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  • Novas Luzes sobre o Primeiro Casamento de HPB

    Novas Luzes sobre o
    Primeiro Casamento de HPB

    Marina Cesar Sisson
    (Membro da Sociedade Teosófica no Brasil desde 1977)
    (Artigo publicado originalmente no Informativo HPB n° 01, Set./99)

    Blavatsky?

    G.R.S. Mead, que foi secretário particular de HPB nos últimos anos de sua vida, relata o quão estranho, para não dizer vulgar, lhe parecia quando, após alguns anos da morte de HPB, ele ouvia alguém se referindo a ela simplesmente como "Blavatsky". Ele diz:



    ""Blavatsky?" Ninguém que a conheceu, a conheceu assim "tout court" ("e pronto"). Mesmo para os seus inimigos, enquanto ela viveu, ela era Madame Blavatsky, ou pelo menos, H.P. Blavatsky; enquanto que, para os que gostavam dela e eram seus amigos, ela era Helena Blavatsky, ou HPB, ou a "Velha Sra."" (Concerning H.P.B., p. 1.)

    Neste primeiro número do Informativo HPB vamos rever como HPB deixou de ser Helena Petrovna von Hahn e passou a ser Helena Petrovna Blavatsky, ou seja, vamos rever a história do casamento de Helena Petrovna com Nikifor Blavatsky.

    Quanto ao outro sobrenome de HPB, "Petrovna", ele vem do hábito russo de designar no nome, quem é o pai. Assim, Petrovna significa "filha de Peter", uma vez que seu pai chamava-se Peter Alexeyevich von Hahn. Podemos ver esta mesma terminação "vna", ou seja "filha de" nos nomes de sua avó e de sua mãe. A avó Helena Pavlovna, era filha do príncipe Paul Vassilyevich Dolgurukov, e a mãe, Helena Andreyevna, de Andrey Mihailovich de Fadeyev. Analogamente, para os homens, usa-se a terminação "vich" - p. ex., seu pai, Peter Alexeyevich é filho de Alexis Gustavovich Hahn von Rottenstern-Hahn.

    A História "Oficial" do Casamento com Nikifor V. Blavatsky

    Sempre ouvimos a história, contada pela própria HPB para Sinnett, e endossada por sua tia, de que HPB resolvera casar-se com o velho Blavatsky, que tinha três vezes a sua idade, devido à uma provocação de sua governanta, Miss Jeffries. (Incidents, p. 54.) Esta teria dito que, com seu gênio terrível, nenhum homem, nem mesmo o velho Blavatsky se casaria com ela.

    É bom lembrar que quando Sinnett escreveu seu livro, HPB ainda era viva, e não queria que fossem revelados muitos detalhes de sua vida anterior à época da fundação da ST, a partir da qual ela se tornou uma pessoa mais conhecida do grande público. Muitos biógrafos têm simplesmente repetido esta história, com poucas modificações, mesmo em biografias recentes, como é o caso de Sylvia Cranston, em seu livro The Extraordinary Life and Influence of Helena Blavatsky.

    Em resumo, a história apresentada por Cranston é a seguinte: Aos 16 anos HPB teria conhecido o príncipe Galitsyn. Nesta época ela estava muito ocupada com os livros místicos da biblioteca de seu bisavô, e Galitzin era alguém com quem ela podia discutir estes assuntos. Após vários meses, o príncipe teria deixado Tiflis, e que não se sabe se HPB o encontrou novamente. Durante o inverno de 1848-49, HPB, então com 17 anos, surpreendeu a família, dizendo que iria se casar e que o escolhido era o velho Nikifor Blavatsky. Sua tia, Nadya, explicou que isto era uma resposta à provocação da governanta, que teria dito que ela não encontraria um homem que quisesse desposá-la, tendo em vista seu temperamento, nem mesmo o velho Blavatsky que ela achara tão feio, e de quem rira muito chamando-o de "corvo despenado". Então, em três dias, HPB ficou noiva dele. Depois, arrependendo-se e querendo voltar atrás, desesperada, ela fugiu de casa, sumindo por alguns dias. Esta fuga teria gerado falatórios, e seus familiares insistiram no casamento. Surpreendentemente ela não resistiu mais e casou-se com Nikifor em 07 de julho de 1849. Esta é, em síntese, a história "oficial" do casamento de HPB.

    Narrativa de Madame Pissarev

    Entretanto, em pesquisas mais aprofundadas, outros estudiosos revelam uma versão muito diferente para o seu casamento. Nela também vislumbramos uma HPB voluntariosa e decidida, mas que não casou-se como conseqüência de uma reação impensada a uma provocação, mas como parte de um plano para viabilizar suas intensas buscas pelo oculto.

    O "velho" Blavatsky, na verdade não era tão velho - tinha 40 anos por ocasião do casamento, e tudo indica que a história da governanta de HPB não é verdadeira. Há uma biografia de HPB escrita para o público russo por Helena Fyodorovna Pissarev, entitulada Yelena Petrovna Blavatskaya. Neste esboço biográfico é dada uma narrativa com relação ao casamento de HPB bastante diferente da versão "oficial" dada por Sinnett e repetida pela maioria de seus biógrafos. Esta narrativa está em sintonia com os detalhes contados pela própria HPB nas cartas a seu amigo, o príncipe Dondoukoff- Korsakoff, que encontramos em HPB Speaks II.

    Madame Pissarev diz em seu livro que estes fatos lhe foram narrados por Madame Yermolov, que era esposa do governador de Tiflis entre os anos de 1840 e 1850. Todos os Yermolovs eram íntimos amigos da família de HPB, especialmente dos Fadeyevs, enquanto estes residiram em Tiflis. Vejamos um resumo de sua narrativa:

    Príncipe Galitzin e a Fuga de Casa

    Na primavera ou início do verão de 1849, Helena desapareceu de sua casa, provavelmente seguindo ao príncipe Galitzin, um estudante do oculto, a respeito de quem há muito poucas informações disponíveis. O príncipe Galitzin seria um Maçom e tinha a reputação de ser um mago. Ele costumava fazer visitas freqüentes à casa dos avós de HPB, quando eles residiam em Tiflis. Provavelmente, Helena encontrou no príncipe alguém que podia entender e ajudá-la na intensa busca interna em que, desde os 14 anos, ela se encontrava. Pois ela possuía uma vida interna, espiritual, que ninguém à sua volta, nem mesmo seus parentes, podiam compreender, como ela coloca em suas cartas ao príncipe Dondoukoff- Korsakoff:



    "Eu estava em busca do desconhecido. O mundo - especialmente as pessoas dadas a falatórios cruéis - conhecem apenas o lado externo e objetivo de minha juventude, o qual exageram de um modo verdadeiramente cristão. Mas ninguém, nem mesmo meus pais, entendeu qualquer coisa de minha vida interna íntima, aquela que eu chamaria, no The Theosophist de "Vida da Alma"."(HPB Speaks, II, p. 61.)

    "...meu bisavô materno, Príncipe Paul Vasilyevitch Dolgurouki, tinha uma estranha biblioteca contendo centenas de livros sobre alquimia, magia e outras ciências ocultas. Eu os li com o maior interesse antes dos 15 anos. Todos as artes e magias, tidas como diabólicas, da Idade Média encontraram refúgio em minha cabeça e logo nem Paracelsus, Kunrath nem C. Agrippa teriam tido alguma coisa para me ensinar. Todos eles falavam do "casamento da Virgem vermelha com o Hierofante", e daquele do "mineral astral com a sibila", da combinação dos princípios feminino e masculino em certas operações alquímicas e mágicas." (HPB Speaks, II, p. 62.)

    Príncipe Galitzin costumava ter longas conversas com Helena. Numa ocasião, logo após uma visita do príncipe aos Fadeyevs, Helena desapareceu de casa, o que, sem dúvida, foi a causa de um escândalo na província. No retorno de Helena sua família apressou-se em lhe arrumar um casamento. De acordo com Madame Yermolov, a família de Helena estava esperando que ela se opusesse ao casamento, mas para espanto de todos ela prontamente concordou com os planos.

    Baseando suas conclusões na narrativa de Madame Yermolov, Madame Pissarev opina que Helena aceitou este arranjo para casar-se com o funcionário de estado Nikifor V. Blavatsky com o propósito expresso de tornar-se livre das restrições e da supervisão familiar, de modo que ela pudesse continuar com seus planos de devotar-se ao Ocultismo.

    A Escolha de Nikifor

    Ou seja, ela desapareceu de casa, deu-se um escândalo, foram buscar um casamento e a própria HPB escolheu o noivo. Isto é muito diferente dela ter fugido por arrependimento de ter assumido impensadamente um compromisso de matrimônio e que, ao voltar, tivesse concordado em manter a palavra já dada.

    A meu ver, a principal diferença é que no último caso, aparece uma HPB apenas voluntariosa, enquanto que no primeiro transparece alguém que já estava firmemente decidida a seguir em sua busca e para tanto fazia seus planos. E que, por isso mesmo, escolheu Nikifor Blavatsky, pois via nele alguém com possibilidades de lhe ajudar neste particular.

    As referências que HPB faz a respeito de seu casamento em sua carta a seu amigo o príncipe Dondoukoff- Korsakoff reforçam esta idéia de que HPB tinha esperanças de que Nikifor a auxiliasse nesta busca. Isto porque ela anteriormente já compartilhava com ele conversas sobre o oculto, e porque ele a compreendia mais do que os outros, o que a motivou a escolhê-lo para o casamento. Que diferença de uma simples birra de menina voluntariosa, como colocado pela história "oficial" contada por Sinnett. Ela diz nestas cartas ao príncipe Dondoukoff- Korsakoff:



    "Você sabe por que eu me casei com o velho Blavatsky? Porque, enquanto todos os homens jovens riam das superstições "mágicas", ele acreditava nelas! Ele conversava comigo tão freqüentemente sobre os feiticeiros do Erivan, sobre as misteriosas ciências dos Curdos e dos Persas, que eu o escolhi com o intuito de usá-lo como uma chave do portal para estes últimos. Porém - eu nunca fui sua mulher, isso eu juro até a hora de minha morte. Eu NUNCA fui a "ESPOSA Blavatsky", embora tenha vivido por um ano sob o seu teto." (HPB Speaks, II, p. 63)

    HPB casou-se em 7 de julho de 1849 com Nikifor Vassilyevich Blavatsky, e o casal partiu no mesmo dia para Darachichang (que significa "Vale das Flores"), uma estação nas montanhas próximas a Erivan. Os meses de julho e agosto devem ter sido passados neste local, onde os recém casados foram visitados, no final de agosto, pelos avós e tias de Helena. Após uma rápida visita, foram todos para Erivan, visitando no caminho o antigo monastério de Echmiadzin.

    As histórias de Helena andando a cavalo à volta do Monte Ararat e suas redondezas provavelmente pertencem a este período, quando ela era acompanhada por um chefe curdo Safar Ali Beb Ibrahim Bek Ogli, que havia sido destacado como seu guarda-costas e que certa ocasião salvou sua vida. (Collected Writings I, p. 32) O Coronel Olcott menciona este personagem em seu livro People from the other World.

    Eu Estava Pronta para Me Sacrificar

    Porém, a intensidade da busca dos dois era muito diferente. Enquanto ela estava disposta a grandes sacrifícios em prol desta busca, até mesmo de sua honra pública, ele não tinha a mesma disposição. Estas diferenças naturalmente desagradaram a Nikifor Blavatsky e foram motivo para discussões, quase batalhas, que culminaram com a fuga de HPB, a cavalo, de volta para Tiflis, três meses após o casamento. HPB escreve ao príncipe Dondoukoff- Korsakoff:



    "E nem fui esposa de ninguém, como pretenderam línguas maldosas - pois eu estava por cerca de 10 meses em busca do "mineral astral" que tinha que ter a "Virgem vermelha" pura e completa, e eu não encontrei aquele mineral. O que eu queria e buscava era o sutil magnetismo que a pessoa troca, o "sal" humano, e pai Blavatsky não o tinha; e para encontrá-lo e obtê-lo, eu estava pronta para me sacrificar, para me desonrar! Isto não satisfez ao velho homem, e então seguiram-se discussões, quase que batalhas, até que eu fugi dele e fui de Erivan até Tiflis - em lombo de cavalo - onde me refugiei com minha avó." (HPB Speaks, II, p. 63)

    A família, então, decide enviá-la para o pai. Porém HPB, ao invés de encontrá-lo, parte para Constantinopla, dando início a um longo período de quase 10 anos de viagens pelo mundo. Somente após este período é que ela retorna à Rússia.

    Helena Pissarev sugere que o príncipe Galitzin tenha apresentado HPB a um ocultista, que testou suas capacidades psíquicas e lhe deu um endereço no Egito, provavelmente de Paulus Metamon, que foi seu primeiro instrutor. Além disso, o príncipe teria sido responsável por sua viagem em companhia de uma outra dama russa, a Condessa Kisselev, após o término de seus laços maritais.

    Cortina de Fumaça sobre o Casamento

    Como vimos anteriormente no que diz respeito à criação da história que se tornou a versão "oficial" de seu casamento, a própria HPB foi responsável pela cortina de fumaça que envolveu esta passagem de sua vida. Apenas para os amigos, em cartas pessoais, ela se revela. E se ela agiu desta maneira, em grande medida o fez porque sua vida, como uma buscadora e servidora do Oculto, não se encaixava dentro dos limites dos padrões convencionais dos comuns.

    Assim, mesmo quanto à duração do período que conviveu com Nikifor, ela em diferentes momentos, afirma diferentes coisas. Para Sinnett, que preparava sua biografia, disse que havia sido de três meses. Em janeiro de 1875 numa resposta aos editores do NY Sunday Mercury, ela diz que esteve com Nikifor por apenas três semanas:



    "Se eu me casei com um "nobre", nunca residi com ele em qualquer lugar; pois três semanas após o sacrifício eu o deixei por razões suficientemente plausíveis aos meus olhos..." (Collected Writings I, p. 55)

    Encontramos em seu Scrapbook (livro de recortes), o recorte do artigo do NY Sunday Mercury, de 18 de janeiro de 1875, que gerou a sua resposta de onde retiramos a citação acima. No recorte com o artigo do próprio jornal, alguns trechos foram grifados por HPB, que adicionou comentários indicados por asteriscos, como segue:



    "Helena P. Blavatsky, que tem cerca de quarenta anos de idade (*), com dezessete anos casou-se com um nobre russo então em seu septuagésimo terceiro ano de idade. Por muitos anos (**) eles residiram juntos em Odessa, e finalmente uma separação legal (***) foi efetuada. O marido morreu recentemente com 97 anos."

    (*) uma lorota; (**) uma mentira - estive com ele por apenas três semanas.;

    (***) legal, porque ele morreu (Collected Writings I, p. 54).

    É importante observarmos que logo depois, em 3 de abril de 1875, HPB se casou com Michael Betanelly. Uma vez que ela nunca se separou legalmente de Nikifor, se não dissesse que este estava morto ela seria bígama. Este casamento também durou poucos meses. Em julho de 1875 HPB já estava separada, morando com Olcott em Nova Iorque. O divórcio foi legalizado quase três anos depois, a pedido de Betanelly, em 25 de maio de 1878, tendo como justificativa o abandono do lar por parte de HPB. William Q. Judge atuou no caso como advogado de HPB.

    Reencontro de HPB e Nikifor

    Em citação anterior, vimos que HPB confessa ao amigo, príncipe Dondoukoff- Korsakoff, que conviveu com Nikifor por "um ano sob o seu teto". Entretanto, os relatos de sua irmã Vera, que são muito acurados quanto a datas, indicam que o período logo após o casamento, junto a Nikifor, foi realmente de três meses, o que já nos deixa vislumbrar o fato que HPB voltou a conviver com Nikifor numa época posterior, o que explica ter vivido "um ano sob o seu teto".

    De algumas fontes se poderia facilmente ficar com a impressão de que o casamento com Nikifor Blavatsky havia sido anulado, ou pelo menos de que haviam sido dados passos nesta direção. Entretanto, além da carta ao príncipe Dondukoff-Korsakoff, de março de 1882, citada acima, onde ela afirma ter morado "um ano sob o seu teto", numa outra carta posterior, em junho de 1884, ela reafirma claramente que após retornar a Tiflis, ela reconciliou-se com Nikifor.



    "Foi em 1861 que eu retornei a Tiflis e que Blavatsky e eu estávamos reconciliados e eu morei por um ano na mesma casa que ele; mas me faltou paciência para morar com um tal tolo e eu fui embora novamente." (HPB Speaks, II, p. 152)

    Nesta carta ela junta uma petição oficial ao próprio Dondoukoff, que na época era o comandante chefe do Cáucaso, em que ela pedia que ele expedisse um testemunho oficial de que nada havia no Cáucaso contra ela. Na petição, ela diz que:



    "Então, na segunda vez em que vim para Tiflis, para ver meu parente, o Conselheiro André Mihailovich Fadeyev, em 1860, e fiquei por cerca de um ano com meu marido Blavatsky (que era então um Conselheiro de Estado.) O endereço era na Avenida Golovinsky, na casa do Sr. Dobrzhausky."(HPB Speaks, II, p. 156)

    Há um passaporte emitido para HPB em 23 de agosto de 1862, em Tiflis, cujo original encontra-se nos "Archives" de Point Loma. Este documento atesta que foi emitido "em atendimento a uma petição apresentada por seu marido, para efeito de que ela, Madame Blavatsky, acompanhada pela criança que ambos possuem a guarda, Yury, fosse para as províncias de Tauris, Cherson, e Pskoff pelo período de um ano." (Collected Writings I, p. xlvi)

    Este deve ter sido o final do período de um ano novamente juntos. Isto demonstra a cooperação de Nikifor com HPB. Assim, fica claro que desde o início houve algum tipo de colaboração entre os dois, e que o relacionamento deles não se limitou apenas à birra de uma adolescente com um "velho", que o abandonou após três meses, nunca mais tendo eles se encontrado, conforme nos conta a história "oficial".

    Talvez em gratidão àquele que lhe auxiliou no começo de sua jornada, é que Helena Petrovna nunca tenha deixado de ser H.P. Blavatsky.

    Pequena Biografia de Nikifor V. Blavatsky

    Nikifor Vassilyevich Blavatsky nasceu em 1809 e pertencia à pequena fidalguia da Província de Poltava, na Ucrânia. No final de 1823 tornou-se um escrivão do governo civil de Poltava. Em 1829 foi transferido para a Geórgia, no Cáucaso, na mesma função. Em 1830 serviu por alguns meses na equipe do Comandante Chefe de Campo, Conde Paskevich-Yerivansky, e até 1835 foi jornalista assistente nesta repartição. Ficou temporariamente ligado ao escritório do Comissariado do Exército, e em 1839 foi transferido para a sede do governo civil do Trans-Cáucaso. Em 1840 se tornou inspetor de polícia em Shemaha. Em 1842-43 foi o chefe de vários destacamentos no Cáucaso. (H.P. Blavatsky, Tibet and Tulku, p. 12)

    Casou-se com Helena Petrovna Von Hahn em 7 de julho de 1849, e foi abandonado por ela cerca de 3 meses depois. Em 27 de novembro de 1849, foi indicado Vice-Governador da recém formada Província do Erivan, e a governou durante a ausência do Governador militar. Em 1857 foi temporariamente apontado para um comitê internacional para investigar questões controversas relativas às fronteiras.

    No verão de 1860 ele recebeu dois meses de licença e foi a Berlim para tratamento. No verão seguinte isto foi novamente repetido. Demitiu-se do cargo de Vice-Governador em 19 de novembro de 1860 e foi designado para a Sede da Administração Central do Vice-Rei. Entre 1861 e 62, ele e HPB voltaram a morar juntos, em Tiflis. Sua demissão de todos os cargos foi aceita em dezembro de 1864. Naquela época ele tinha uma pequena propriedade na Província de Poltava, e um documento da época afirma que ele ainda era casado.

    Em toda a sua carreira, Nikifor V. Blavatsky serviu em funções civis, e seu nível hierárquico nunca foi superior ao de Conselheiro Civil, que lhe foi outorgada em 9 de dezembro de 1856. Todos os esforços para determinar o ano da morte de N.V. Blavatsky foram em vão. Sabe-se, entretanto, de uma carta escrita por N.A. de Fadeyev para HPB e datada de outubro de 1877, que ele estava vivo e morando em Poltava. (Collected Writings,, I, p. xxxv)

    Esta última informação, entretanto, não é corroborada pela própria Blavatsky, pois como vimos acima, ela diz que a separação dos dois foi "legal, porque ele morreu"!

    Bibliografia

    Barborka, G.A. H.P. Blavatsky, Tibet and Tulku. TPH, Adyar, 1966.

    Blavatsky, H.P. H.P.B. Speaks, vol II. Ed. by C. Jinarajadasa. TPH, Adyar, 1986.

    Blavatsky, H.P. H. P. Blavatsky Collected Writings, vol I. Ed. por Boris de Zirkoff. TPH, Wheaton, 1977.

    Cranston, Sylvia. HPB: The Extraordinary Life and Influence Of Helena Blavatsky, Founder of the Modern Theosophical Movement. G.P. Putnam's Sons, New York, 1994.

    Mead, G.R.S. Concerning HPB. Kessinger Publishing Company, Montana, USA, 1st published in - The Theosophical Review - Vol. XXXIV, April 15th 1904

    Neff, Mary K. Personal Memoirs of H.P. Blavatsky. Quest Book, TPH, Wheaton, 1971.

    Pissarev, H.F. Yelena Petrovna Blavatskaya, Biografichesky ocherk .(Citado em Barborka, Neff e Zirkoff)

    Sinnett, A.P. Incidentes in the Life of Madame H.P. Blavatsky, 1886. Kessinger Publ.Company, Montana.

     

    O Informativo HPB tem por objetivo compartilhar o resultado de estudos e pesquisas sobre HPB, realizados nos últimos anos.

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