano, mas
continua sub-representado na estrutura da Igreja. O Brasil tem um cardeal para
cada grupo de 15 milhões de fiéis, enquanto a Itália tem um para cad
a 810.000 fiéis e os Estados Unidos, um para cada 4 milhões. Para atingir o
patamar americano, o Brasil precisaria ter não oito, mas 30 cardeais. O nível
italiano só seria atingido caso o país tivesse 150 cardeais. Essa s
ub-representação é tema freqüente nos debates entre os especialistas em
religião, mas não é um assunto que preocupa Roma. Na opinião da Cúria, o Brasil
é um país frágil em termos econômicos. Em português: seus católicos n
ão contribuem com a Igreja como fazem católicos de outros países, como os da
Alemanha. Além disso, o catolicismo nacional é considerado um tanto exótico no
Vaticano, em virtude do sincretismo. Mudar essa imagem talvez sej
a o maior desafio de dom Cláudio e dom Geraldo.


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Fonte: Revista Veja
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Osmar de Carvalho
Coordenador da Loja Teosófica Virtual



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