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  • O Anel "Mágico" de HPB

    O Anel "Mágico" de HPB

    Marina Cesar Sisson
    (Membro da Sociedade Teosófica no Brasil desde 1977)
    (Artigo publicado originalmente no Informativo HPB n°02, out./99)

    O Anel “Mágico” de HPB

    Marina Cesar Sisson 
    (Membro da Sociedade Teosófica no Brasil desde 1977) 
    (Artigo publicado originalmente no Informativo HPB n° 02, Out./99) 
     
      Anéis mágicos - Estes anéis têm existido como talismãs nas tradições e lendas de todos os povos. Na Escandinávia, tais anéis estão sempre relacionados com os duendes e os anões que, segundo se dizia, eram possuidores de talismãs e os davam, algumas vezes, aos seres humanos aos quais desejavam proteger.” (Glosario Teosofico, p. 40)
    No final de sua vida HPB usou um anel de sinete, com o qual marcava algumas de suas correspondências, do qual foram feitas algumas réplicas. Posteriormente ele passou a ser conhecido como o anel “mágico”, “oculto” ou “do Mestre”. A origem deste anel e com quem ele está agora é uma questão controversa. Na verdade, como veremos, HPB teve mais de um anel semelhante a este. Neste Informativo HPB n° 2 examinaremos as histórias destes anéis. 
     

    O Anel que Francesca Arundale mandou fazer

    C. Jinarajadasa, num artigo no The Theosophist, em agosto de 1931, conta a história da origem do anel de HPB, como lhe havia sido narrada por Francesca Arundale. HPB, em 1884, enquanto estava morando em Londres com Francesca Arundale, mencionou que gostaria de ter um anel de sinete. A Srta. Arundale ofereceu-se para mandar faze-lo: 
     
      “HPB concordou e lhe deu o desenho - o triângulo duplo e abaixo dele a palavra sânscrita, Sat, Verdade. Então, a Srta. Arundale perguntou a HPB se ela se importaria que ela (Srta. Arundale) tivesse um anel semelhante para ela mesma. HPB não tinha objeção. Duas pedras, ágatas de um verde muito escuro, quase preto, foram cortadas com o mesmo desenho, ambas exatamente iguais. O sinete de HPB foi fixado num pesado anel de ouro, sendo a pedra montada numa moldura oval com uma dobradiça, de modo que fosse a tampa de um compartimento muito raso. O da Srta. Arundale foi montado num anel mais leve. A Srta. Arundale usou sempre seu anel e, por ocasião de sua morte, ele passou para seu sobrinho, Bispo George S. Arundale, que posteriormente doou-o para os Arquivos da EE.” (The Theosophist, 1931, p. 662)
    Jinarajadasa relata ainda que HPB usou seu anel desde 1884 até o dia de sua morte, e que, algum tempo antes de seu falecimento, ela teria deixado instruções ao Círculo Interno de que o anel deveria ser dado para Annie Besant após a sua morte. Como nesta ocasião, em 8 de maio de 1891, Besant estava nos EUA, o anel só lhe foi entregue depois, na sua volta. 

    Este anel tem sempre sido passado pelos presidentes da ST (Adyar) para seus sucessores, estando agora com Radha Burnier. Porém, há uma outra versão defendida por aqueles que seguiram Judge quando ocorreu a divergência entre ele e Besant - e a consequentemente criação de outra ST, conhecida como de Point Loma, atualmente com sede em Pasadena. De acordo com eles, o anel que pertenceu a HPB não teria ficado com Besant, mas sim com Judge. 
     

    Judge ou Besant?

    Assim como na ST de Adyar, Judge também manteve a tradição de passar o anel de um presidente para outro. Assim, o anel passou para Katherine Tingley, G. de Purucker, Conger, James Long e Grace Knoch. Em 1951, Boris de Zirkoff escreveu a Jinarajadasa perguntando-lhe sobre a origem do anel que estava em Adyar. Ele respondeu confirmando a história de Francesca Arundale, e afirmando que este era “... o anel usado por HPB e dado para Annie Besant após o passamento de HPB...”. (Theosophy World n° 24) 

    Nesta carta para Boris de Zirkoff, Jinarajadasa alterou um pouco o final da história que havia contado anteriormente, dizendo que “... o anel duplicado usado pela Srta. F. Arundale, não está nos Arquivos da Seção Esotérica, mas é propriedade particular da Sra. Rukmini Arundale.” (Theosophy World n° 24) 

    Desde 1895 já havia uma discussão em torno de com quem estaria o anel que HPB usou nos seus últimos anos de vida, se com Judge ou com Besant. Segundo uma carta recebida por Annie Besant, Judge teria afirmado, em um encontro de sua Escola, nos EUA, que por meios não usuais, ele teria recebido o anel que pertenceu a HPB, e que o anel que Besant tinha era um substituto. Devido a estes fatos, em junho de 1895, Besant publicou em Lucifer a versão dela sobre o anel. Ela cita que havia recebido uma carta de Judge, de janeiro de 1895, onde ele lhe dizia que: “Como um amigo eu lhe aconselharia a ser cuidadosa nas afirmações com relação ao anel de HPB; você não o possui.” Besant, então, escreve que: 
     

      “Os fatos com relação ao anel são muito simples. HPB muitas vezes me disse que era para eu usá-lo após sua morte, no lugar da cópia que ela havia me dado em 1889. Havia apenas dois anéis grandes, o que ela usava e a cópia que ela havia feito para mim, e estes dois eram distinguíveis apenas por algumas diferenças muito pequenas, somente perceptíveis por meio de um exame cuidadoso. Eu estava ausente quando HPB deixou seu corpo, mas ela disse para a Sra. Cooper-Oakley que o anel era para mim, e após sua morte ele foi retirado de seu dedo e guardado até que eu chegasse de volta, quando me foi dado, e eu tirei do dedo a cópia e coloquei o dela. Desde então ele nunca se separou de mim, e o usei continuamente até o verão de 1893 amarrado em meu dedo por fitas de seda, porque ele era grande demais para mim. No verão de 1893 eu comprei um anel de ouro para nele fixar o de HPB, e assim evitar a necessidade de amarrá-lo. A cópia do anel que ela me deu eu dei para o Sr. Judge, após ele ter chegado a Londres em 1891, e esta é a cópia que ele está mostrando como o anel de HPB. Estes são os fatos simples, os quais aparentemente estão se transformando no Mito do Anel” (Lucifer, 1895)
    A declaração de Besant só aumenta a confusão, pois ainda acrescenta mais um anel, que lhe havia sido dado, em 1889, por HPB, e que era quase indistingüível do anel que a Madame usava. A questão nunca se resolveu, cada lado afirmando possuir “o” anel de HPB. 
     

    Dois Anéis “Mágicos”?

    Em 1927, James M. Pryse, que conheceu pessoalmente tanto HPB quanto Judge, Besant e Mead, publicou um artigo chamado “Os Anéis de HPB”, tentando esclarecer a confusão. Contudo, a meu ver, além de não esclarece-la, ainda a aumentou, pois introduziu mais um anel “mágico”, o qual teria sido anteriormente usado por Judge. Este anel possuía um compartimento onde guardaria “uma amostra do tabaco de M.”. Ele assim descreve os anéis: 
     
      “Três anéis, dois deles talismãs e outro apenas um ornamento de dedo, têm sido objeto de controvérsia entre mexeriqueiros teosóficos, que gostam de posar de importantes, como possuidores de “informações internas” sobre eventos na ST, embora não possam, de modo algum, conhecer nada de primeira mão sobre estes eventos. (...) 

      “O primeiro anel “mágico” era usado por HPB, que o chamava de “o anel do Mestre”. Uma tarde, durante uma conversa, HPB, falando sobre este anel, o qual ela me mostrou, disse que ela tinha tido um pouco antes um “carocinho” em sua pálpebra. “Mas”, disse ela, “eu esfreguei-o com o anel do Mestre e ele foi embora.” Ela ilustrou sua afirmação esfregando com o anel do Mestre sua pálpebra de onde o quisto sebáceo havia sido removido. Este anel está agora na posse de minha leal e querida velha amiga, a Sra. Annie Besant. 

      “O segundo anel “mágico” era usado pelo Sr. Judge. Se dizia que ele continha (assim o Sr. Mead me informou) “uma amostra do tabaco de M.”. Este anel está agora na posse de meu velho amigo e colega, Sr. G.R.S. Mead. 

      “O terceiro anel era usado pela Sra. Besant. É uma cópia do anel de HPB feita por um joalheiro, que a “Velha Senhora” mandou fazer para “A.B” (...) 

      “O Sr. Mead me escreveu que após a morte de HPB “havia tido uma troca de amuletos e anéis mágicos.  A.B. ficou com o de HPB, Judge ficou com o de A.B. e eu fiquei com o de Judge.” Muito tempo depois, após a ruptura entre a Sra. Besant e o Sr. Judge, e a posterior desavença entre o Sr. Mead e a Sra. Besant, o Sr. Mead em vista dos muitos rumores e relatos absurdos e sem fundamento que então eram, e ainda são, correntes entre os partidários crédulos, espirituosamente espalhou a lenda de que os anéis da Sra. Besant e do Sr. Judge haviam sido “ocultamente trocados, de modo que o Sr. Judge possuía a peça verdadeira, isto é, o potente anelzinho de poder mágico” e a Sra. Besant “teve seu próprio amuleto sem importância de volta!” (The Canadian Theosophist, 1927) 
       

      O Anel duplicado fenomenicamente por HPB em 1876

      Como se não bastasse, a confusão ainda aumenta mais, pois o próprio Olcott dá uma origem completamente diferente ao anel que HPB usava! Ele escreve que numa noite, em 1876, quando HPB e ele recebiam vários convidados, ela lhe pediu emprestado um grande sinete entalhado que ele estava usando como anel de gravata. Então: 
       
        “Ela pegou-o entre suas mãos fechadas, sem dizer nada a ninguém e sem atrair a atenção de qualquer um exceto a minha, e esfregou as mãos por um minuto ou dois, quando eu ouvi o tilintar de metal sobre metal. Ela sorriu chamando a minha atenção e, abrindo suas mãos, mostrou-me outro anel junto com o meu, igualmente grande, mas de um padrão diferente: a placa do sinete sendo de uma jaspe sangüínea (“bloodstone”) verde escuro, enquanto que a minha era uma cornalina vermelha. Aquele anel ela usou até sua morte, e agora é usado pela Sra. Annie Besant, e é familiar a milhares de pessoas. A pedra quebrou-se na nossa viagem para a Índia e, se me lembro corretamente, o anel em questão foi esculpido e engastado em Bombay.” (ODL, I, p. 347) 
         
      Ao que tudo indica, Olcott não se lembrava corretamente. Pois, segundo Jinarajadasa e a própria Annie Besant, o anel que ela passou a usar foi o que Francesca Arundale mandou fazer em 1884! É de se supor que este anel duplicado por HPB fosse muito parecido com o outro, o que teria causado a confusão de Olcott. Na verdade, Olcott pode também não estar se recordando bem da data do fenômeno, pois há uma foto, de setembro de 1875, onde Madame aparece com um grande anel, bem arredondado, também com uma pedra escura onde, contudo, só estava gravado o símbolo dos dois triângulos entrelaçados. (Gomes, p. 83) 
       
       

      O Anel da Condessa de Wachtmeister

      Infelizmente, a confusão ainda não para por ai, pois ainda havia mais um anel idêntico ao da Madame. Este outro anel pertencia à Condessa de Wachtmeister, que cuidou de HPB nos últimos anos de sua vida, que lhe perguntou se poderia ter um anel igual. HPB lhe deu um idêntico, inclusive no que diz respeito ao compartimento, a não ser pelo tamanho, pois as mãos da Velha Senhora eram muito roliças. Se HPB mandou fazer o anel no joalheiro, ou se o duplicou magicamente para a Condessa, não se sabe. Este anel acabou nas mãos da Sra. Harry Benjamin, que escreveu, em março de 1979, uma carta de circulação privada sobre a controvérsia dos anéis. 

      A Sra. Benjamin conta que o anel da Condessa, sendo idêntico ao da Madame, também possuía um compartimento, mas tão bem ajustado que facilmente passaria desapercebido. Quando Sri Ram era o Presidente Internacional, Boris de Zirkoff esteve com ele em Wheaton e perguntou-lhe se o anel que ele usava tinha um compartimento. Sri Ram disse que não e, para ter certeza, ambos o examinaram cuidadosamente, constatando que realmente não possuía um compartimento. A Sra. Benjamin diz que este anel ficou com Besant após a morte de HPB, “... reivindicando ser este “O” anel oculto; mas que Judge havia-lhe dito que não era, mas sim um substituto, e que ele é que tinha o anel oculto.” (Theosophy World n° 24) 

      Também conta a Sra. Benjamin que como havia uma discussão em torno da pedra - que HPB afirmava ser uma jaspe sangüínea, mas que muitas vezes é descrita como sendo uma ágata - ela levou seu anel para a Sra. Christmas Humphreys, que era joalheira, examinar. Esta prontamente confirmou ser uma jaspe sangüínea e não uma ágata, explicando que a confusão ocorria porque as pessoas geralmente pensavam, por causa do nome, que a jaspe sangüínea era vermelha. Porém, apenas quando olhada contra a luz esta pedra mostra um brilho avermelhado. Ela diz também que, de acordo com a Enciclopédia Britânica, a jaspe sangüínea é a pedra do martírio! 
       

      O Anel de Pasadena

      Numa carta de setembro de 1951, da Sra. Helen Harris para Boris de Zirkoff, há uma descrição do anel que foi usado por K. Tingley e G. de Purucker, com os quais ela conviveu. Ela descreve que o anel era de ouro, pesado; a pedra muito escura, fixada numa moldura oval, com uma dobradiça e que a moldura tinha um compartimento muito raso. E relata que certa ocasião havia visto K. Tingley abri-lo, com alguma dificuldade, e que o mesmo se encontrava vazio. Diz também que este anel havia sido dado por Judge para Tingley, e que, de acordo com esta, HPB o havia dado a Judge. (Theosophy World n° 24) 

      Como já citamos, Jinarajadasa menciona que o anel feito por Francesca Arundale para HPB possuía um compartimento. Ora, se o anel usado pelos Presidentes em Adyar não tem este compartimento, e aquele usado pelos Presidentes de Pasadena tem, me parece claro que, de algum modo que não sabemos qual, nem quando, nem sob que circunstâncias ocorreu, foi com Judge, e não com Besant, que ficou com o anel que HPB usava, e que foi feito em 1884. 

      É verdade que, pelo fato da Madame ter usado o anel desde 1884 até sua morte, ele foi magnetizado por ela e, deste modo, tem a sua importância. Não obstante, é provável que toda esta discussão em torno de quem está de posse do verdadeiro anel “mágico” seja pouco relevante, pois talvez o verdadeiro anel “do Mestre” não seja nenhum destes, mas sim um outro, que foi usado por HPB anteriormente, naquele período obscuro de sua vida, conhecido como “anos velados” - entre 1849 (após a separação de Nikifor Blavatsky) e a época da fundação da ST. Um período de grandes lutas com sua natureza, de batalhas e sacrifícios, pois foi quando aprendeu a dominar suas capacidades psíquicas, e tornar-se apta para suas futuras grandes missões a serviço dos Mestres, quer como escritora, quer como baluarte do movimento teosófico contemporâneo. 
       

      O Primeiro Anel de HPB

      Examinando com cuidado as fotografias que existem da Madame, veremos que há mais um anel: aquele que ela usa na fotografia de sua primeira grande obra, Isis Sem Véu. Há quem diga que esta foto é da época em que Isis foi escrita. No entanto, isso não parece nem um pouco provável, pois ao examinarmos a foto, vemos que HPB aparece com um rosto muito mais jovem, que está muito mais magra e com cabelos mais escuros do que em outras fotos da mesma época. 

      Ou seja, tudo indica se tratar de uma foto de uma época anterior de sua vida e, pela aparência, diria que se refere a um período ainda inicial de seu treinamento. Uma época em que ela se dedicou a aprimorar seu contato com os Mestres, ao desenvolvimento de suas capacidades em geral e ao treinamento de seus poderes psíquicos em particular. Uma época em que, mais do que em qualquer outra, ela precisou dos Mestres a seu lado, ajudando-a a vencer as enormes dificuldades inerentes a esta capacitação, a qual, finalmente, a transformou no extraordinário agente dos Mestres que conhecemos por HPB. 

      Olhando com cuidado, vemos que este anel é ligeiramente diferente de todos os outros até aqui mencionados. Ele também tem os dois triângulos entrelaçados, mas nele não há as letras sânscritas da palavra “Sat”. Há outros dois símbolos diferentes abaixo dos triângulos, sendo que um deles, pela falta de nitidez da foto, está indecifrável, enquanto que o outro se assemelha muito à 16ª letra do alfabeto hebraico, “Hain”. Esta letra, de acordo com Papus, está relacionada com Jehovah Sabaoth e com Gabriel (p. 83), e também com o “elo materializado” (p. 113). É interessante notar que Gabriel é o Anjo da Anunciação; e que segundo os gnósticos “... o “Espírito” ou Christos, o “mensageiro de vida” e Gabriel, são uma única coisa.” (Glosario Teosofico, p. 226) 

      Como vimos, muitos se preocuparam em discutir quem estava de posse “do” anel de HPB. Porém, quase ninguém sequer mencionou a existência deste primeiro anel. Qual a sua origem e qual foi o seu destino? Como diria a própria Velha Senhora - “Quien sabe? 
       

      “Este Símbolo estava com a Madame, no seu Anel”

      Há uma carta de Damodar para Judge, em 1879, onde ele relata que, em Benares, HPB, Olcott e ele haviam se encontrado com Mâji, uma iogue que tinha poderes psíquicos e que dizia que o Guru dela era o mesmo que o da Madame. Mâji também revelou que havia sido com o Guru da Madame que Olcott havia contato, no verão anterior, nas Cavernas Karli. Esta comunicação se deu através de um faquir, que estava puxando uma vaca que possuía uma pequena quinta perna. Mâji disse que o Guru estava tentando transmitir uma lição a Olcott por meio deste símbolo. Damodar escreve a Judge relatando os comentários de Mâji: 
       
        “Toda pessoa tem o direito de repetir o Mantra Gayatri, que consiste de três “padas” (métricas), mas um Brahmachari tem o direito de repetir uma “Pada” a mais, enquanto que um Iogue poderia repetir tantas quantas ele quiser e, deste modo, realizar maravilhas. Assim, um Iogue tem o direito de repetir um Mantra consistindo de cinco “padas”, que é igual a “Om Tat Sat” e que, como a palavra “Pada” também significa um pé ou uma perna, ele trouxe de propósito uma vaca de cinco pernas para indicar este significado. E mais, disse que este símbolo estava com a Madame, no seu anel de sinete, embora nem ela (a Madame) nem ninguém de nós tivesse insinuado a Mâji este fato. Você verá, assim, como as instruções da Índia são transmitidas por meio de símbolos e que quem puder decifrar os antigos símbolos arianos encontrará um vasto campo para ser explorado.” (Eek, p. 39) 
         
      Ora, Mâji estava dizendo que o símbolo daquele que “pode repetir tantas (“padas”) quantas ele quiser e, deste modo, realizar maravilhas”, isto é, de um Iogue, “estava com a Madame, no seu anel de sinete” e lembremo-nos que ela se dizia discípula do mesmo Guru e, portanto, provavelmente poderia reconhecer os símbolos empregados pelo seu Mestre. 

      Também é importante enfatizarmos que Mâji não estava se referindo ao anel que Francesca Arundale mandou fazer em 1884, uma vez que o episódio da vaca de cinco pernas foi em 1879! E nesta época só existiam dois anéis: o duplicado fenomenicamente a partir do de Olcott, e o da foto de Isis. Portanto, era a um deles que Mâji estava se referindo. 
       

      “O Anel do Mestre”

      À luz de tudo que foi visto acima, podemos deduzir, com grande probabilidade, que o verdadeiro “anel do Mestre” era o primeiro anel de HPB, aquele que ela exibe explicitamente em Isis - que se saiba, é a foto mais antiga onde ela aparece com um anel deste tipo. 

      Tal dedução se deve ao fato, da maior relevância, de que este é o único anel cuja origem jamais foi revelada. Como se sabe, aquilo que é realmente sagrado deve ser protegido pelo segredo e pelo silêncio. Como disse Sri Ramakrishna: “A religião do segredo e do silêncio é a única religião verdadeira.” E, se existiu um anel que realmente teve sua origem diretamente ligada ao Mestre de HPB, é de se esperar que ele fosse, deste modo, protegido. 

      Além disso, a simbologia contida neste primeiro anel, indiscutivelmente, é a mais misteriosa e, pelo pouco que dela podemos inferir, é a mais especificamente relacionada com a missão da Velha Senhora. Como vimos, a letra hebraica “Hain” tem uma simbologia relacionada com Gabriel, o anjo da Anunciação, bem como com o “elo materializado”. 

      Uma das missões de HPB foi anunciar, de forma mais explícita e especialmente ao mundo Ocidental, a existência dos Mestres e da Hierarquia. E, se ela teve forças e capacidades para tanto, foi justamente por ter se tornado um “elo materializado” do seu Mestre. Isto é, sua agente direta para o cumprimento de Seus planos. Foi por ordens Dele que todo o trabalho da Velha Senhora foi realizado. Como ela escreveu para Sinnett: 

      “Deixe o carma disso cair sobre meu Patrão (“Boss”) - pois eu tenho sido única e exclusivamente sua arma e agente, que não tem a responsabilidade de tudo isso. E suponho que Mahatma KH atuou em primeiro plano e meu Patrão, em segundo, como de costume. E como você diz, eu tenho apenas que obedecer.” (LBS, p. 72) 

      E, abaixo desta frase, o Mestre M. precipitou o seguinte comentário: “Exatamente, pois esta é a melhor política.” Cabe notar que, ao cumprir esta missão, ou seja, ao externalizar a Hierarquia, ela tornou mais concreto, mais “materializado” o elo de ligação entre os Mestres a humanidade como um todo. 

      Há uma lição a ser extraída de toda esta controvérsia envolvendo os anéis de HPB, não se tratando apenas de um fato pitoresco da vida da Velha Senhora. Esta lição é que, com muita facilidade, no movimento teosófico, os interesses e as atenções se voltam para questões superficiais - questões de caráter intelecto-doutrinário ou partidário-organizacional. 

      Existe uma clara analogia entre isto e o episódio dos anéis. Tanta atenção foi dada a quem teria a posse do “verdadeiro” anel, dando ênfase e aumentando diferenças e divisões superficiais e deixando, em segundo plano, o que os uniria, o verdadeiro caráter teosófico, o qual, pela sua própria natureza, sempre e necessariamente será caracterizado por um relacionamento vivo com a Sabedoria Divina e, portanto, com o Altruísmo. Como disse HPB: “...a verdadeira Teosofia É ALTRUÍSMO, e não podemos repeti-lo demasiadamente. É amor fraterno, auxílio mútuo, devoção incansável à Verdade. Se um dia os homens apenas compreenderem de fato que tão somente nisto pode a verdadeira felicidade ser encontrada, e nunca na riqueza, nas posses, ou em qualquer gratificação egoísta, então as nuvens escuras se afastarão, e uma nova humanidade nascerá sobre a terra.” (CW, vol. XI, p. 202) 
       

      Bibliografia

      Benjamin, Mrs. H. Theosophy World n° 24, 1°/junho/1998. theos-world@theosophy.com 
      Besant, A. “On the Watch Tower”, Lucifer, Vol XVI, No. 94, June 1895 
      Blavatsky, H.P. Glosario Teosofico. Ed. Kier, 1977. 
      Blavatsky, H.P. H. P. Blavatsky Collected Writings, vol XI. TPH, Wheaton, 1977. 
      Blavatsky, H.P. The Letters of H.P. Blavatsky to A.P. Sinnett. TUP, Pasadena, 1973. 
      Blavatsky, H.P. The Voice of the Silence. TPH, Adyar, 1975 
      Edge, H.T. The Universal Mystery-language and Its Interpretations. The TUP Online, 1997 
      Eek, S. Damodar and the Pioneers of The Theosophical Movement. TPH, Adyar, 1978. 
      Gomes, M. The Dawning of the Theosophical Movement TPH, Wheaton, 1987. 
      Jinarajadasa, C. The Theosophist, Vol. LII, No. 11, August 1931 
      Olcott, H.S. Old Diary Leaves. TPH, Adyar, 1974. 
      Papus A Cabala. Martins Fontes, São Paulo, 1988. 
       

    O Informativo HPB tem por objetivo compartilhar o resultado de estudos e pesquisas sobre HPB, realizados nos últimos anos. 

    Comentários, sugestões ou perguntas são bem-vindos e devem ser encaminhados para a autora: 

    Marina Cesar Sisson 
    msisson@zaz.com.br  
    Caixa Postal 08.861 
    70.312-970 Brasília, DF - Brasil 




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