O
STATUS
DE JESUS
[The
Theosophist, Vol. IV, Nº
10, Julho de 1883, pág.261]
[Em
uma comunicação sobre “O Status de Jesus” um correspondente escreve: “A
longa sucessão de mártires que morreram pelo amor de Jesus é desconhecida na
história do Budismo”; e pergunta: “Qual é exata posição dada pelos
Mahatmas a Jesus na sagrada Ordem dos Adeptos?
Ele partiu da Terra? Jesus seria agora denominado um Dhyan Chohan, um
Buda, ou um Espírito Planetário? E Ele estaria agora realmente interessado ou
preocupado com o progresso da humanidade sobre a Terra?”]
H.P.Blavatsky responde:
“É sempre um martírio maior se viver
pelo amor de um homem ou de um ideal do que morrer por ele”;
este é um lema dos Mahatmas.
A posição dada por ELES a Jesus,
até onde saibamos, é a de um homem puro e elevado, um reformador que
teria vivido em beatitude mas que teve que morrer pelo que ele considerou como a
maior herança dos homens — a absoluta Liberdade de consciência; a de
um Adepto que pregou uma Religião Universal sabendo que inexiste qualquer outro
“templo de Deus” que não o próprio homem;
aquele de um nobre Instrutor das verdades esotéricas a quem não foi
dado tempo para expô-las; aquele de um iniciado que não reconheceu nenhuma
diferença — exceto a moral —entre os homens; que rejeitou as castas, e
menosprezou a riqueza; e que preferiu a
morte a revelar os segredos da iniciação. E de quem, finalmente, viveu cerca
de um século antes do ano [um] de nossa vulgar, e assim chamada, era Cristã.
Não sabemos qual dos Buddhas nosso correspondente tem em mente, pois
houve muitos “Buddhas”. Eles
reconhecem nele [em Jesus] um dos “Iluminados”, conseqüentemente, neste
sentido, um Buddha; mas eles realmente não reconhecem Jesus no Cristo
dos Evangelhos. Porém, tais questões
dificilmente podem ser respondidas em um periódico público.
Nosso correspondente parece ignorar o fato de que, embora vivamos na Índia,
cercados por 250 milhões de seres humanos, cuja devoção e reverência aos
seus respectivos deuses e avataras não são menos intensos ou sinceros do que o
do punhado de cristãos que neste país rendem graças ao seu Salvador, e mesmo
sendo legal e considerado aceitável rir e abusar nas palavras, e insultar
de forma impressa cada um dos deuses de nossos irmãos pagãos, o
jornal que presumir negar a Divindade de Jesus e falar sobre ele como o faz de
Buda ou Krishna, perderia imediatamente
seus direitos e veria contra si o levante do clamor público de seus assinantes
Cristãos. Tais são as idéias
Cristãs de justiça e Fraternidade.
In
“Blavatsky Collected Writings”, Vol. IV, pág.s 603-04
Tradução: Osmar de Carvalho
|